segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Da criatividade dos colunistas políticos

Admiro muito a criatividade dos colunistas políticos da chamada "grande imprensa" catarinense. Todos colegas experientes, com longa lista de serviços prestados ao jornalismo. Mas em alguns momentos eles saem com teses prá lá de mirabolantes. Em ano eleitoral então, é uma grandeza. Se bem que, o sacrossanto ano eleitoral de 2010 começou em 2009.

Assim, são 2 anos especulando as prováveis, possíveis e impossíveis configurações do cenário político em Santa Catarina. Uma hora o P.Isso vai se aliar ao P.Aquilo. Na outra o P.Aquilo flerta com o P.Aqui, enquanto o P.Acolá cerca o P.Isso bem na cara do P.Aquilo. E ainda bem que não existem mais ideologias políticas, né? É um festival de teorias da conspiração.

Não me levem a mal, não estou criticando uns nem acusando outros. Tenho real admiração pela escrita dos colunistas políticos. Os detalhes do texto, as ironias e sugestões subliminares são impecáveis em alguns casos. Este post é um mero exercício de observação. Obviamente, presumo, todos os colunistas têm lá seus critérios de apuração e redação de notas e teses. Imagino que sejam embasadas em palpites sérios - ok, uns nem tanto - de determinadas figuras, políticos de carteirinha ou não. Mas que isso é engraçado, não tenho dúvidas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vida de roubadas

Li hoje com muita satisfação que o colega Maurício Oliveira, se não o melhor, um dos 3 melhores da minha geração, está na reta final do seu novo livro. Conforme o post que pode ser lido aqui, trata-se de um apanhado sobre aventuras e desventuras de jornalistas que vivem de freelas (os freelancers, para quem desconhece o jargão).

Isso me fez lembrar uma fase de desemprego em São Paulo. Fiquei todo contente quando surgiu a chance de freelar para um jornal que cobria o setor jurídico. Bom, coisa séria, pensei. Pagavam uma mixaria por matérias e o repórter ainda precisava fotografar. Mas para quem estava na roubada, qualquer coisa era muito bom, e ainda depositavam as despesas com as viagens pelo interior paulista (ônibus ou trem) com antecedência.

Na primeira conversa, a editora após passar todas as recomendações, citou que a máquina fotográfica era uso exclusivo para o serviço. Na primeira reportagem, quando fui fotografar o juiz entrevistado em um Fórum de uma das cidades paulistas mais distantes de São Paulo, eis que a máquina estava repleta de fotos pessoais da tal editora. Algumas em poses digamos... instigantes. A parte da roubada desta trama toda? Agora não posso mais contar. Só ficará disponível quando o livro do Maurício for publicado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

São Francisco do Sul

E por falar em fotografias, achei nos arquivos uma série de imagens que fiz ano passado na histórica São Francisco do Sul. Mesmo em um dia nublado, a cidade oferece uma beleza digna de registro.

Fotos: Alessandro Bonassoli




























sábado, 16 de janeiro de 2010

Quase fotógrafo

A vantagem de fazer um bom curso de JORNALISMO em uma universidade com qualidade é que você aprende várias facetas da profissão. Escolhi jornalismo para ser repórter, para escrever. Acabei tendo noções de outras carreiras, como repórter fotográfico, editor, revisor ou assessor de comunicação.

Até hoje não pude me aprofundar nem me aprimorar na área de fotografia. Mas a força do atual emprego me coloca quase que diariamente em contato com o mágico mundo da imagem. Falta muito para eu poder me considerar um fotógrafo. No máximo, sou um "tirador de retratos". Na última sexta-feira, em Joinville, tive a oportunidade de colocar em prática o que aprendi na convivência com colegas tipo James Tavares, Osvaldo "Coca" Nocetti, Ricardo Mega, Guilherme Ternes, Mafalda, Lúcio Piton, Gilberto Gonçalves, Marco Cezar, Simone Lins, Cris Fontinha, Dago Nogueira, Murilo Borçal, Edu Cavalcanti, entre outros que estou esquecendo agora. Estes sim, repórteres fotográficos de verdade e de muita competência.

