domingo, 29 de novembro de 2009

Lembra da Novembrada?

Os colegas do Diário Catarinense criaram uma peça histórica sobre um evento histórico: a mítica "Novembrada". O dia 30 de novembro de 1979 para muitos é considerado o início do fim dos chamados Anos de Chumbo, a Ditadura que tomou conta do Brasil com a desculpa de impedir "a tomada do poder pelos comunistas". Vale a pena investir parte do seu tempo, clique aqui.

O general-presidente João Batista Figueiredo - aquele que respondeu à uma criança que se precisasse viver com um salário mínimo daria um tiro na cabeça - fez sua primeira visita oficial ao Estado e, ao invés de uma recepção calorosa, foi confrontado pela população. O episódio marcou a História de Santa Catarina e a vida de muitos florianopolitanos. Alguns dizem que seria uma resposta tardia aos mandos e desmandos de outro ditador, Floriano Peixoto, há quem veja na Novembrada a semente para as revoltas populares em apoio ao movimento do Passe Livre. Para muita gente, em 1979, serviu de inspiração e esperança de que a Democracia finalmente voltaria a existir em território brasileiro.

Tortura nunca mais

"A tortura é ainda menos tolerável num Estado desenvolvido como SC". A frase é do ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial dos Direitos Humanos) para a colega Adriana Baldissareli. A entrevista está na coluna "Pelo Estado", que a jornalista publica via Associação dos Jornais do Interior (Adjori) em vários periódicos catarinenses.

O contexto da frase, claro, tem a ver com as recentes denúncias de torturas por parte de policiais contra presos. O fato ganhou repercussão nacional, conforme disse o ministro à repórter. "Presido um comitê nacional de combate à tortura, instituído pelo presidente Lula em 2006, que imediatamente fez aquilo que pode fazer, que é oficiar as autoridades do Estado. Há uma delicadeza neste processo devido ao quadro político brasileiro. Sempre agimos com cautela quando visitamos SC para que não haja nenhuma interpretação de que nossa palavra é uma palavra com conteúdo de disputa política entre situação e oposição na escala federal. Falamos em nome dos DH onde a arma nunca é a ameaça, o tridente. É o diálogo, é lembrar que todos nós, autoridades públicas, somos igualmente responsáveis perante a lei. Então, chamo a atenção do governo estadual com respeito, com cautela, mas com persistência e firmeza. Esse tipo de situação não pode mais acontecer e vamos monitorar para saber se houve punição. Imaginava que imagens terríveis de um preso tendo sua cabeça enfiada num vaso sanitário já não acontecessem mais no Brasil, e, num Estado como SC, que tem os melhores índices de desenvolvimento humano, econômico e social, são menos toleráveis ainda", relatou Vannuchi.

Não adianta ser um Estado desenvolvido. É preciso muito mais para que este tipo de episódio mais do que lamentável volte a acontecer. Investimentos cada vez maiores e ainda mais sérios em cultura, educação básica e superior, melhores salários, saneamento, condições para ampliação do número de empregos. São só algumas alternativas.

sábado, 28 de novembro de 2009

Solidariedade de peso

E por falar em Ronnie James Dio, surgiu na mídia especializada durante a última semana a notícia de que o lendário cantor foi diagnosticado com câncer no estômago. Fica a torcida pela recuperação do mestre.

Dio é um cara gente finíssima, a quem tive a sorte de entrevistar horas antes da sua passagem por Santa Catarina, no dia 2 de dezembro de 1995. Ao contrário da maior parte dos rockstars, é um cara tranquilo, raramente se mete em confusões e não apela para a infame tríade "sexo, drogas & rock and roll".


Exclusivo: Capa de "Holy Diver" autografada por Dio

Uma das provas do seu caráter foi o projeto "Hear´n´Aid", lançado em 1985, para levantar dinheiro em favor dos povos da África. A idéia, nunca foi segredo, surgiu após iniciativas semelhantes de artistas da pop music, como os projetos "Band Aid" e "USA for Africa".



A idéia de Dio resultou na música do vídeo acima. E é preciso reconhecer que o homem conseguiu algo praticamente impossível, recrutar 55 músicos das mais variadas bandas em uma época na qual o heavy metal estava no auge nos Estados Unidos. Imagine o esforço para conciliar tantas agendas diferentes em meio às tours que bandas como Mötley Crüe, Judas Priest, Twisted Sister, Iron Maiden, Dokken e Quiet Riot, entre outras, faziam mundo a fora.

Dio conseguiu montar um time e tanto, com o melhor do estilo daquela época, era do glam metal e dos músicos com "penteados" prá lá de esquisitos. :) Faltaram alguns medalhões, tipo Ozzy Osbourne, e integrantes da geração seginte do rock pesado, o thrash metal, que até então não estava consagrado.

