sábado, 31 de outubro de 2009

A concorrência e suas benesses ao jornalismo de Santa Catarina

A edição deste final de semana publicada pelo jornal Notícias do Dia na Grande Florianópolis mostra como a concorrência faz bem à imprensa, ao jornalismo e à sociedade. Desde que o grupo RIC Record resolveu investir em jornalismo impresso, o marasmo do setor em Florianópolis - ok, em Santa Catarina - sofeu um severo golpe.

A reclamação era intensa sobre a atuação do Grupo RBS, que comprou o jornal A Notícia, de Joinville, monopolizando o mercado de trabalho. A empresa gaúcha alega que há vários jornais no interior do Estado. Mas a reclamação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, dos diagramadores, fotógrafos, editores, revisores, repórteres e de parte do público que mantém o hábito saudável de se informar diariamente pelo jornal impresso, era quanto ao monópolio dentro do grupo dos "grandes" jornais catarinenses.

O surgimento do Notícias do Dia na Capital e Joinville mexeu com a RBS, instaurou a concorrência. O jornal mudou algumas vezes de projeto gráfico e público. Agora está consolidado como um veículo de comunicação para as classes A e B, no formato tablóide. Aparenta ser um produto vencedor, pois a empresa investiu um pouco mais e lançou edições em Biguaçu, Palhoça, São José e em Tijucas. Regiões próximos de Florianópolis, com alto poder de investimento e de empresas que podem vir a anunciar, e anúncio é a sobrevivência de um jornal.

A idéia lembra muito o que J. Havilla fez no interior de São Paulo, com a rede Bom Dia. Inicialmente com quatro cidades, o grupo cresceu e mantém atualmene sete edições distintas. Sempre com o nome "Bom Dia" associado ao município sede, publicando notícias locais e o material estadual, nacional e internacional produzido por uma equipe na cabeça-de-rede do grupo, que pré-edita para todas as publicações. Lá deu certo, tanto que Havilla acaba de comprar o Diário de São Paulo, na capital paulista.

Em Santa Catarina, o processo é o inverso. Saiu da capital rumo ao interior. Torço para que seja vencedor e se consolide. Todo mundo sairá ganhando. Por coincidência, trabalhei nos dois grupos. Passei um ano e três meses no Bom Dia, em Jundiaí, ajudando a editar o material comum à toda a rede. Uma expêriência única e impagável. Quem já trabalhou na implantação de um jornal sabe o drama e o desafio que é. Mas atuar na implantação de um conceito inexistente no País foi maior do que isso.

Voltei para Santa Catarina para trabalhar no Notícias do Dia, onde fiquei um ano. Já entrei na atual fase, um periódico estabelecido no mercado e no próprio conceito. De certo modo, é um jornal que ocupou o vácuo do saudoso e infelizmente extinto AN Capital (valeu, RBS!). Absorveu boa parte da mão-de-obra que ficou à deriva assim que o grupo gaúcho simplesmente cancelou o produto (sim, produto, afinal empresas jornalísticas visam o lucro, não o bem da sociedade) e também os leitores, viúvos de uma publicação que cuidasse das coisas, do dia-a-dia, da cidade e da região metropolitana.

Na edição deste final de semana, o Notícias do Dia Grande Florianópolis demonstra estar cada vez melhor, cada vez mais perto de fazer uma verdadeira concorrência em termos de pauta, de assuntos, de notícias, com o Diário Catarinense. Temas abrangentes aparecem assinados por jovens, porém já experientes, repórteres, novatos e um ou outro medalhão do mercado local. Fiquei feliz ao notar a evolução de alguns ex-colegas, com textos maduros e menos "engessados". Ainda sinto falta de jornalismo investigativo - algo insano de se dizer, pois se é jornalismo, é investigativo naturalmente - e de pautas menos burocráticas. Mas, quem sabe, com o tempo, este cenário ideal se complete.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

30 anos é demais

Ontem - sim, continuo correndo atrás do tempo - presenciei umas cenas impressionantes. Era dia de comemoração na Secretaria de Estado da Educação. Foram entregues menções honrosas aos funcionários que completaram 30 anos de serviço. Algo inimaginável para nós jornalistas.

Quero dizer, inimaginável um grupo de jornalistas trabalhando juntos por 30 ou mais anos. Na Educação, quer seja em uma escola, quer seja em um órgão burocrático, até é possível. Mas, em uma redação de jornal ou em uma assessoria de imprensa... du-vi-dê-ô-dó!

