São 10 dias de atraso. Reconheço. O Dogman até cobrou um post sobre o show do Queensrÿche em São Paulo. Eu nem ia escrever nada para tentar evitar que este blog fique ligado tanto à música. Afinal, esta nunca foi a intenção quando eu comecei a escrevê-lo. Mas hoje, ouvindo - mais uma vez - o áudio daquela noite - ah, as maravilhas da tecnologia - decidi apertar a tecla fuck off!
Foi um investimento e tanto, em uma época na qual eu nem poderia ter aberto as reservas econômicas. Mas o Queensrÿche é uma das últimas que me faltavam ver ao vivo. Já perdi duas chances e sei lá se haverá uma nova oportunidade. Então, no último dia 16, uma sexta-feira, estava eu de volta ao Credicard Hall. Local de gratas lembranças, pelos vários shows que lá assisti e pela fase em que trabalhei na assessoria de imprensa da casa.
Fui com o brother Fausto Cabral que, outra vez, me hospedou. Na chegada, já tivemos a impressão de que o fracasso de público seria fato (impressão que não se confirmaria). Mas, também, nunca vi show em sexta-feira lotar em Sampa. Some-se isso à série de eventos na cidade - Iron Maiden, Ozzy Osborne, Whitesnake, antes, e Megadeth, U.D.O. e outros, depois - além dos preços exorbitante dos ingressos. Tenha como resultado, uma platéia pequena. Tudo culpa da irritante meia-entrada. País que precisa de assistencialismo é foda! A maior parte dos espectadores, quer seja estudante ou não, usa a tal carteirinha e, com isso, uma minoria precisa bancar R$ 120 para ver o show na pista.
Ao menos, não teve banda de abertura. Foi direto. "Best I Can", do mega-sucesso "Empire", abriu a noite puxando "NM 156" (do primeiro LP, "The Warning", de 1984) e "Screaming In Digital" (do "Rage For Order", de 1986). Isso só confirmou o que todos sabíamos, eles não iriam fazer no Brasil a tour com a íntegra dos álbuns "Operation: Mindcrime" e "Operation: Mindcrime II".
Deste últimos, vieram "Hostage" e "The Hands". Aí começou uma série de supresas para nós que acompanhamos a carreira do grupo de Seattle. "Bridge", do quase depressivo "Promided Land" (1994) e "The Killing Words", também de 1986, fizeram muitos da geração "Rock In Rio II" ficar sem entender nada. Para eles, "Another Rainy Night (Without You)" foi a salvação.
Particularmente, "Gonna Get Close To You" e "Walk In The Shadows" (ambas do "Rage For Order") já fizeram valer a viagem até São Paulo. E aí a turma foi ao delírio com uma versão para "Neon Knights", clássico do Black Sabbath. "Last Time In Paris" passou meio batida, pois foi a ponte para "Breaking The Silence" (um dos capítulos perfeitos de "Operation: Mindcrime"), a pinkfloydiana "Anibody Listening?" e "Jet City Woman", também do "Empire".
"Eyes of a Stranger", "The Lady Wore Black" (do primeiro EP do grupo, lançado no distante 1983), "Empire" e o hino "Take a Hold of the Flame", do "The Warning", concluíram a parte principal. O bis burocrático foi com "Silent Lucidity", a balada que rendeu milhões e levou o até então grupo heavy metal ao mainstream. Menininhas gritaram, marmanjos ficaram de olhos marejados e todo o ritual de praxe.
Como sempre, São Paulo foi o maior público da tournê. Cerca de 4 mil pessoas, contra irrisórias 300 cabeças em Curitiba, um pouco mais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte (nestas duas não chegou a mil pagantes). Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile, onde terminou a excursão sul-americana, os números foram várias vezes superiores. Muita gente deixou de ir, no Brasil, por causa dos preços. É mais do que necessário rever esta questão da meia entrada.
Depois do show, ainda rolou um meet & greet. Graças à Juliana Negri, que foi a tour manager, e é minha amiga há anos, conseguimos, junto com o povo do fã-clube, encontrar os caras. Rolou foto e até uma camiseta autografada. A noite só não foi perfeita porquê perfeição, talvez, não exista.
Das bandas que realmente me interessam, agora só faltam Metallica e a formação clássica do Black Sabbath. Neste caso, algo pouco provável.
4 comentários:
Oi Alessandro, tudo bem?
Eu estava neste show maravilhoso, e também adorei quando eles tocaram as músicas do Rage for Order, que é meu álbum favorito (mas, confesso, ouvir Silent Lucidity também foi legal ;) ). Tive a sorte de poder ver também o show de 1997, mas o deste ano foi muito melhor - talvez pelo Credicard Hall, que é muito melhor para show que estádio.
Lendo seu post, fiquei me perguntando se o áudio que vc tem do show é aquele que mandaram link na comunidade do Queensryche no Orkut (em duas partes, terminando em Empire). Como este foi o único que encontrei e ele não está completo, gostaria de pedir que, se por acaso o áudio que vc tem for outro, por favor me dê o caminho das pedras para consegui-lo! Quero ter um registro completo deste show excelente :)
Abraço,
Adriana
Adriana,
obrigado pela visita. Como você não deixou nenhuma forma de contato, espero que você volte aqui para ler minha resposta.
Infelizmente, o áudio que tenho é o que você citou, sem o encore final. :/
Se eu descolar algo diferente, aviso aqui também.
Volte sempre e obrigado pela visita.
Obrigada, Alessandro! Se eu ficar sabendo de algo, também aviso.
Abs.
Excelente, xará!
Para o bom entendedor meio videoclipe basta, me senti como se tivesse comparecido ao show. O Queensrÿche não é das minhas bandas preferidas, mas tenho um respeito muito grande por eles. Da próxima vez me convida que eu vou junto. Um abração!
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