Participantes:

Vocalistas

* Dave Meniketti (Y&T)
* Paul Shortino (Rough Cutt)
* Geoff Tate (Queensrÿche)
* Eric Bloom (Blue Öyster Cult)
* Ronnie James Dio (Dio)
* Don Dokken (Dokken)
* Kevin DuBrow (Quiet Riot)
* Rob Halford (Judas Priest)

Backing vocals

* Tommy Aldridge (Ozzy Osbourne)
* Dave Alford (Rough Cutt)
* Carmine Appice (Vanilla Fudge/King Kobra)
* Vinny Appice (Dio)
* Jimmy Bain (Dio)
* Frankie Banali (Quiet Riot)
* Mick Brown (Dokken)
* Vivian Campbell (Dio)
* Carlos Cavazo (Quiet Riot)
* Amir Derakh (Rough Cutt)
* Buck Dharma (Blue Öyster Cult)
* Brad Gillis (Night Ranger)
* Craig Goldy (Giuffria)
* Chris Hager (Rough Cutt)
* Chris Holmes (W.A.S.P.)
* Blackie Lawless (W.A.S.P.)
* George Lynch (Dokken)
* Yngwie Malmsteen
* Mick Mars (Mötley Crüe)
* Michael McKean (David St. Hubbins of Spinal Tap)
* Dave Murray (Iron Maiden)
* Vince Neil (Mötley Crüe)
* Ted Nugent
* Eddie Ojeda (Twisted Sister)
* Jeff Pilson (Dokken)
* Rudy Sarzo (Quiet Riot)
* Claude Schnell (Dio)
* Neal Schon (Journey)
* Harry Shearer (Derek Smalls of Spinal Tap)
* Mark Stein (Vanilla Fudge)
* Matt Thorr (Rough Cutt)

Guitarristas solo

* Vivian Campbell (Dio)
* Carlos Cavazo (Quiet Riot)
* Buck Dharma (Blue Öyster Cult)
* Brad Gillis (Night Ranger)
* Craig Goldy (Giuffria)
* George Lynch (Dokken)
* Yngwie Malmsteen
* Eddie Ojeda (Twisted Sister)
* Neal Schon (Journey)

Guitarras base e linhas melódicas

* Dave Murray (Iron Maiden)
* Adrian Smith (Iron Maiden)

Baixistas

* Jimmy Bain (Dio)

Bateristas

* Vinny Appice (Dio)
* Frankie Banali (Quiet Riot)

Tecladista

* Claude Schnell (Dio)

Melhor do ano

Final de ano é a época em que revistas e websites fazem as suas listas dos melhores da temporada. O pouco tempo livre me impediu de acompanhar a cena em 2009. Mas, asseguro, qualquer escolha dos principais álbuns de rock pesado lançados na presente tranlação da Terra obrigatoriamente precisa conter "The Devil You Know", primeiro álbum de inéditas do Heaven And Hell (leia-se Black Sabbath sem Ozzy e com Dio nos vocais).

Pesado, cadenciado e técnico, com um bom álbum de heavy metal deve ser. Não é à toa que Tony Iommi é o criador do estilo (há quem diga que foi Jimmi Page e o Led Zeppelin e outro dia li em algum fórum qualquer um cidadão clamando para os Beatles a paternidade!! Ainda bem que vivemos em uma democracia). O trabalho é uma lição, uma nova lição para as inúmeras bandas que surgem a cada dia em todos os cantos do mundo.



"Bible Black" é um dos novos clássicos que Iommi, Ronnie James Dio, Geezer Butler e Vinny Appice criaram. A versão acima foi registrada ao vivo em Bonn, na Alemanha, em junho. Não resisti e incluí "Falling Off The Edge of The World", menosprezada canção do espetacular álbum "Mob Rules", da época em que os senhores citados acima percorriam o mundo defendendo o nome Black Sabbath.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Alerta

Assustador o ranking que mostra a incidência da Aids entre os municípios brasileiros com 50 mil habitantes ou mais. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2002 e 2007, nada mais nada menos do que 15 cidades catarinenses aparecem na listagem. O primeiro lugar é de Porto Alegre (RS).

Considero muito para um Estado cuja qualidade de vida é bem maior em relação a maior parte do País. Infelizmente, o investimento em campanhas preventivas é pífio, tanto por parte do governo federal quanto do estadual. A luta contra a Aids precisa ser permanente, constante, massiva e altamente articulada. Nada do que se fizer será suficiente.

