quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Corrente de segredos

Não gosto de correntes. Sou quase nada afeito à este tipo de "passatempo" virtual. Mas o pedido - ou melhor, a convocação - veio por parte da Cris Fontinha. Minha amiga pessoal, ex-colega de universidade e do saudoso AN Capital. Não tive como recusar.

E esta parada tá pegando, pois já fui "convocado" por mais dois na sequência. Justamente dois parceiros que eu tava pensando em convocar também.. mas.. deixa prá lá. Eis as regras do esquema:

* Colocar o link de quem te indicou para a brincadeira.
* Escrever as regras para deixar o jogo mais claro.
* Contar seis fatos aleatórios sobre você.
* Convocar seis blogueiros para fazerem o mesmo. Os convocados estão no pé do post.
* Avisar os convocados.


Segredos?

1) Já votei - na mesma eleição - em candidato da esquerda e da direita
2) Ainda não perdi a mania de roer as unhas
3) Eu gosto de (algumas) bandas pop dos anos 80
4) Tenho exatamente o mesmo pesadelo com uma tsunami em Balneário Camboriú há anos
5) Tomei cerveja "di grátis" com ticket falsificado que ganhei em um evento estudantil que eu estava na organização
6) Entrei de bicão em uma festa de 15 anos e dancei com a aniversariante


Além disso, eu sei quem matou Salomão Ayala e Odete Roitmann e i see dead people!



Agora, convoco o Josemar Sehnem, o Zanfra, o Dogman, a Ana e o Cañas.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Festa, muita festa Pomerana

Estive ontem na abertura da 26ª Festa Pomerana, em Pomerode, a cidade mais alemã do Brasil. Foi minha primeira ida ao evento que, espero, continue sempre nos moldes atuais. Não há a badalação da Oktoberfest de Blumenau, algo que garante tranquilidade, diversão e alegria sem filas, empurra-empurra e as brigas habituais da festa blumenauense.

Foi difícil definir o que impressiona mais, se a beleza da bucólica cidade ou a simpatia dos moradores. Praticamente não havia turistas, e isso é outra vantagem. Comidas típicas e chopp, é claro, são outros atrativos. Vale a visita, vale o investimento. Indicado para quem procura um local decente para se descansar e aproveitar com a família.

Depois do resgate da descendência italiana, talvez seja hora de iniciar a busca pelas minhas origens alemãs. Quem sabe este espaço virtual não vire "Blog do Schroeder Bonassoli"?

Fotos: Alessandro Bonassoli

Mágica: ...and de party begins!


Respeito: Orgulho das origens


Ícone: A música é elemento central da identidade germânica


Exemplo: A velha guarda


Inevitável: Carro das autoridades, incluindo o prefeito da cidade-irmã de Pomerode na Alemanha, Greffswald


Ritual: Desfile de abertura rumo ao palco da festa


Cultura: Trilha sonora típica


Futuro: As novas gerações


Imutável: Carro da rainha da festa e suas princesas


Empolgação: Alegria contagia moradores que viram artistas


Graça: Pompa e circustância


Passado: Resgate da memória e homenagem aos colonizadores


Realeza: Cores e sorrisos


Envolvimento: Participação


Detalhe: Instrumentos em ação


Inusitado: Este sim é o carro do ano


Irreverência: Vai um chopp, aí?


Beleza: Perfume


Alegria: Hora de reabastecer com mais chopp


Para o alto: Chapéus voadores


Só o início: A festa irá madrugada à dentro


Sem medo: Quem disse que é preciso de companhia para dançar?

Foto: Jefernson Fonseca

Ein Prosit!: Ô vidinha bem ruim!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Blogs viram jornal impresso

Não tem aquela velha frase "um dia o mar vai virar sertão e sertão vai virar", ou algo assim? Bom, agora já se pode dizer que, ao contrário do que alardearam tanto, a internet não vai matar o jornal impresso. Ao menos é o que sugere a matéria do The New York Times, reproduzida na edição de hoje de O Estado de S. Paulo.


