quarta-feira, 25 de junho de 2008

Abaixo a ditadura!

Li hoje um post no blog do jornalista José Luiz Teixeira com o qual concordo plenamente. O colega questiona suas leitoras sobre os motivos delas e as demais mulheres se renderem à ditadura da chapinha, como pode ser lido neste link.

Como bom argumento, Teixeira apresenta fotos de beldades como Rita Hayworth, Sophia Loren, Elizabeth Taylor e Grace Kelly, entre outras musas, todas com os cabelos encaracolados. Ele pergunta se é possível imaginar tais ícones da beleza feminina com as madeixas alisadas. Certamente, as moças da atualidade terão vários contra-argumentos.

Mas quem diabos determina que cabelo assim ou assado é o que agrada a nós homens? É o mesmo caso das curvas ou, na verdade, da falta delas. Onde é que está escrito que nós homens heterosexuais gostamos de mulheres magrelas, tão retas quanto aquelas auto-estradas norte-americanas que ligam nada ao lugar nenhum? Acho até que já fiz esta pergunta neste blog, mas perguntar não ofende.

É, Teixeira, abaixo a chapinha e abaixo toda e qualquer tendência da moda que obrigue nossas musas a serem diametralmente opostas ao que nos agrada.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Rescaldo do Iprev

Ontem a Assembléia Legislativa de Santa Catarina foi o palco do segundo round entre governo e servidores públicos, entre oposição e situação. O famigerado Iprev (o novo instituto de previdência do Estado) foi aprovado em dois turnos. O placar de 24 a 14 nas duas votações só confirmou o que todos nós da imprensa já sabíamos: o governo tem a maioria mesmo e vai sempre alcançar seus objetivos no parlamento.

Fotos: Edu Cavalcanti/Notícias do Dia

Protesto: Depois da invasão, clima continuou tenso

Durante todos estes meses que venho cobrindo o assunto tirei duas conclusões bastante óbvias: o governo fez pouco para atrair os servidores para o debate sobre o Iprev e os sindicatos radicalizaram ao evitar a discussão e simplesmente propor a retirada do projeto da pauta. Alegam que não foram convidados para o processo de elaboração do projeto. Sei lá, isto me soa como aqueles casos em que todos têm razão ou em que todos apenas defendem os próprios interesses. Conheço gente nos dois lados, tenho colegas e amigos nos dois lados, mas mantenho a opinião de que ambos erraram.


Opostos: o líder do governo, Herneus de Nadal (sentado), e o líder do PT, Pedro Uczai, sem debate

Sobre ontem, ficou evidenciada as precárias condições de trabalho no Plenário. Segurança pífia e um risco constante de uma tragédia. Novamente, as galerias foram facilmente invadidas. Houve agressões, socos, puxões de cabelo e três feridos. O erro foi no projeto do prédio. Isso nem adianta debater. Mas algo precisa ser visto pois, a cada novo debate polêmico, a situação vai acontecer novamente.


Estratégia: Mesmo instigado a ir para o debate, Manoel Mota, provavelmente orientado por Nadal, se calou

Radicalizaram os manifestantes? Sim, invadiram e começaram a bater nos vidros. Manifestar sim, mas e se quebrassem algum daqueles vidros? e se no tumulto algum idoso se machucasse? havia vários nas galerias. Quem arcaria com a responsabilidade? Radicalizaram os policiais que trabalham na segurança da Assembléia? Sim. Cumpriam o seu dever, mas há sempre truculência. E, reconheço, é muito fácil dizer isso. Será que são bem orientados aqueles policiais para ter uma reação menos agressiva e mais adequada para situações como a de ontem? Não eram marginais que fizeram a invasão, afinal de contas.

A bancada da oposição lamentou que os deputados governistas se abstiveram do debate. Ambos estão corretos. Os primeiros fazem o papel de oposição, têm mais é que chamar os adversários para a discussão, como Altair Silva (PP) fez ao "convidar" Manoel Mota (PMDB) para a tribuna. Mas, orientada pelo líder do governo, Herneus de Nadal, a bancada da situação se calou. Pelo clima exaltado no ar, foi prudente. Qualquer palavra seria vaiada e só instigaria ainda mais a multidão (3 mil segundo os manifestantes, 1500 de acordo com a polícia). O risco de atos ainda mais agressivos era imenso.


Humor: Até o Batman criticou o projeto do governo

Uma parte cômica foi a entrada de um servidor fantasiado de Batman. Versão local do Batman que invadiu a Câmara dos Vereadores em Joinville, dias atrás, criticando o aumento dos salários dos vereadores daquela cidade. O super-herói de ontem marcou presença e causou sensação. Por sinal, seu discurso para os repórteres demonstrou muita articulação, talvez o melhor de todos até agora.

Outra parte aconteceu comigo e o repórter fotográfico Edu Cavalcanti. Na hora de voltar para a redação, depois que o tumulto e a votação já haviam terminado, ao sair da Assembléia fomos alvo dos manifestantes. O carro do jornal é prateado, mesma cor dos veículos usados pelos parlamentares. Não deu outra, quando o povo viu o carro e o repórter usando um blazer acharam que eu era um "capacho", "puxa-saco", "mentiroso" e todas as outras "carícias" dirigidas aos parlamentares durante a sessão. É, certas coisas, só a profissão de jornalista faz por você.