Fotos: Jefferson Fonseca


Acompanhando o secretário de Estado da Educação, Paulo Bauer, registrei a vistoria feita por ele no depósito onde estão guardados os uniformes que serão distribuídos aos alunos da rede estadual de ensino. Para tentar conseguir uma imagem que mostrasse a amplitude do local, a quantidade imensa de caixas com os uniformes, foi necessário se aventurar.





Não tive dúvidas ao pedir uma "carona" ao operador de uma "carregadeira" para me erguer o máximo possível. Do alto consegui ter uma noção do que é a Educação em um Estado. O depósito já contava com 70% de todo o material. O vai e vem de carretas (cada uma com mil caixas com uniformes) está sendo intenso nos últimos dias. Na próxima semana inicia a etapa de distribuição para todos os cantos de Santa Catarina. E pensar que o mesmo processo se repete para a distribuição de material escolar, livros, equipamentos e móveis para as 1.323 escolas estaduais. E viva a logística!



Post Scriptum

Eis uma das imagens tiradas durante a experiência contada acima. É claro que não é uma fotografia com a qualidade do material produzido pelos colegas citados anteriormente.

Foto: Alessandro Bonassoli

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lamento

Um minuto de silêncio pelas vítimas do terremoto no Haiti.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O passado vem à memória

Segundo dia do ano, penúltimo do recesso. Completamente sem nada para fazer e já angustiado por estar sozinho em casa e pensando em alguma teoria da conspiração qualquer para justificar o insucesso dos dias de folga, me flagrei pensando no passado. Algo inevitável quando o vivente chega aos 37 anos de idade.

Das várias fases que poderiam vir ao sombrio reduto da memória, lembrei dos anos em que vivi no Estado de São Paulo. Motivos profissionais me levaram para o Centro do País em duas oportunidades. Na primeira, janeiro de 2000, migrei para Ribeirão Preto, onde fui repórter na sucursal da Folha de S.Paulo. Experiência intensa e impagável. Se o Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina me formou, minha curta trajetória naquela sucursal da Folha me forjou jornalista. Apesar do tratamento insano de um determinado chefe - só hoje tenho a consciência que era puro assédio moral, do qual praticamente toda a equipe foi vítima - e do calor insuportável daquela cidade, foi uma experiência incomparável. Lá vi o que é jornalismo de verdade. Lá fiz jornalismo de verdade.

Lamentavelmente, não tive estrutura psicológica para suportar tamanho abuso e pressão. Acabei surtando e saindo muito antes do planejado (minha meta era um ano). Lamento também que, por entrar na redação às 9h e sair às 21h, pelo menos, mal pude conhecer uma cidade ótima como Ribeirão. Guardo com carinho a lembrança dos chopps no Pinguim e os amigos que por lá deixei.

Um deles é o Evandro Spinelli. Com quem pouco trabalhei na Folha, mas que se tornou diretamente responsável pela minha nova incursão no mercado de trabalho lá do Brasil (ainda considero Florianópolis uma província em termos de jornalismo). Em 2005 o Spinelli me ligou fazendo um convite para ser repórter em uma rede de jornais que estava surgindo no interior paulista. "É o Bom Dia, do J. Hawilla. Ele vai montar redações em Rio Preto, Sorocaba e outras cidades", me disse um empolgado Spinelli. A idéia dele era me levar para Rio Preto, onde eu seria repórter de política. "Evandro, política? Eu nunca fui repórter de Política. Apenas fiz algumas matérias na Folha", rebati. "Que nada! Tu tem jeito para a Política", sentenciou.