Blogs se tornam jornal impresso nos EUA

Claire Cain Miller, The New York Times


Em meio ao alvoroço dos pessimistas, que insistem que os jornais estão à beira da morte, uma nova empresa pretende abrir dezenas de novos - com uma mudança. O Printed Blog, novo jornal de Chicago, será feito com postagens retiradas diretamente de blogs na internet, terá anúncios locais e será distribuído gratuitamente.

As primeiras edições deste jornal gratuito da era da internet devem aparecer em Chicago e San Francisco na terça-feira. De início, serão edições semanais, mas Joshua Karp, fundador e editor, espera, mais tarde, que o Printed Blog saia duas vezes por dia em muitas cidades dos Estados Unidos.

"Vamos tentar ser o primeiro jornal diário feito inteiramente de blogs ou outro conteúdo gerado pelos usuários", disse. "Há tantas técnicas que funcionam online que achei que, talvez, poderia aplicar no jornal impresso". À medida que os jornais pagos perdem leitores para a internet, onde podem ler os mesmos artigos sem nenhum custo, muitos jornais gratuitos conseguiram se manter.

"Trabalhar com o jornal gratuito ainda é bastante viável", disse David Cohen, fundador do Silicon Valley Community Newspapers, grupo de jornais semanais distribuídos gratuitamente no sul de San Francisco, vendido para o grupo Knight Rider em 2005 e hoje propriedade da Media News. "Existe uma enorme faixa de leitores que quer saber das notícias locais, e as empresas locais tendem a aumentar sua publicidade nos períodos ruins porque precisam chamar a atenção das pessoas".

Mas Karp não precisa olhar muito à frente para ver as dificuldades para ser ter sucesso na atividade jornalística nos dias atuais. A Tribune Co., que edita o Chicago Tribune e um diário grátis, o Red Eye, entrou com pedido de recuperação judicial em dezembro.

Karp está apostando que vai ter sucesso combinando o melhor que existe do modelo impresso e do modelo online. O Printed Blog vai publicar postagens de blogs ao lado de outros conteúdos típicos da internet, como comentários de leitores e fotos oferecidas pelos usuários. O jornal será impresso, a princípio, quatro páginas de 28cm X 43 cm, em papel branco, e desenhado como um blog, em vez de em colunas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As aparências enganam

Mestre Frank Maia matou a charada.

A imprensa nacional vem destacando o tema muito bem retratado na charge abaixo. Só estão esquecendo de avisar que estas vagas são temporárias, que a maioria delas vai deixar de existir assim que o verão acabar.



Ou seja, NÃO adianta se mudar para Florianópolis. Aqui também tem desemprego. Só eu, conheço umas seis pessoas - incluindo a titular da pasta - que estão procurando trabalho.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Interlúdio

Parque Malwee, Jaraguá do Sul.
Bastaram 15 minutos entre as bucólicas paisagens do local para apagar o stress de uma viagem pela BR-101.

Foto: Alessandro Bonassoli

Tranquilidade: A dama observa a calmaria do lago

Afinal, é uma democracia...

Ele foi integrante do PDS e do PP, partidos de Direita, muito Direita. Hoje, Eni Voltolini é secretário de desenvolvimento do prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT). Sinal dos tempos.

Tempos em que o Partido dos Trabalhadores se aproxima do PP, algo impensável há poucos anos. Politica e radicalmente falando, é estranhíssimo. Mas, há quem veja algo de positivo, é o fortalecimento da democracia, a modernidade, etc e tal.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Em nome da vida e da arte

Após o primeiro dia de viagem pelo Norte do Estado, quando fui cobrir as visitas oficiais do Secretário de Estado da Educação, Paulo Bauer, aos novos prefeitos de Joinville, Carlito Merss (PT), e Jaraguá do Sul, Cecília Konell (DEM), tive um encontro inesperado com o pintor espanhol Antonio Mir.

