terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ótimas leituras

O colega Dauro Veras fez um freela para o jornal Valor Econômico. Colheu fatos e depoimentos de algumas das muitas vítimas da tragédia climática que devastou parte de Santa Catarina. Digo parte pois, do modo que a mídia nacional vem tratando o tema, parece que o Estado inteiro ficou - e ainda está - sob água pútrida e lama.

Mas, voltando ao tema... o Dauro - cujo ótimo blog está sugerido na listinha ao lado - deu um banho. Os textos podem ser lidos aqui e aqui. Recomendo ainda a leitura deste post, no qual o colega revela com maestria os bastidores da profissão de jornalista.

E por falar em política

Eu queria falar sobre Política. Tem tempo que não faço isso. Tenho saudade do assunto, mas, de longe, sem cobrir a editoria, e com a falta de tempo gerada pelo novo trabalho, ficou muito complicado.

Ultimamente, acompanho o cenário por meio dos blogs da raça e pelos três principais jornais de Santa Catarina. As notícias não me surpreendem, eram de certo modo previsíveis (ou você também subestimou a força dos praças da Polícia Militar catarinense?).

Mas, me parece, as informações são poucas. Falta mais apuração, mais investigação, falta mais reportagem. Faltam mais histórias. Quem vê com uma certa atenção pode até pensar que não existe oposição neste Estado. Ou será que os três principais jornais não dão voz aos opositores? Ok, eu sei qual é a resposta, mas... ah, deixa prá lá, para bom internauta, meio post basta.

É por estas e outras que a paulistada diz sem medo que, da divisa com o Paraná prá baixo, não se faz JORNALISMO.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Literatura em supermercado

Entre os dias da comemoração natalina em Jundiaí descobri uma pequena jóia da literatura nacional. Comprei "O Executante", de Rubem Mauro Machado, em um supermercado... por míseros R$ 9,90. Três contos exclentes que provam como histórias policiais são possíveis abaixo da linha do Equador.

O autor é jornalista, tradutor e escritor de oito livros. Com "A Idade da Paixão" ganhou o Prêmio Jabuti em 1986. Nem acabei a leitura, mas já estou "babando" por mais criações de Machado. "A Carícia da Serpente", conto que abre o livro, causou um baque e tanto. Quer seja pelo texto primoroso, quer seja pela crueza do final escatológico e verdadeiramente surpreendente. Sem contar que o colega conseguiu resumir em poucas páginas a verdadeira face da profissão jornalista. Muito diferente do que fantasiam as mocinhas ou que glamurizam os telejornais.

A edição é de 2000 é da Editora Record, dentro da "Coleção Negra", que trouxe às livrarias brasileiras algumas preciosidades da literatura noir. "Los Angeles Cidade Proibida" (James Ellroy), "O Colecionar de Ossos" (Jeffrey Deaver) e "A Região Submersa" (Tabajara Ruas), citando só alguns títulos. É clichê, mas há muito produto nacional de alta qualidade que, infelizmente, continua esquecido e desconhecido nas prateleiras de livrarias e... supermercados.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Contraste de Fim de Ano

Recebi no e-mail uma foto tirada pelo meu colega Lúcio Piton que, atualmente, trabalha no jornal A Cidade, em Ribeirão Preto (SP). Repórter fotográfico do melhor estilo, Piton foi meu contemporâneo na sucursal da Folha de S.Paulo lá na cidade do melhor chopp do Brasil.

Constantemente muito bem humorado, Piton também sempre foi dono de um olho clínico. Capaz de flagrar instantes como o da imagem abaixo. Daquelas imagens que nos fazem pensar. E repensar.

É época de felicidade para muitos. Dezembro, Natal, Ano Novo. Esperança e fé. Mas, para muitos, é só uma série de dias como os demais, sem nada para comer ou comemorar.

Foto: Lucio Piton/A Cidade

Contraste: Sim, é no Brasil

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sessão baladinha

E por falar em Faith No More, lembrei de "Edge Of The World", cuja poesia fala em...



"(...) Well sing and dance
And we´ll find romance
And we´ll stroll to the edge of the world (...)"



Santinha, tá valendo muito...

Papai Noel, em 2009 eu quero...

É dezembro. De novo. Inevitavelmente, sempre rolam aquelas listas de "Melhores do Ano", "Piores do Ano", "Prioridades para o ano que vem" e coisas deste tipo.

Fiquei pensando o quê eu gostaria de ver acontecer em 2009. Sei lá, acho que é o dia de hoje, 11 de dezembro. Fui com a namorada procurar nosso primeiro apartamento - vamos noivar e tals - e, por coincidência, é aniversário de 37 anos de casamento dos meus progenitores. Acho que ano passado eu escrevi um post sobre esta efeméride do "Seu" Jaime e da "Dona" Olinda. É um mixto de passado e futuro no presente, uma espiral - e, ok, eu confesso, gosto muito de empregar o vocábulo "espiral" - de emoções simultâneas.

Mas a divagação já está indo para um segundo parágrafo e não escrevi minha listinha de "Papai Noel, eu quero em 2009". Então, não necessariamente nesta ordem, vejamos...

* A volta do Faith No More com a formação clássica - Sim, com o Mike Patton nos vocais, para uma extensa tour que, OBRIGATORIAMENTE, passe por Florianópolis, com eles tocando o "The Real Thing", o "Angel Dust" e o "King For a Day, Fool For a Lifetime" na íntegra

* Campanha muito boa do Avaí na Série A com classificação para a Sulamericana

* o Bicampeonato do Inter na Recopa Sulamericana

* O Bicampeonato do Inter no Campeonato Gaúcho, novamente fazendo 8 a 1 na decisão, mas, desta vez, sobre uma outra determinada agremiação adversária

* O tetracampeonato brasileiro conquistado pelo Inter

* A reconstrução de Santa Catarina com a implantação de uma política eficiente para evitar catástrofes naturais

* O surgimento de um novo JORNAL em Santa Catarina, com cobertura ESTADUAL e salários DECENTES para seus jornalistas

* Continuidade da excelente fase profissional na carreira do titular deste blog iniciada no segundo semestre do corrente ano

* Continuidade da excelente fase pessoal iniciada no segundo semestre do corrente ano

* Que eu tenha mais tempo livre para ler BONS livros (incluindo aí vários do Dashiel Hammet, Érico Veríssimo, H.P. Lovecraft e Stephen King)

* Que todos os que me desejaram o mal sejam felizes e mudem de opinião

* Rever ao vivo Queensrÿche, The Gathering, Overkill, Judas Priest, Slayer, Megadeth, Grave Digger, Kreator, Stryper e o fuckin' Moonspell seria excelente

* Ver ao vivo - pela primeira vez, já que espero desde 1987!!! - o OverDose

* E o sucesso worldwide do Blakk Market

Né muito não, hein??