Mas eu declinei do convite. Sei lá, me deu aquela preguiça - ou seria medo - de migrar novamente para o interior, num lugar em que eu só conhecia o próprio Spinelli. Ter de ir atrás de fiador, mudança, estas coisas todas, não me agradou. Preferi continuar em Florianópolis, onde era repórter do AN Capital. Como a idéia era que a tal rede de jornais se expandisse, pedi para que o colega lembrasse de mim quando a empresa se aproximasse de São Paulo.

Pedido feito, pedido aceito no final daquele mesmo ano. "Alô! Bonassoli? Então, o Bom Dia chegou em Jundiaí. Como você queria morar perto de Sampa, taí tua chance", me disse o Spinelli. A proposta era boa, finalmente uma chance de atuar como editor e pesou o fato que o destino do jornal A Notícia, infelizmente, já estava selado. Lá fui eu, outra vez. Um ano e três meses de muito trabalho, em outra experiência incomum, com um jornal, ou melhor, uma rede de jornais, em constante e permanente implantação. Ritmo abusivo de trabalho, alta rotação de colegas na redação de Jundiaí e em Sorocaba, Rio Preto e Bauru. E pensar que hoje a rede Bom Dia tem 10 (!!) edições, incluindo Marília, Catanduva, Fernandópolis, região do ABCD, Itatiba e a região oeste da Grande São Paulo.

Todo este texto para registrar a lembrança dos vários amigos e colegas que ficaram em Ribeirão e Jundiaí, outros em Campinas, Sorocaba, Bauru, Vinhedo e Franca. Obviamente, vou esquecer de muitos nomes e para estes já peço perdão, mas a lista inclui:

Fase Ribeirão Preto
(incluindo pessoas que não eram ou foram da Folha antes da minha passagem por lá):
Eblak, Angelo Sastre, Vania Carvalho, Anna Regina Tomicioli, Luciana Cavalini, Alessandro (Xará) Bragheto, Marcelo Toledo, Lucio Piton, Célio e Patricia Lauretti

Fase Jundiaí (incluindo o povo de Bauru, Sorocaba e Rio Preto):
(a turma do apartamento) Evandro Spinelli, Guilherme "Borboleta", Eduardo Maurício "Duda", Eduardo Reis, Eduardo Schiavoni, Julianna "Juju" Granjeia e Daniel "Ovo" Vardi.

(a turma do Bom Dia) Mário Evangelista, Benatti, Ana Maio, Ivan Lopes, Fábio Pescarini, Tatiana Fávaro, Simone Lins, Wagner Sandrin, Telma Iara, Lívia Bianchi, Eliane Mendonça, Thaís Cortina, Lili Sanz, Graziela Delalibera, Thalita Bittencourt, Demarice Alves, Paulo Damas, Liza Mirella, João Guilherme, Aline Gusmão, Verena, Maria Fernanda Ribeiro, Adriana Alves, Josi, Maria Helena, Thiago Roque, Robertinho Madureira, Marina Espin, Neo, Luly Zonta, Dago Nogueira, Susana Prado, Neto Alciati, Batatinha, Rafael Coelho, Thaís da Silveira, Robson Moura, Wesley, Luisa Alcântara e Silva, Silvana Guaiume, Thatiane "Renatinha" Leme, Cristiane Caldeira, Tiago Vendemiatti, Gláucia, Mona, Fernanda Pereira e Edu Cerioni.

Muitos destes ainda estão nas listas do Orkut e MSN. Com alguns mantenho contato esporádico. Talvez a maioria, eu não veja nem converse há mais de ano. E, infelizmente, é provável que eu não vá reencontrar 90% desta turma toda. Coisas da vida e coisas do jornalismo. Cada um teve muita importância na minha trajetória, pois aprendi com cada um deles um pouco disso e daquilo, quer seja na profissão ou fora dela. Sinto falta de todos e o saudosismo me trouxe até aqui para desejar um Feliz 2010 em especial para esta raça toda.

Quem me conhece, sabe que não citei os anos em que morei e trabalhei na capital paulista. Isso rende um outro post, tão grande ou maior do que este.