quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tempo de mudança

Amanhã não vou ter tempo. Desde abril de 2010, esta frase virou rotina em minha vida. E assim reduzi em 99% as oportunidades de rever e estar com os amigos. Praticamente o mesmo percentual com a famiglia. E um relacionamento de longos 2 anos, acabou.

Coisas da vida e das opções que fazemos. Ninguém mandou eu escolher uma profissão ingrata, cujos salários são irrisórios - por favor, não me constranjam perguntando qual é o piso salarial dos jornalistas em Santa Catarina. Em nome de um desafio nesta carreira e de um nível salarial quase próximo do ideal, fiz a escolha que acarretou nas afirmações do parágrafo anterior.

E destas escolhas agora confirmo o que alguns já sabem. Mudança de base e, mais uma vez, deixo Florianópolis. Como amanhã não vou ter tempo, escrevo hoje sobre isso. Assim, aproveito para informar a quem interessar possa, e aos amigos dos quais não vou poder me despedir pessoalmente. A idéia era reunir a famiglia no domingo, a turma dos jornais e assessorias na segunda, o povo do rock na terça e os velhos comparsas nesta quarta. Tudo em vão. A vida tinha outros planos.

Desde sábado vivi às voltas com encaixotar coisas, separar material para descarte e doações, venda de supérfluos. Nestas horas a gente nota quanta tralha vai juntando ao longo da vida. Claro, tralhas úteis. Mas impossíveis de serem levadas para Brasília. Ah, ainda não havia dito isso. Pois é, depois de Ribeirão Preto, São Paulo e Jundiaí, agora migro para a capital federal.

Sonho antigo, sempre quis trabalhar lá como repórter. E esta é a primeira vez que confesso isso oficialmente. Não tive a competência nem a paciência necessárias para atingir esta meta profissional. Mas, como diz o colega Edson Rosa, Deus é Pai e Nossa Senhora é uma Baita. Eis que vou lá enquanto assessor de imprensa. O desafio é tão grande quanto. Não é fácil "emplacar" um chefe exigente, que integra uma oposição de pouco número e que está no primeiro mandato. Mas se quisesse um emprego onde as coisas são fáceis, não teria feito jornalismo.

Floripa.... ao contrário da maioria dos mortais, não morro de amores por esta cidade. Por favor, não se ofendam. É estonteantemente linda, sim. Fiz aqui amigos para sempre. Minha família foi muito bem recebida, alguns até se deram bem na vida. Eu é que tive problemas. Adoro este lugar, mas noto que morar em Florianópolis não é para mim. As partes negativas me irritam demais, me decepcionam. E não faço aqui nenhuma crítica à cidade. É esquisitice minha mesmo. Volto a dizer, Deus chegou, parou e deve ter ficado pelo menos umas 3 semanas só se dedicando a embelezar esta gata. Mas não é por acaso que estou indo embora pela terceira vez em 11 anos. Não consigo explicar. Acho que quero ser apenas turista em Florianópolis. Vou continuar cuidando de longe, lendo as crônicas da cidade nas letras do colega Carlos Damião, nas histórias que meus pais irão me contar - agora via MSN! Sim, coloquei ambos para se modernizar.

O cansaço após um longo dia de malas e sacolas descendo do segundo andar para o térreo e depois subindo do térreo para o quarto piso, sem elevadores, chegou. Deixo meu abraço aos amigos que só verei pela Internet nos próximos meses. Não há previsão de retorno em breve, mas tenho todos aqui no meu coração. E Floripa? olha, a vantagem de Floripa é o fato de ser a única mulher que a gente pode deixar quantas vezes quiser e ela sempre te receberá de braços abertos, essa gatona.