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Blumenau e Itajaí, duas semanas depois - Parte II

Fotos: Alessandro Bonassoli


















Blumenau e Itajaí, duas semanas depois - Parte I

Blumenau e Itajaí estão, aos poucos, retomando sua rotina. Nas ruas das duas cidades a aparência é menos traumática do que na semana passada. As pessoas, claro, não esqueceram da tragédia. Ainda há muito para ser feito.

O número de voluntários começa a diminuir, mas os donativos continuam chegando. Do alto, as imagens ainda assustam.

Fotos: Alessandro Bonassoli


















sábado, 6 de dezembro de 2008

Democracia aérea

Brasília, quinta-feira, 4 de dezembro de 2008.

No vôo das 19h30 para Florianópolis um retrato da política de Santa Catarina. Há algumas décadas, ninguém diria que no mesmo avião estariam representantes da Direita e da Esquerda. Nomes históricos nos respectivos partidos, uns se cumprimentando cordialmente, outros meramente por educação. Alguns, nem isso.

A lista de passageiros - aqui apresentada em ordem alfabética - incluiu:

- Angela Albino (PCdoB)
- Angela Amin (PP)
- Carmem Zanoto (PPS)
- Edinho Bez (PMDB)
- Ideli Salvati (PT)
- Neuto de Conto (PMDB)
- Paulo Bauer (PSDB)

Esse tipo de "convenção", obviamente, é muito comum. Semanal. Os que são deputados federais ou senadores vão e voltam todas as semanas para a capital federal. Os que são secretários de Estado, prefeitos ou vereadores, também são obrigados à constantes excursões a Brasília.

Para os que têm amizade, a viagem se torna menos monótona e irritante. Mas, àqueles que mal se falam, que volta e meia duelam nos plenários e por meio da imprensa, deve ser um teste de paciência ter que voar - talvez até ao lado - de algum desafeto da lida política.

Campeão solidário

Passei agora no site do glorioso Sport Club Internacional para comprar o meu presente de Natal. A grata surpresa foi descobrir que meu time é campeão também na solidariedade.

Fotos: Lucas Uebel/Divulgação/VipComm

Mais um: Depois da Libertadores, do Mundial Clubes FIFA, Recopa Sulamericana, o Internacional conquista a Copa Sulamericana, único clube do Brasil a ganhar TUDO!


Novo ídolo: Lauro, digno representante da tradicional escola de arqueiros colorados

No último dia 4, 109 toneladas de doações saíram do majestoso Beira-Rio para as vítimas da tragédia que devastou parte de Santa Catarina. Leia mais clicando aqui.

sábado, 29 de novembro de 2008

Mais relatos do caos

Meu amigo Celso Martins abriu as portas do seu blog para a cobertura da enchente que devasta Santa Catarina. Coletando fotos e textos que lhe são repassados por outros colegas, ele põe em prática suas duas profissões: jornalista e historiador.

Relato do caos

No post anterior afirmei que não iria apresentar detalhes sobre a calamidade que assola Santa Catarina. Mal sabia que no dia seguinte estaria na estrada rumo ao epicentro da devastação. No meio da tarde de quinta-feira fui chamado às pressas ao gabinete da Secretaria de Estado da Educação.

Por volta das 17 horas, eu, o secretário Paulo Bauer e o motorista Roberto estávamos na BR-101 em direção a Jaraguá do Sul, uma das cidades castigadas pela fúria da natureza. Seria uma viagem de inspeção nas escolas estaduais de lá, Blumenau e Itajaí. Para minha surpresa, o trânsito estava tranquilo e, no início da noite, estávamos na simpática e loura Jaraguá do Sul.

Perto da cidade, impressionava o número de barreiras que caíram. Dos dois lados da rodovia, a terra desceu em vários pontos. Em alguns trechos, tudo parecia que viria abaixo a qualquer momento. No município, a água já havia baixado. Falso alento ao vermos o local onde uma montanha de terra soterrou casas, famílias e uma revenda de automóveis. Imagens que o País inteiro assistiu pela TV. Foi impossível não se assustar com o fato de não ter sobrado nada. De existirem lá agora raros sinais de que antes ali havia vida.

Fotos: Alessandro Bonassoli

Do alto: perigo constante

Os maiores estragos, ficamos sabendo na Arena Multiuso de Jaraguá, foram na área rural, onde os colonos perderam simplesmente tudo. Palco de emoções esportivas, a Arena agora é uma fábrica de solidariedade. Em pouco mais de 20 minutos, presenciamos pessoas de todas as idades e classes sociais trabalhando sem parar no recebimento, separação e embarque dos donativos que chegam de todo o Brasil. É tanta gente querendo ajudar que os organizadores têm dispensado mão-de-obra. O ritmo é intenso e grupos de 200 voluntários se revezam a cada turno. Só na quinta-feira, 26 caminhões lotados de mantimentos, como água, comida e roupas saíram de lá rumo às demais cidades atingidas. Seriam outros 30 na sexta-feira.

Jaraguá é a melhor opção logística, pois os caminhões que chegam de outros Estados não têm como ir até Blumenau e Itajaí, por exemplo. Em Jaraguá do Sul, os cálculos iniciais, afirmou a vice-prefeita Rosimeiry Vasel, indicavam 1500 desalojados, mais de 360 barreiras caídas nas estradas da região e um desfalque de R$ 800 mil a R$ 1 milhão nas escolas.