A rotatividade é insana. Culpa dos empresários do setor, que pensam com o bolso, culpa da categoria, que é desunida, culpa da sociedade, que pouco ou nada se importa com a necessidade de uma imprensa atuante e correta. Em assessorias de imprensa até é comum uma certa durabilidade, mas mantendo um time por 30 anos, ainda não conheci nenhuma. Nas redações, isso é história para foca dormir. Em todas as que passei - O Estado, A Notícia, Folha de S.Paulo e Notícias do Dia - "a barca" passava constantemente. Ou fulano era demitido por contenção de despesas, ou saia fora por ter arrumado um salário melhor, neste caso, em 95,7% das vezes, migrando para uma assessoria de imprensa (incluindo este que vos perturba).

É uma pena. Para o público, pois quanto maior o entrosamento, melhor serão os resultados da equipe, e para nós profissionais, que estamos sempre nos despedindo de colegas e incansavelmente buscando o entrosamento que raramente deixa de ser utopia. Por falar em despedidas, lembro de uma determinada fase na Rede Bom Dia, em Jundiaí. Não havia um só dia no qual algum colega perdia o emprego. Passava uma semana, e o mesmo se repetia em outra redação da rede, nas então quatro praças que a empresa estava montada. Sorte do povo que saiu, creio que todos estão bem instalados atualmente. Sorte do público, pois a empresa não só se manteve, como recentemente voltou a crescer: li que o J. Havilla comprou o Diário de São Paulo, isso depois de ter ampliado seus domínios na imprensa do interior paulista.

Profissão complicada esta de jornalista. Não recomendo não, apesar de todos os sabores e potenciais.

sábado, 24 de outubro de 2009

King Diamond versão Ripper Owens

Poucas coisas agradam mais a nós, fãs de música, do que ver um ídolo homenageando outro ídolo. Estava há dois dias tentando arrumar tempo para ver o link abaixo, enviado pelo irmão Fausto Cabral. Passei as últimas 48 horas só imaginando como seria ver e ouvir Tim "Ripper" Owens cantando "Abigail", o maior hit, o clássico, o "poder", o êxtase sonoro-metálico criado por King Diamond.

Valeu a espera, sem dúvida. Aqueles que não curtem rock pesado, fiquem à vontade para mudar de blog e procurar outras atividades sonoras. Àqueles que, ao contrário, adoram a sensação provocada pela força e a contundência do heavy metal, deliciem-se:




Em tempo, para quem não sabe, o norte-americano Owens foi o ilustre desconhecido que acabou escolhido para substituir Rob Halford, lendário vocalista do Judas Priest, um dos pilares de sustentação do heavy metal. O fato inspirou o fraquíssimo filme "Rockstar", mas criou o fênomeno da "duplicação" de um cantor, já que Owens iniciou a carreira cantando em bandas cover do Priest, graças ao seu timbre de voz impressionantemente similar ao de Halford. O apelido Ripper é uma alusão à música "The Ripper", um dos clássicos do Judas Priest, que fala sobre Jack, o Estripador.

O dinamarquês King Diamond, por sua vez, é um dos artistas mais "cult" do rock pesado. Começou no praticamente desconhecido Black Rose e construiu seu espaço no lendário Mercyful Fate, de onde saiu para uma brilhante carreira solo. Todos têm como característica a capacidade de cantar com timbres de voz extremamente agudos e são frontmen de altíssimo nível.

Estratégia correta?

Assustador e revoltante são adjetivos mínimos para avaliar as denúncias de pedofilia que atingiram Santa Catarina e Florianópolis nos últimos dias. Acho extremamente válido o trabalho da Polícia Civil e da imprensa em denunciar tais atos abomináveis que seres repugnates vêm fazendo com o uso da Internet.

Mas me surpreendeu o fato da Polícia ter revelado como vai funcionar a operação de captura dos suspeitos. Pois é, "funcionará". Matéria do Diário Catarinense dá praticamente o cronograma de ações. Isso não vai alertar os tais pedófilos? Não era melhor noticiar a prisão destas pessoas? Fico na dúvida se a estratégia é a mais adequada.

Gripe A, obesidade e descaso

Acesso o portal da RBS na Internet e leio que "Número de mortes por gripe A chega a quase 5 mil mortos, segundo a OMS". O texto, da agência EFE de notícias, relata números contabilizados até o último dia 17.

