segunda-feira, 21 de abril de 2008

Primeira Missa

Fascinado pela História desde a infância, passei anos sem entender por qual motivo o quadro "Primeira Missa no Brasil" não estava em algum museu de Santa Catarina mas, sim, no Rio de Janeiro. Meu raciocínio de criança era simples: se a obra era o marco da carreira de um pintor catarinense, Victor Meirelles (1832-1903) era bem óbvio que o local adequado era Florianópolis, onde o artista nasceu em 18 de agosto de 1932. Na época, a cidade ainda se chamava Nossa Senhora do Desterro.

Cresci vendo reproduções do quadro em livros de História e revistas. Só depois de adulto percebi que o que me incomodava nos primeiros anos era daquelas coisas que não se explicam, mesmo tendo uma explicação. Infelizmente, determinados atos, atitudes, pessoas, são como são e assim que elas são. Conformem-se os contrariados ou caiam no anonimato.

No último dia 15 tive, finalmente, a chance de ver de perto "Primeira Missa no Brasil". Logo depois de cobrir a posse de Anita Pires na presidência da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), no cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), dei uma escapada para ir até o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), que fica no mesmo local. Por 15 minutos, pude apreciar a obra genial. Saí embasbacado com a riqueza de detalhes. Basta olhar para a base do quadro, nas pedras aos pés dos indígenas, ou para o grupo de índios ao fundo, atrás da cruz. Este detalhe, por sinal, eu jamais havia notado.

Crédito de Imagem: Edu Cavalcanti

Genial: Riqueza de detalhes

Elogiar Meirelles é chover no molhado. Resta comemorar, ao menos até dia 11 de maio, que justiça foi feita e o quadro - até que enfim - foi trazido para ser exposto em Santa Catarina. A entrada é gratuita e vale a visita. Há a chance de também ver os esboços que o pintor criou antes de consolidar a tela que o faria entrar para a História. Como 15 minutos é quase nada, vou retornar com mais tempo ao Masc.

Serviço:
Local: Museu de Arte de Santa Catarina (CIC) - Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 - Agronômica.
Horário: diariamente das 9h às 21h.
Valor: gratuito.
Informações: (48) 3953-2317. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo telefone (48) 3953-2324 ou pelo e-mail naemasc@fcc.sc.gov.br.

2 comentários:

Aline Cabral Vaz disse...

Que legal, Magoo! Vou me programar pra ir lá ver.
Beijo e até a próxima pauta!

Anônimo disse...

Também estive lá, xará! Mas não compartilho do teu entusiasmo, não. Achei o quadro meio "matado". Os portugueses são nítidos e detalhados, já os índios são embaçados e mal-feitos. Mas o tamanho impressiona (pelo trabalho que deve ter dado) e a nostalgia dos livros de história é inevitável. Abração!