Estávamos eu, o motorista Roberto e o assessor Jeferson Fonseca matando a fome após a viagem entre Florianópolis e a fervente Joinville - 38 graus é dose para fritar o vivente. Na outra mesa, Bauer jantava com a filha e o genro, todos degustando caranguejos. Logo depois, ao nosso lado, um cidadão falante chegou apoiado por um andador e uma senhora que, horas mais tarde, eu descobriria ser uma enfermeira.

Foto: Alessandro Bonassoli

Superação: Mir (à direita) vai combatendo a doença em nome da vida e da arte

Era Antonio Mir, pintor espanhol que veio morar no Brasil, mais precisamente em Joinville, aos 8 anos de idade. Contador de histórias e sempre alegre, o artista não demonstra ter enfrentado o maior desafio dos seus 58 anos de idade. Internado no início do ano passado em um hospital por causa de uma divirticulite (perfuração dos intestinos), ele encarou quatro longos meses em uma cama, sendo 58 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De junho de 2008 até agora, correm longos dias de fisioterapia e dedicação à vida. "Vou voltar para a Espanha em breve, tenho muito trabalho para terminar", nos disse. Refere-se à casa e o ateliê em Múrcia, onde irá concluir uma série de painéis que vinha produzindo para a empresa Bunge.

Depois de painéis instalados na sede da multinacional, no município de Gaspar, e em unidades de Nova York e Barcelona, Mir não vê a hora de completar o trabalho, com obras para as unidades de Genebra e Buenos Aires. Em 2008, foram 12 cirurgias. Desgaste e dor que poucos teriam coragem e força para superar. Um pouco mais sobre esta história-exemplo está em uma reportagem que o colega Rodrigo Schwarz escreveu para o jornal A Notícia, neste link.

Um brinde à Antonio Mir!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Isso sim é crise

Há algum tempo a noiva vem insistindo para que eu diminua o consumo de cerveja. Normal, mulher sempre reclama disso. E, confesso, o resultado de tanto prazer etílico está ficando "a olhos vistos".

Acho que ela vai ter sucesso na reivindicação mais cedo do que esperava. Paguei R$ 3,00 uma garrafa da Brahma. Na verdade, foram R$ 9,00, pois eu e meu progenitor bebemos três na tradicional "cervejinha de domingo com os camaradas do mercadinho ali na frente do prédio".

Pô! Eu nem gosto de Brahma. Optamos por esta marca pois as demais eram ainda mais caras. Meu pai defende a tese que "os impostos que o governo tirou dos carros foram passados para a cerveja". Não sei. Pode até ser. Mas, tanto faz, o preço está subindo. Segundo o Sêo Jaime - também conhecido como pai do Bonassoli - já foram três aumentos consecutivos nos últimos meses. Das duas uma: ou corto a cervejinha no boteco ou apelo para as latinhas adquiridas nos supermercados, cuja relação custo-benefício é menos agressiva ao orçamento doméstico.

É um saco este lance de vida saudável: obriga o vivente a comer e beber somente coisas ruins e sem graça. E o nosso governo? Aumentar impostos da cerveja devia ser inconstitucional, crime hediondo, sem direito à fiança.

Insegurança

Reportagem do Diário Catarinense revela outro câncer anunciado há anos. Mas não há um "médico" com competência suficiente para iniciar o processo de cura.

Câncer devastador

Moacir Pereira bateu sem dó ou meias-palavras na situação do turismo em Florianópolis (e em Santa Catarina). Na sua coluna publicada hoje no Diário Catarinense, o colega destaca a ausência do poder público, o baixo nível de boa parte dos turistas que nos visitam e a falta de cidadania por parte de nós, moradores.

E o que mais dói é que trata-se de um processo longo, que ocorre há anos e só agora algumas poucas pessoas se dão conta. Ser uma "capital turística" é uma praga para Florianópolis. Há empresários locais que agem na má fé. Há moradores que odeiam os turistas e os exploram. Mas há turistas predatórios. Um reflexo da queda na educação da nação brasileira. Aqueles fulanos que vão para outras cidades, se acham donos do local, usam e abuso e apostam na impunidade, este monstro feroz, que cresce como um câncer devastador e incontrolável.