"A agência das Nações Unidas reiterou que os casos registrados são os confirmados em laboratório, e, por isso, estima que o número total seja maior. A América continua sendo a região onde houve mais mortes, com 3.539 vítimas fatais confirmadas e 160.129 contágios", indica a reportagem. Não é o que aparenta em Florianópolis. Ou melhor, nesta capital parece que o vírus foi banido, pois as campanhas na mídia e nas ruas parecem ter sido encerradas.

Certo, em muitos estabelecimentos há o agora famoso álcool gel à disposição do cliente. Mas raramente tenho visto alguém utilizando o produto. Talvez o problema esteja em informações como esta: "O comunicado da OMS também explicita que, em geral, no hemisfério norte, os contágios se mantêm estáveis, embora as doenças respiratórias continuem se expandindo e aumentando sua intensidade. Estados Unidos, Canadá e México têm índices de contágio altos, mas não alarmantes. Já na Europa, apesar de na maioria dos países o contágio ser baixo, em Grã-Bretanha, Bélgica, Holanda e Noruega, as porcentagens são bem mais elevadas que a média."

"Na Ásia, foi registrado um retrocesso dos casos de gripe estacional, mas um aumento de contágios pelo vírus. Nas zonas tropicais, os índices de contágio estão caindo, com exceção de Cuba, Colômbia e El Salvador." Basta ler algo assim para que o brasileiro pense "Ah, agora posso relaxar", "não há mais perigo".

O mesmo acontece em relação à Aids. Caramba! a Aids NÃO deixou de existir! Mas pouca gente parece preocupada com a epidemia. Autoridades governamentais vêm fazendo o mínimo exigido em termos de educação, alerta e prevenção contra estas e outras doenças gravíssimas. É um descaso absurdo.

Já notaram que a população brasileira está cada vez mais parecida com a norte-americana? obesa! Obesidade é doença, vira epidemia também. Pouco ou quase nada tem sido feito para evitar isso no Brasil. Ou estou enganado?

Algo precisa ser feito senhores políticos. Não apenas sugerir projetos de Lei sobre o tema, mas necessitamos de fiscalização, cobrança à quem de direito, ações efetivas para a melhora da saúde do combalido povo brasileiro. Que, apesar de "nunca desistir", adoece. E morre. E eleitor morto, oficialmente, não vota.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Monumento

Nos retratos abaixo, detalhes de um meio de transporte infelizmente extinto no Brasil. Com o trânsito cada vez mais intenso e temeroso nas rodovias do País, continuo imaginando a quem interessa não retomar o investimento nas ferrovias.

Fotos: Alessandro Bonassoli


Claro, hoje em dia não é viável uma locomotiva com esta, "instalada" em frente à prefeitura da cidade de Araquari, no Norte de Santa Catarina. Mas com tanta tecnologia, o que falta é mero interesse político.





segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pintou o campeão

Minha esperança era que o Inter confirmasse a boa fase do início deste ano e voltasse a conquistar o Campeonato Brasileiro. Há uns 3 meses, quando - mais uma vez - me dei conta de que Tite não tem condições de guiar o Colorado a algum título de real importância, passei a apostar no São Paulo, sempre um time de chegada.

Agora, com o andar da carruagem, não dá para pensar em outra coisa. Este ano é do Palmeiras, para delírio dos meus amigos Zanfra e Evandro Spinelli.

A chegada do Mário Sérgio ao Inter até dá um certo ar de empolgação, foi um dos líderes do brilhante e incomparável título nacional de 1979 (sim, afinal há algum outro clube que tenha sido campeão brasileiro invicto??). Mas é só isso. Se conseguir erguer o time ao grupo que vai à Libertadores em 2010 já será um feito. Na verdade, lamento, me parece estarmos mais próximos de se contentar com uma vaguinha na Sul-Americana.

domingo, 4 de outubro de 2009

In chains

Tem tempo que não atualizo o blog. Não tenho mais tempo. Uma pena. Irritante isso, na verdade.

Hoje o dia está péssimo. Incrível como meus domingos têm sido assim sempre de uns tempos para cá. Então, para tentar afastar esta rotina, resolvi conferir os novos sons do Alice In Chains, banda bacana que me agradou muito na era do grunge. Particularmente, não sou fã do estilo, nem nunca considerei o Alice In Chains um grupo grunge. Prá mim, sempre foram heavy metal. E dá-lhe Black Sabbath como influência!

Li algumas críticas ao novo álbum e foram bem pesadas, com o perdão do trocadilho. Bem, quem se importa se resolveram arrumar um cantor cujo timbre de voz e estilo lembra demais o falecido Layne Staley? O clip abaixo é bom e a música me agradou muito. E William DuVall é, sim, um bom vocalista.


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