Isso é pouco diante do que vi no dia seguinte, em Blumenau. Em uma reunião da Secretaria de Desenvolvimento Regional, onde estão alojados cerca de 200 policias militares, ficou claro que o caos era muito maior. Só nas imagens das escolas da região que foram afetadas, tive a impressão logo mais comprovada pelo secretário Paulo França. "O que está acontecendo agora é muito maior do que as enchentes de 1983 e 1984. Naquela vez, a água subiu e baixou. Agora, os morros estão caindo", contou com a experiência de quem era secretário de obras durante as duas históricas cheias dos anos 80.


Sujeira: Após os estragos, o mau cheiro da lama

Como fui até lá para registrar o problema nas unidades de ensino, vi apenas de longe o restante do problema. Avenidas inteiras tomadas pela lama, cenário de guerra - como escreveram os colegas do Diário Catarinense. Na Escola Victor Hering, PMs trazidos para ajudar nos reparos e no controle da situação estão alojados com moradores que não têm mais para onde voltar. Curiosamente, o prédio também sofreu com as chuvas.


Símbolo: Nem a bandeira do Brasil escapou

Na Escola Adolpho Konder a lama tomou o ginásio de esportes, a água estragou móveis e equipamentos. Localizada em frente a um cemitério, a unidade precisará passar por um severo trabalho de higienização, pois a água que enxarcou o Campo Santo desceu direto de encontro aos fundos do ginásio.


Alternativa: Erguer os móveis é o recurso

Durante uma reunião no gabinete do prefeito João Paulo Kleinubing, ele tentava demonstrar controle ao expressar fatos aterrorizantes. "Estamos falando em um ano de abrigamento para as vítimas, pelo menos", afirmou. Cercado por assessores, técnicos, bombeiros e políticos que debatiam como alojar tanta gente. Afinal, houve bairros em que várias casas desapareceram. Atrás dele, colado na parede, um mapa do município mostrava vários locais com os quais a comunicação ainda não fora estabelecida.


Desolação: Esqueceram de mim

O imponente prédio da prefeitura de Blumenau é um retrato da situação caótica da cidade, do Estado. Ao sairmos do elevador, topamos com uma equipe do SAMU da Paraiba, que havia recém chegado e já recebia instruções para ir a campo trabalhar no resgate das vítimas. A ante-sala do gabinete do prefeito e a sacada ao seu redor estavam tomadas pela imprensa. Apresentadores, repórteres e cinegrafistas de todo o Brasil transmitindo ao vivo as últimas notícias. Lá fora, ao menos, era um sol maravilhoso, que trazia aquele calor insuportável que só quem já foi a Blumenau conhece. Infelizmente, hoje já choveu novamente.


Sina: Ao fundo, o rio que deu vida e agora traz a morte

Nos olhos das pessoas abrigadas nas escolas da cidade a expressão é de medo. Angústia e desespero. Algumas crianças brincam, talvez alheias aos fatos. Mas seus pais e irmãos nem choram mais. Muitos olham para quem é de fora com um ar de súplica, ainda mais intenso do que os, desafortunadamente, já tradicionais moradores de rua que perambulam pelas cidades de porte médio e grande de Santa Catarina. Uma adolescente de uns 13 anos usava a tomada de uma sala de aula para ligar seu rádio. Ouvia uma música qualquer, ainda atônita. Acompanhava a letra da música sem emitir sons, apenas movendo seus lábios, enquanto olhava seriamente em frente, para o nada.


Perigo: Toda atenção não é o suficiente nas rodovias

A ida para Itajaí acabou adiada, talvez para a próxima terça-feira. Certamente, pelo que contam e mostram os colegas de imprensa, lá o drama é ainda maior. Outros olhares sem direção aguardam.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Manchetes e manchetes

Não vou falar do drama que as enchentes causaram em Santa Catarina. Nem da tristeza e da comoção que a tragédia causa. Tragédia provocada por nós mesmos, que degradamos o meio-ambiente, não mudamos nosso comportamento arcaico e não elegemos administradores com capacidade e vontade real e efetiva de criar sistemas de precaução contra catástrofes.

A cobertura do desastre vem sendo muito bem feita por meus vários colegas nos jornais impressos, nos telejornais, nas rádios e nos blogs (alguns destes últimos, por sinal, estão na lista de links ao lado). Basta acessar, ler, assistir e ouvir para acompanhar o desenrolar dos fatos que mudaram a história de Santa Catarina. Fica aqui a solidariedade deste blog às famílias das vítimas que perderam a vida e àqueles moradores - sendo catarinenses ou não - que perderam tudo ou parte do que possuiam.

Enquanto jornalista, repórter, editor e chato por natureza, não pude deixar de notar a diferença das coberturas dos jornais considerados "maiores" no Estado. Fica clara a oposição ideológica dos periódicos do grupo RBS contra a daquele que pertence ao grupo RIC Record. Digo isso analisando meramente as manchetes de capa, não o teor das reportagens.

É nítido que Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina e A Notícia optaram por chamadas alarmistas, de forte impacto visual e opinativo. Para não dizer sensacionalista. O tom foi de "catástrofe", "desolação", "cenário de guerra". Mas é preciso registrar que o AN mudou o tom em sua edição de hoje.

O Notícias do Dia, por outro lado, enveredou pela velha, boa e recomendável seara da NOTÍCIA, do hard news, indicando fatos concretos e não temas evasivos e simplórios. Hoje, a idéia era de mudança, de elevar o moral. Algo mais positivo.

Não fica aqui nenhuma crítica ao grupo RBS. Compreendo a opção dos editores-chefes dos três jornais. É válida também apesar de, talvez, ser desnecessária. Também não é um elogio o que digo sobre o Notícias do Dia, mesmo que eu tenha trabalhado lá até o último mês. O fato puro e simples é que eles escolheram o método que me agrada mais, jornalisticamente falando.