Isso só vai mudar a partir das próximas eleições, quando a população passar a escolher representantes decentes. Utopia de botequim, eu sei. Pois, será que o povo quer mudanças mesmo? Afinal, isso significa que cada um tem que mudar, para dar exemplo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Crise

Florianópolis, 08 de janeiro de 2009. Calçadão da Felipe Schmidt, 21h30. Cerca de 30 pessoas se instalaram com cadeiras plásticas na frente de uma grande loja de departamentos. Seriam malucos? fanáticos? desocupados? Que nada, são só clientes que aguardam a abertura das portas do estabelecimento, às 5h do dia seguinte para mais uma grande liquidação de início de ano.

Foto: Alessandro Bonassoli

Fila: Antes até de "quem cedo madruga"

É outra das liquidações que tomaram conta da capital catarinense nos últimos dias. O quê leva tanta gente a sair do conforto das suas casas para encarar uma fila, madrugada inteira, sob a intempérie, sob os riscos da violência de uma cidade como Florianópolis? Mero consumismo? Ou a crise econômica é tanta que o melhor é mesmo comprar em mega-liquidações?

Angela vai ou Angela fica

Angela Albino estranha a nota publicada na edição de ontem do Diário Catarinense. Segundo o texto, a ex-vereadora do PCdoB, que disputou a eleição para a prefeitura de Florianópolis em 2008, estaria perto de assumir um cargo público em Brasília (DF).

"Tomei um susto quando li a nota. Da onde se tira essas coisas? Ao menos comigo ninguém falou sobre o assunto", me garantiu Angela. Fato é que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, é correligionário da ex-parlamentar. Mais fato ainda é o excelente desempenho dela durante a corrida pelo Paço Municipal. O próprio prefeito Dário Berger (PMDB) me disse durante a apuração do primeiro turno que, se não fosse o crescimento de Angela no pleito, ele poderia ter liquidado a fatura sem a necessidade do segundo turno. Talvez tudo isso possa não parecer muito, mas justificaria um eventual convite para alguma função na capital federal.

Como ela nega o episódio, fica o dito pelo não dito. Creio que, mantendo sua postura, Angela deva atuar nos bastidores, continuando na oposição.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Velha questão

No portal G1:

"Notícias mais lidas"

1 Mãe de bebê de olho azul: ‘Dói pensar em trocá-lo'

2 Menino morde agressor e salva mãe de estupro

3 Marido arrasta mulher com moto na Grande SP

4 Menina achada morta em poça na Grande São Paulo

5 Novas imagens: mulheres deixam aeronave que caiu

Todas falam sobre violência, tristeza e dor. Em maior ou menor grau. Quer seja na primeira, onde a mãe negra saiu da maternidade com um filho branco (e sem ter traído o marido), quer seja na tentativa de estupro. Aí vem a velha questão: são as mais lidas porquê o público gosta deste tipo de assunto ou há falta de boas notícias?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mobilização

E se alguém achava que a Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) iria jogar a tolha na queda de braço com o governo do estado é melhor mudar de idéia. O deputado estadual Sargento Amauri Soares (PDT), me garantiu hoje à tarde que amanhã tem uma nova mobilização.

A turma vai para a Praça Tancredo Neves retomar a campanha pelo cumprimento da Lei 254, sancionada em 2003, que prevê o reajuste salarial de todos os servidores da área. Segundo a Aprasc, são profissionais cujos salários estão congelados há três anos. "A última vez que o governo negociou efetivamente foi em 10 de outubro de 2005", afirma documento divulgado pela entidade há alguns dias.

Segundo Soares, além da Capital, também vai haver mobilização em São Miguel do Oeste. Estratégia interessante, mobilizar a categoria justamente nas duas "pontas" do Estado, tipo, entrada e saída. Pelo visto, o barulho terá continuidade.