Camboriú (2º)
Itajaí (4º)
Balneário Camboriú (9º)
Florianópolis (12º)
Criciúma (19º)
São José (21º)
Tubarão (24º)
Navegantes (37º)
Joinville (43º)
Blumenau (48º)
Palhoça (50º)
Biguaçu (70º)
Içara (74º)
Lages (75º)
Araranguá (100º)

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais
NOTA: (1) Casos notificados no SINAN e registrados no SISCEL/SICLOM até 30/06/2009 e SIM de 2000 a 2008. Dados preliminares para os últimos cinco anos.
POPULAÇÃO: MS/SE/DATASUS em no menu informações em saúde > Demográfica e socioeconômicas, acessado em 20/10/2009.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quem precisa de Freddie Mercury quando temos os Muppets?

O Fábio Martins twittou esta pérola ontem. Serviu para trazer memórias impagáveis dos muitos momentos assistindo os Muppets durante minha infância. O vídeo é hilário e a versão dos personagens maluquíssimos para "Bohemian Rhapsody", do incomparável Queen, é, no mínimo, histórica.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudade e medo

Passei ontem pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina, onde fui acompanhar meu assessorado, o secretário de Estado da Educação, Paulo Bauer, em uma entrevista para a TVAL. Para minha surpresa, encontrei a Sala de Imprensa - território da amada e idolatrada Jamile, a mãe de todos os jornalistas que cobrem a Assembléia - tomada.

Tinha coleguinhas que eu não via há meses. Todos esperando a coletiva da ministra da Casa Civil e candidatíssima à sucessão do presidente Lula, Dilma Roussef. Revi também vários políticos, povo que eu costumeiramente entrevistava durante minha vida de repórter. Confesso que, apesar de minha nova fase profissional ser muito agradável, como um novo aprendizado constante e com desafios para lá de instigantes, bateu a saudade. Não adianta, estou naquele grupo de profissionais da comunicação que fazem JORNALISMO pois querem fazer REPORTAGEM, desejam contar os fatos. Bons ou ruins.

Isto não é um lamento nem um arrependimento. A vida em uma assessoria de imprensa, ao contrário do que acreditam muitos coleguinhas, é tão boa em termos de desafio profissional quanto o dia-a-dia de uma redação. Mas, o tempo passa, e ser repórter - principalmente em Santa Catarina - é, infelizmente, uma etapa. Não dá para continuar por muito tempo sendo explorado e mal pago. Nem mesmo as benesses e o prazer que uma matéria sua publicada no dia seguinte conseguem suplantar isso.

Obviamente, não pude acompanhar a coletiva da candidata nem conversar com todos os colegas. Li os relatos nos jornais de hoje. Mas, se estivesse lá, iria perguntar à ela sobre a BR-101 Sul. Depois da passagem pela Assembléia, rumamos para Içara. Viajar por aquela rodovia, sra. candidata, é um desafio, um terror. Quanto tempo o governo federal levará para concluir aquela obra? Pouco ou quase nada se fala do PAC, pouco ou quase nada se fala sobre a BR-101 Sul, mas duvido que, se a candidata Dilma topasse ir de Florianópolis a Porto Alegre por aquele trecho, não tivesse alguma idéia de solucionar a questão. O clima é de terror e medo constante, com o excesso de veículos e os poucos trechos duplicados em contraste com as antigas vias, esburacadas.

sábado, 21 de novembro de 2009

Certas coisas não mudam

É. O jornal A Notícia é regional mesmo. Definitiva e infelizmente.
E, certas coisas, apesar da mudança de proprietários, continuam as mesmas. Edição deste sábado (ao menos a disponibilizada na internet) cita a vitória da equipe masculina de basquete de Joinville nos Jogos Abertos de Santa Catarina com amplo e total destaque. Nenhuma matéria sobre o título geral, conquistado por Florianópolis.

O registro coube ao colunista Maceió, com quem tive o prazer de cobrir algumas edições dos Jogos ele pelo AN e eu pelo extinto O Estado. Em 2005, já no AN Capital, fui colega de Maceió na editoria de Esportes.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Floripa sem O Globo

Florianópolis não é mais a mesma. Definitivamente. Descobri hoje que nenhuma banca da cidade recebe o jornal "O Globo". O Rio de Janeiro sempre foi o espelho, em décadas passadas, da capital catarinense. Ao menos é o que dizem experientes colegas, cronistas, blogueiros e outros menos cotados.

Tanto é que, garantem, a maior torcida por aqui é de um determinado clube carioca. Só não sei se a inexistência de "O Globo" nas nossas bancas é culpa da mudança de identidade florianopolitana ou da crise que o jornalismo impresso vive nos últimos anos. Seria um corte de despesas do jornal do Rio de Janeiro?