As diferenças ficam claras nas manchetes - dos jornais que tive acesso nestes dias - na lista abaixo:


Notícias do dia

Terça-feria, dia 25

"Já são 64 os mortos pela enchente"

Quarta-feira, dia 26
"Hora de Recomeçar"

Jornal de Santa Catarina

Terça-feira, dia 25
"Ajude"

Quarta-feira, dia 26
"A pior catástrofe"

Diário Catarinense

Terça-feira, dia 25
"Desolação em SC"

Quarta-feira, dia 26
"Cenário de Guerra"

A Notícia

Segunda-feira, dia 24
"Foi o caos"

Quarta-feira, dia 26
"Hora de ajudar"

domingo, 23 de novembro de 2008

As chuvas e a Educação II

Uma das grandes dúvidas dos catarinenses - principalmente aqueles que estão nas áreas atingidas pela enchente - é se as escolas vão funcionar amanhã. Até o momento, NÃO há uma confirmação se haverá a necessidade de se suspender as aulas em todo o Estado ou somente nos municípios isolados.

A Secretaria de Estado da Educação estuda a situação e uma decisão deve ser tomada até o final deste domingo.

As chuvas e a Educação

O blog abre espaço para uma nota da Secretaria de Estado da Educação em função das chuvas que caem em Santa Catarina:


Secretaria de Estado da Educação cancela curso em Laguna


A Secretaria de Estado da Educação informa que o Curso de Capacitação para Educadores, que seria realizado na próxima semana, em Laguna, foi cancelado em função das condições precárias da BR-101, provocadas pelas fortes chuvas que ocorrem em Santa Catarina. Não há previsão para uma nova data. Organizado pela Diretoria de Desenvolvimento Humano da secretaria, a capacitação envolveria 140 assistentes técnicos da Grande Florianópolis, além de outros 34 da própria Secretaria.

Segundo a diretora de Desenvolvimento Humano, Elizete Mello, este seria o primeiro pólo do Estado onde aconteceria o curso que contemplará outros seis em 2009, visando atender todas as escolas da rede pública estadual. Sua importância está no fato de que os assistentes técnicos em Educação (antes secretários de escola) se aprofundem em questões administrativas da unidade escolar, gerando uma gestão pessoal mais eficiente.

Democracia chinesa

A primeira vez que ouvi Guns´N´Roses foi em 1987. Isso me lembra que:

a) estou ficando velho
b) a banda era uma ilustre desconhecida

A curiosidade por conhecer o tal grupo veio após a leitura de uma matéria sobre o grupo de Los Angeles na revista Rock Brigade (ou seria na extinta Metal?). Me agradou o texto, que citava Led Zeppelin e Aerosmith como principais influências daqueles caras com visual extravagante e desnecessário. E eu já pensava assim por ser fã da simplicidade do jeans surrado e camiseta difundido pelos meus ídolos do thrash metal, como Metallica, Testament e Megadeth. Mas o Guns era um grupo de rock and roll e nada mais rock and roll do que aquele ar "doidão de shopping center".

Curiosamente, mesmo sem a existência de YouTube, MySpace, internet e CD, logo chegou às minhas mãos uma fitinha K7 com parte do álbum "Apettite For Destruction". Ficou claro que seria mera questão de tempo para que "Sweet Child O´Mine" fosse parar nas rádios. E me agradou o fato de um grupo que estaria muito mais para o glam metal do Mötley Crüe do que para o peso do Slayer soar tão pesado. "Rocket Queen" e "It´s So Easy" tornaram-se de imediato favoritas aqui em casa.

E aí o tempo passou quase que imediatamente. Eles estouraram, abriram portas para o rock pesado, garantiram o último respiro na cena mainstream antes da praga grunge, ganharam milhões, menininhas tiveram orgasmos solitários por causa dos agudos gritos de W. Axl Rose e suas insuportáveis reboladas, a modernidade se instalou de vez e tudo acabou. O líder do grupo se provou mais um artista megalomaníaco e os bons músicos que o acompanhavam saltaram fora. A banda caiu no ostracismo e virou motivo de piada. Tudo por causa de "Chinese Democracy", seu futuro novo álbum que parecia ser meramente uma mentira.

No hiato desde 1993, quando "The Spaghetti Incident?" chegou as lojas, o tal novo trabalho se transformou em uma promessa de bêbado. Mas, eis que agora, em 2008, a promessa virou realidade. Algumas faixas haviam sido apresentadas na terceira edição do Rock In Rio, outras vazaram na internet. A versão oficial está à venda a partir de hoje. Ouço agora "Chinese Democracy" no MySpace da banda e entendo o motivo pela óbvia falta de unanimidade sobre as 14 faixas. Um exemplo é a crítica favorável da Rolling Stone original e a malhação imposta pela versão brasileira da revista.

É um bom disco de rock. Ponto. Não chega sequer perto de "Apettite For Destruction", "G´N´R Lies" ou "Use Your Illusions I" e "Use Your Illusions II". Mas tem qualidade. E, claro, não é o Guns´N´Roses propriamente dito, mas um grupo com o vocalista da banda. Também não poderia se esperar que Axl Rose gravasse músicas que fossem meras cópias do que ele compôs com seus velhos parceiros. As características estão lá, as baladas orquestradas também, é claro. As influências de Led e Aerosmith idem. Mas os tempos são outros, a década é outra e determinados artistas tendem a tentar acompanhar as transições da cultura, do mundo, da humanidade. Ainda bem que AC/DC e Motörhead não fazem isso.

Irrita um tanto o flerte do Guns atual com as modernidades, com arranjos puramente eletrônicos. Mas não é nada assim tão detestável. O importante é ouvir antes de comentar. Agora, se Axl não fosse tão babaca quanto é, teria evitado toda esta propaganda negativa, se não fosse adepto da "democracia" chinesa, teria feito concessões, não seria um ditador da banda que tomou para si. O cara gastou milhões de dólares para gravar um disco bom, mas mediano. E tanta gente passando fome...

Não duvido que, se ele quiser ir para a estrada, os shows vão lotar e ele vai faturar. Eu espero ver Axl e seus contratados tocando "It´s so Easy" e "Rocket Queen". Muitos coleguinhas da imprensa estão torcendo o nariz para "Chinese Democracy". Só lamento. Mas isso é democracia.

sábado, 22 de novembro de 2008

Transporte urbano

Eu andava pensando em comprar um carro para ir trabalhar.