Palestino vermelho

Nildomar "Nildão" Freire, que disputou a eleição para prefeito de Florianópolis em outubro passado, era um dos mais entusiasmados no ato de apoio à causa palestina. A ação, primeira do ano realizada pelo PT da Capital, aconteceu hoje à tarde na Esquina Democrática do Calçadão da Felipe Schmidt.

Foto: Alessandro Bonassoli

Apoio: Nildão (com o chapéu) se mantém na cena

"Mas não é um ato partidário", me garantiu Nildão. Segundo ele, foram convidados representantes das mais variadas correntes políticas de Florianópolis e representantes de outros setores da sociedade civil. Passei pelo local quando voltava de uma pendência burocrática para obter meu plano de saúde. Cheguei no final do evento e, da turma da Política, só avistei ali o deputado estadual Sargento Soares (PDT). Mas, de acordo com Nildão, integrantes de outras siglas, como o PSOL, por exemplo, também prestigiaram a iniciativa. A idéia não era debater os meandros da política local ou brasileira, mas um fato "que é de todo o mundo".

Uma senhora que vestia os trajes típicos da Palestina, fez questão de cumprimentar o ex-vereador, a quem chamou de "palestino de coração". Se este novo capítulo da crise no Oriente Médio tivesse ocorrido há alguns meses, Nildão provavelmente teria somado os votos das famílias de origem palestina que vivem em Florianópolis.

Oficina do Diabo II

Meu camarada Upiara Boschi, gaúcho de carteirinha, gente boa, apesar de torcer pro clube errado, lembrou bem ao comentar o post anterior. A minissérie da Globo teve como consultor o escritor Tabajara Ruas, que também domina o assunto Guerra dos Farrapos.

Upiara sugere o livro "Varões Assinalados", escrito por Ruas e que, ao contrário de "A Casa das Sete Mulheres", desvenda detalhes do conflito. Ou seja, muito mais interessante.

Oficina do diabo

Li "A Casa das Sete Mulheres", de Leticia Wierzchowski. Apesar do tema me interessar muito - afinal fala sobre História do Brasil e minha saudosa Curitibanos é citada no texto - esperei alguns anos para abrir o livro. Houve toda aquela badalação com a minissérie da Globo e detesto coisas que estão "na moda".

O livro é bom. Nada demais, nem de menos. Uma versão romanceada sobre a Guerra dos Farrapos. A autora não se aprofundou muito nas tramas verídicas - nem deveria ser esta a intenção dela - mas conseguiu dar uma boa idéia do que foi o episódio. Minha noiva, que adorou a versão para a TV, está curiosa pelo livro. E, no último domingo, em meio à uma maratona de "Lost" (a primeira temporada, que a Sil não acompanhou na íntegra), veio a idéia de rever a série global.

Baixei os primeiros episódios e lembrei que eu também gostei do programa. Tirando, claro, aquela papagaiada da personagem vivida pela Mariana Ximenes. Ô criatura mala! Tanto quanto no livro. Aquele papo de se apaixonar pelo fantasminha camarada é irritante. Incrível como o Jayme Monjardim conseguiu achar no livro um tipo tão característico da sua obra. Pro bem - ou pro mal - não sei, a versão da TV abrasileirou o fantasma que era, originalmente, uruguaio.

Tirando isso, a produção é de alto gabarito, como praticamente tudo que a Globo faz. A surpresa negativa é que a versão em DVD é editada. Em uma hora e meia do primeiro disco há bem mais coisas do que dois capítulos. Deram uma enxugada forte no material. Isso já me eliminou a idéia de comprar a versão oficial. Quem vai querer uma obra mutilada?

O mesmo já ocorreu com "O Tempo e o Vento", um clássico que a Globo levou à tela com maestria. Infelizmente, me garantem fontes mais do que confiáveis, a versão em DVD não perdeu partes essencias da trama. A história do Bolívar Terra Cambará, por exemplo, o filho loser do Capitão Rodrigo foi quase que limada. Fã que sou da obra de Érico Veríssimo, dificilmente vou empregar alguns reais na versão original. É como dizia a vó Bibiana, "cabeça vazia, oficina do diabo".