Mas, depois de 50 e tantos dias de chuva, me pergunto se não seria uma idéia melhor adquirir um jetski ou uma lancha. Talvez uma simples canoa. É o fim dos tempos, só pode. Tanta água assim deve ser castigo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Uma imagem fala mais do que...

Quebratudo, Frank Maia!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um País sem educação, de gente ruim e sem-vergonha

Vivemos mesmo em um país ruim. Ou melhor, feito por pessoas ruins. A novidade dos últimos dias foi a descoberta de turmas "fantasmas" em uma escola de São José, na Grande Florianópolis. Ontem, o colega Michael Gonçalves, do jornal Hora de Santa Catarina, me ligou na assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação querendo entrevistar alguém da Casa sobre o tema.

Em meio à correria do dia, fui no automático e procurei a fonte que falaria com ele. Só horas depois é que me caiu a ficha: o quê diabos é uma turma fantasma? Hoje, a diretora de Desenvolvimento Humano, Elizete Mello, que foi até à Escola de Educação Básica Wanderley Júnior iniciar a apuração dos fatos, me explicou que a ação consiste basicamente em criar turmas inexistentes para ganhar direito à contratação de mais professores temporários ou alterar a carga horária dos efetivos. Mas, de acordo com ela, ainda podem existir outros motivos sombrios e execráveis por trás da manobra.

Não deu outra: o secretário da Educação, Paulo Bauer, mandou tirar o cargo dos envolvidos no caso. Foram afastadas de suas funções a diretora Salete Bressanini Decker e suas assessoras Vera Lúcia Lostada e Maria Scottini Testoni. A denúncia do Hora de Santa Catarina apontou três turmas fantasmas. Na verdade, confirmou-se agora à tarde, eram seis. "A Secretaria já instalou processo disciplinar para apurar todos os detalhes e, dependendo do envolvimento e da gravidade dos fatos, as profissionais, que são efetivas no quadro do magistério, correm o risco de serem exoneradas do funcionalismo público de Santa Catarina. De acordo com a diretora de Desenvolvimento Humano, a decisão tem como respaldo o Artigo 167, do Estatuto do Magistério, que considera infração punível com pena de demissão uma série de irregularidades", diz o press release que encaminhei para a imprensa.

Em um país que pais jogam a filha da janela, mães dispensam recém-nascidos em córregos, maridos "deixados" assassinam as ex-mulheres, árbitros de futebol manipulam resultados de futebol para ganhar dinheiro, desviar verba dos cofres públicos que devia ser investida na educação das futuras gerações praticamente soa como algo natural.

Revoltante é pouco.

Charge from outer space

O Frank Maia dá um banho!


Astronômo diz que círculo em plantação no Oeste de Santa Catarina é brincadeira.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Centro Integrado de Infrações

Flagrante costumeiro no Centro Integrado de Cultura (CIC). Apesar da placa de estacionamento proibido (nos dois lados da via), os motoristas não se importam. Deixam seus veículos na frente do local. E olha que esta foto nem foi tirada em dia de espetáculo. Era o meio da tarde de uma quarta-feira qualquer.

Foto: Alessandro Bonassoli

Sem multas: Código Nacional do quê?

Não sei se a Guarda Armada Municipal de Florianópolis costuma passar por ali. Mas, quando for, vai faltar bloco de multa.

domingo, 9 de novembro de 2008

Quebratudo, Tricolor!

Está decidido. Este blog vai torcer para o título do Campeonato Brasileiro de 2008 ser do Tricolor. Paulista, obviamente. Peço perdão aos amigos e leitores corintianos, palmeirenses e santistas, mas este ano é a vez do São Paulo.


Adversário leal: Rafael Sóbis comemora o gol que encaminhou a conquista da América em 2006

Além de ajudar na corrente para evitar que o título nacional fique em "mãos erradas", ainda apóio o clube para o qual a patroa torce. E, lógico, o São Paulo é um clube-irmão do glorioso Sport Club Internacional. É sempre bom lembrar do quanto o tricolor paulista valorizou nossa conquista da Libertadores de América, em 2006. Foi um adversário leal e brilhante, portanto merece a torcida agora nesta reta final para ficar com o tricampeonato consecutivo e o sexto em sua história.


Bons tempos: Que saudades daquela equipe

sábado, 8 de novembro de 2008

Técnica de venda

Na volta das compras, no Centro de Florianópolis, hoje à tarde, minha mãe resolveu comprar morangos. Bem em frente ao Ticen, ali no "bandeiródromo" da campanha política, dois vendedores enchiam os bolsos com a grana da turma que não resiste aos prazeres que só os morangos oferecem.

- Quanto tá o morango?
- R$ 1,25 a caixa, dona.
- Mas é bom? Tá com uma cara meio estranha
- Dona, é tão doce que a Portobello tá comprando para fazer açúcar.

Três caixas vieram parar na geladeira aqui de casa.

O que nos resta em 2008

A vitória de 2 a 1 do Internacional sobre o Boca Juniors não foi assim "épica" como muitos vêm dizendo. Sou Colorado, mas "pé no chão" é algo salutar. Derrotamos o melhor time da América do Sul duas vezes, mas era a equipe reserva deles. No confronto de ida, em Porto Alegre, foi uma dificuldade imensa. Agora, é óbvio que estou comemorando. Afinal, qual foi o último clube brasileiro que derrotou o Boca na Bombonera? Cartas para a redação...

Crédito de Foto: Alexandre Lopes/VipComm/Divulgação

Quase xará: D´Alessandro leva pânico à zaga rival

E derrotar argentinos não tem preço. Ainda mais um clube da magnitude do Boca Juniors, o maior "bicho papão" de títulos no continente. Um dos destaques alvirrubros foi meu quase xará, D´Alessandro, que jogou com um ânimo a mais. Afinal, é cria do River Plate, rival do time azul e amarelo. Este gringo joga muito e foi um dos poucos acertos da diretoria colorada no ano.

Enquanto isso, "eles" estão tentando descobrir o que deu errado, como estão perdendo o título brasileiro que estava "garantido". O Inter vai às semifinais encarar o Chivas, time mexicano com nome de whisky. Meu time ainda não me convence. Sou sempre muito pessimista, afinal foram quase duas décadas de sofrimento constante. Mas que venha o título, pois é o que nos resta em 2008. O clube iniciou a temporada como um dos grandes favoritos à conquista do Campeonato Brasileiro e naufragou no meio do caminho. Decisões equivocadas na hora de vender e comprar jogadores, a contratação de um técnico irregular - nem vou levar em conta o fato do cara ser ligado à "eles" - criaram um time apático, insosso, burro. No papel, um elenco ótimo, na prática, um grupo pior do que muito clubinho de segunda categoria.

Críticas e lamentações prá lá, que venham os mexicanos!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quem disse que tecnologia é ruim?

De uns meses para cá resolvi me render à prática do download dos seriados de TV sem esperar pela estréia no Brasil. Não sou favorável à pirataria, mas sou muito mais contrário à demora dos canais pagos em nos mostrarem as novidades.

Mas a ansiedade e a curiosidade pelos novos rumos de "Prison Break", "Burn Notice", "Heroes", "Smallville" e "Californication" - em breve de "Lost" e "24 Horas" - me dominaram. Derrubei minha ideologia e abracei às facilidades que a tecnologia permite. Sou, como certamente já disse neste blog, antiquado e tradicionalista. Costumo demorar muito, mas muito mesmo, a entrar "na moda".

Eu já vinha fazendo isso com menos intensidade há alguns meses. Estava testando, talvez. Testando se iria mesmo contra o que sempre defendi. Descobri alguns sites que oferecem praticamente todas as séries de TV já produzidas, ativas ou canceladas, tudo com legendas ou na versão original. Foi assim que revi "Túnel do Tempo" e "Planeta dos Macacos" e estou acompanhando "Roswell" e "Invasion", que, à época de sua exibição não pude ver por não contar com as mordomias que os canais pagos disponibilizam.

"Burn Notice" foi uma das ótimas novidades que assisti neste ano. A primeira temporada me agradou bastante. E a segunda está ainda melhor. Bom texto, humor na dose certa, clichês bem administrados e o visual impactante de Miami. Jamais havia pensado que aquela cidade pudesse ser assim tão atraente.

"Californication"... foi algo bem semelhante. Mas neste segundo ano estou começando a ficar dividido. Acho o texto explícito demais. Palavrão demais, cenas de sexo demais (claro, sexo insinuado). Mas a interpretação do Agente Mulder.. ops! do David Duchovny... é, a cada novo episódio, ainda mais impagável, além do texto ser excelente. Santa contradição!

"Prison Break", por outro lado, é o que há de melhor. Quando eu pensava que os roteiristas já não tinham mais para onde levar a trama "fuga de presídio", eles surpreendem novamente. Mesmo que tenham se afastado completamente do fator presídio. Agora os personagens estão presos... na rua! Só vendo para compreender.

Enquanto a namorada não está aqui para assistir comigo e eu ainda consigo um pouco de tempo livre após o advento do novo emprego, vou me divertindo. Mas haja paciência para o retorno de Jack Bauer e da turma daquela ilha... a matriz de Florianópolis.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um novo desafio

Faltou dizer que o emprego novo é, na teoria, desde o último dia 27 de outubro - quando a nomeação foi publicada no Diário Oficial - e, na prática, desde segunda-feira, na Secretaria de Estado da Educação.

Sou o coordenador da assessoria de comunicação da Secretaria. Isso, claro, é apenas um título formal. Na verdade, sou mais um integrante da equipe que lá atua há anos, fazendo um trampo muito bem feito, por sinal. É um desafio que já se mostrou ser, muito provavelmente, o maior da minha carreira. O trabalho lá é uma roda-viva aparentemente interminável. E, para minha surpresa, estou adorando isso.

O preço a se pagar por esta nova fase, obviamente, foi deixar o jornal Notícias do Dia. Algo que fiz com dor no coração. Fiquei um ano no projeto que é fundamental para o jornalismo de Florianópolis e, espero, seja para o jornalismo de Santa Catarina. Foi ótimo participar do processo de consolidação do periódico que acabou assumindo o vazio deixado pelo saudoso AN Capital. Ficam lá amigos, vários (novos e antigos) colegas. Comigo vêm a experiência adqüirida, o conhecimento que ganhei cobrindo Política e o orgulho das várias boas coberturas que fizemos.

Mea culpa

Hoje é aniversário da namorada. Só consegui falar com ela agora pouco, 10 da noite. O dia foi caótico e corrido. Pensei em enviar uma mensagem pelo celular, mas achei que iria ficar impessoal, ou frio, ou distante. Isso, para quem namora à distância, é um problema.

Pensei em enviar um e-mail ou um cartão virtual. Não! Frio demais. Melhor telefonar. Mas, se fizesse isso durante o dia, teria que ser corrido, só um "Oi, amada! Feliz Aniversário. Preciso desligar". Ela, claro, iria detestar. A doidêra do novo emprego não me deu um segundo de descanso, das 10h às 19h. E antes disso, no início da manhã? Por qual motivo não me manifestei? Perdi a hora. Ainda não me encontrei neste Horário de Verão e a última noite não dormi nada por causa do calor. Ah, teve ainda o primeiro dia no emprego novo, outra maratona.

Deixei para ligar quando chegasse em casa, com calma. Foi um erro. Ela ficou triste e decepcionada. Achou que eu havia esquecido da data. Tem certeza que só lembrei ao acessar o Orkut, enquanto livaga prá ela. O que fazer? Cartas para a redação!

Sil, Namoradavilhosa, eu não esqueci d´ocê. Mas cometi (mais um) erro.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Para o bem ou para o mal

Agora não tem mais volta. Nestes últimos dias há pouco o que se fazer para tentar derrotar o adversário. Praticamente tudo o que Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) podiam utilizar como arma contra o rival, já o fizeram.

Somente um milagre vai mudar o destino dos dois candidatos à prefeitura de Florianópolis. Tenho certeza que o resultado está definido, para o bem ou para o mal da capital catarinense. Não votarei neste segundo turno. Viajo sexta-feira à noite para Jundiaí (SP), onde vou visitar minha doce namorada - e, espero, muito em breve futura senhora Bonassoli. Chegou a hora de tirar uma semana de férias, algo que não tenho há quatro longos anos. Ninguém é de ferro, então, não hesitei em abrir mão do meu sagrado direito do voto.

Na matéria abaixo, eu e o Marcelo Tolentino tentamos mostrar como é um dia. Ou melhor, parte de um dia dos candidatos. Haja perna e preparo físico. Quem diz que ser político é fácil ainda não experimentou fazer uma campanha. E olha que foi somente uma manhã de trabalho! Estes doidos fazem isso por quase três meses. E é preciso muita paciência para tolerar cidadão reclamando, gente histérica querendo beijar, abraçar, agarrar, tirar fotografia, vento, chuva, sol, sede, fome, barulho, buzinaços...



Na caminhada que acompanhei o ponto alto não foram estas situações que citei no parágrafo anterior. O prefeito licenciado até pode ser o personagem principal, mas o vereador reeleito Deglaber Goulart é, sem dúvida, o mais engraçado.

O homem não pára de fazer piada nem um minuto. Foi assim quando duas adolescentes gêmeas quiseram ser fotografadas ao lado do prefeito:

- Dário, as meninas querem uma foto!

O prefeito sorri, abraça as joves e lá vai retrato.

- Dário, a dona Rose vai ficar com ciúmes! - Emendou Deglaber, para riso de todos, inclusive da mulher do prefeito.

Mais adiante, ao notar o colega e candidato a vice-prefeito, João Batista Nunes de um lado para outro acenando para as pessoas e apoiando Berger no contato com o eleitorado Deglaber faz nova investida:

- João Batista, anda! Não fica parado aí! Se mexe, homem!

Só assim, com bom humor, para tolerar quase três horas de caminhada.

E viva Desterro!

No último dia 22, também conhecido como quarta-feira passada, recebi a grata visita do meu amigo João Werner Martins, filho do não menos ilustre Carlos Damião. João deixou um recado perguntando se ando cobrindo apenas Política e se deixei o glorioso Desterro Rugby Clube de lado.

João, meu caro, isso nem é pergunta que se faça. Não cubro mais Esportes, mas continuo torcedor do tricampeão brasileiro. E volta e meia eu cobro dos colegas "esportivos" lá no Notícias do Dia um espaço adequado para o rugby. Por sinal, semana passada, se não me engano, o Arthur Virgílio emplacou matéria de página inteira. Claro, daquelas básicas, explicando o que é a modalidade e um breve histórico do espetacular time de Florianópolis. Mas, segundo me garantiram, a idéia é passar a acompanhar as sempre instigantes campanha do clube.

Honestamente, dos bons tempos de cobertura no esporte em O Estado e, depois, em A Notícia, as matérias sobre o Desterro estão entre as poucas que me dão saudade. Em 2008 a equipe ficou em terceiro lugar no Brasileiro. É pouco diante do potencial que os guerreiros verde-rubros têm. Mas, diante do irrisório apoio que a modalidade recebe dos governantes, é um resultado para lá de espetacular.

Quebratudo, Desterrão!!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Imagem histórica

A assessoria de imprensa da coligação Amo Florianópolis (PP/PTB) divulgou nesta tarde uma foto histórica. A imagem, de 1992, mostra o atual prefeito da Capital, Dário Berger, ao lado de seu rival na disputa pela vaga no comando da cidade, Esperidião Amin.

"Dário Berger foi eleitor de Esperidião Amin até a eleição de 2002, quando o atual candidato da Amo Florianópolis à Prefeitura de Florianópolis perdeu a eleição para o Governo do Estado", diz uma singela mensagem enviada por e-mail para este jornalista e mais alguns colegas da imprensa florianopolitana.

É uma prova de que Amin não mentiu no último debate da RIC Record, domingo passado, quando mencionou o fato. Berger, negou. Não vai minimizar os estragos que a carta divulgada por Jorge Konder Bornhausen desmentindo uma série de afirmações que Amin fez sobre a autoria de obras como o Terminal Rodoviário Rita Maria e a avenida Beira-Mar Norte, por exemplo. Mas serve como mais lenha para os últimos momentos da fogueira em que se transformou o pleito aqui na vila de Nossa Senhora do Desterro.

Foto: Divulgação

Passado: Diga-me com quem andas que te direi quem és

Sem mulheres

Um título alarmante o deste post. Imaginem um mundo sem mulheres. É impossível. Ou melhor, nem existiria um mundo por causa das óbvias implicações biológicas. Só com espermatozóides a humanidade não teria existido. Bem, com eles a pobre humanidade já quase foi extinta umas trocentas vezes.

Todo este nariz de cera para resgatar uma matéria recém publicada no jornal Notícias do Dia. Os ilustres vereadores da Capital não terão mais a oportunidade de atuar ao lado de uma colega. Pelo menos, nos próximos quatro anos, Florianópolis voltou a ficar sem uma vereadorA. Bem mais do que o desespero da ala masculina heterosexual e maior do que as piadinhas machistas, a situação é grave. Como muito bem observou uma das entrevistadas para a matéria abaixo, vai faltar sensibilidade nas decisões do legislativo municipal.

Mas se as mulheres são a maioria na nossa sociedade como é que não dominam o mundo? Como não se elegem? Em eras de tantas conquistas, de quebras de tabus, como elas não estão no controle? Será que vale a velha máxima "mulher não vota em mulher"? Algumas militantes do cenário político catarinense concordam. Outras discordam totalmente. Fica a discussão em aberto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Mesmice

Participei ontem do meu último debate na campanha de 2008. Outra vez, saí decepcionado. Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP), de novo, simplesmente não responderam as perguntas feitas por mim e pelos demais colegas.

Os dois candidatos enrolaram, enrolaram, e nos deixaram ali parados, sem resposta. Como o formato do programa não permite réplicas ou tréplicas para os jornalistas, era impossível cobrar "mas o senhor não me respondeu". Ambos optaram por duas estratégias: ou desviar o assunto ou utilizar o espaço para rebater críticas do adversário.

Fotos: James Tavares/Notícias do Dia

Berger: Um desempenho melhor

O Carlos Damião fez um acompanhamento "minuto a minuto" do debate. Está bem próximo do que aconteceu. Recomendo uma visita no blog dele para conferir. Na minha opinião, finalmente o prefeito melhorou sua performance. Ainda está muito longe do ideal, mas ficou menos nervoso que em todas as oportunidades anteriores. Reagiu até que bem nas críticas de Amin, mas, infelizmente para ele, não conseguiu vencer o debate.


Bastidores: Candidatos recebem orientação de suas equipes

Amin, como habitualmente faz, foi muito bem. Raciocínio rápido, memória privilegiada, discurso afinado, uma retórica à beira da perfeição. Mas, lamentavelmente, ambos desperdiçaram outra preciosa oportunidade de apresentar idéias, propostas novas. Limitaram-se ao duelo particular de troca de agressões e a contar as propostas que todos já estão cansados de ouvir.


Memória: Amin manteve a performance habitual

Foi menos cansativo do que os debates do primeiro turno. Mas ainda tenho dúvidas se a fórmula deste tipo de discussão é mesmo positiva. Muito pouco se apresenta, as discussões não têm o nível ideal e o eleitor, invariavelmente, sai sem saber o que fazer na hora de votar.

Charge do Dia



Frank Maia, como sempre, indo direto no nervo. Nas próprias palavras do artista:

"menino arrastado, menina atirada pela janela,

seqüestro de meninas por muleque...dá ibope."

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quem são eles?

Quem são os dois homens que tentam voltar ao comando da capital catarinense? Este foi o desafio proposto pelos editores do jornal Notícias do Dia para nós, repórteres de Política da publicação. Eu e o colega Marcelo Tolentino conversamos, respectivamente, com Dário Berger e Esperidião Amin por algumas horas. Poucas horas. O máximo que a tumultuada agenda de um candidato permite às vésperas da decisão.

As impressões que coletamos estão nos arquivos abaixo. A idéia não era falar de política, acusações, propostas ou relembrar o que ambos já fizeram em suas carreiras como adminitradores públicos. A intenção era mostrar um pouco do dia-a-dia, as origens, o envolvimento com as suas famílias. Deixar de lado o político e revelar o cidadão. Obviamente, em uma única página - ainda mais em jornal de formato tablóide - é impossível desvendar tudo. Mas a experiência foi riquíssima e, ao menos no meu caso, muito engraçada.

O candidato que acompanhei, Berger, é muito bem humorado. Um ser apaixonado pela família e que demonstra muito orgulho dela e da sua prória história. Mas não de um modo arrogante. Tenho cá minhas muitas críticas à primeira gestão dele, não lhe concedi meu voto, mas é possível, sim, separar o político do cidadão. Gostaria de ter tido a chance de fazer a mesma matéria com Amin, tenho certeza que seria outra experiência única. E isso, meu amigo Tolentino comprova. Para quem não leu a edição do final de semana passado do Notícias do Dia, boa leitura. Aos que leram, eis mais uma chance.

Faltou dizer que na foto do time de futebol, o atual prefeito está agachado, na direita. "Eu era um belo jogador", me garantiu ele. E é preciso afirmar também que a informação da aposentadoria do ex-governador é um furo de reportagem do Tolentino. Foi ele o primeiro a levantar a informação.



Exercícios de imaginação

Numa daquelas tradicionais rodinhas de jornalistas durante as pautas, a colega Adriana Baldissarelli - que atualmente presta serviço para o PMDB - levantou uma interessante teoria. O assunto veio ontem, no mesmo evento de apoio à candidatura da sigla, mencioado em posts anteriores.

O assunto chegou também ao blog do Cacau Menezes e rendeu por lá um certo bate-boca.

Na avaliação da Adriana, caso o prefeito Dário Berger se reeleja, Angela Albino, que concorreu pelo PCdoB, passaria a ser o nome mais forte para a próxima eleição. A boa votação em 2008 a catapultaria para o status mais elevado de oposição. Em 2012, Dário não poderá se reeleger (se ele concluir o mandato, claro). E Amin vem alardeando que está é sua última eleição (então tá, creia eleitor, creia!).

Não sei. É muito tempo até lá. E Cesar Souza Junior, por não ter se submetido à determinação do DEM e manter a neutralidade no segundo turno, vai se fortalecer também. Não acredito que o PT, por sua vez, consiga - finalmente - se superar. E, se o fizesse, seria uma repetição do erro de não se coligar com todas as ditas esquerdas. Então, neste momento, Angela e Cesar têm condições de crescer na próxima contenda. Mas é cedo demais. E eu ainda acho que o PCdoB pode tentar uma chapa ao governo estadual em 2010. Neste caso, Angela, obviamente, seria o nome mais apropriado. Mas tudo isso é mera especulação, exercícios de imaginação.

Imagem que fala

Foto: Hermínio Nunes


A imagem fala por si só. O impacto visual e os sentimentos que este retrato traz à tona são fortes. Com esta imagem, o colega Hermínio Nunes ganhou Menção Honrosa no concurso Vladimir Herzog. "Limpeza na Penitenciária" foi feita durante uma operação no Presídio de São Pedro de Alcântara, em setembro de 2007.

Trabalhei com o Hermínio no início da minha carreira, no extinto jornal O Estado. Um profissional excelente que faz falta em qualquer redação. Atualmente, presta seus serviços ao Grupo RBS. Parabéns, meu velho!

Piriquito e a transição

O deputado estadual Edison Piriquito continua vivendo a euforia da vitória em Balneário Camboriú. Ontem, ao chegar no evento de apoio à candidatura do seu partido na Capital, não parou de receber cumprimentos dos correligionários que vieram a Florianópolis para o afago coletivo na campanha de Dário Berger.

Foto: Eduardo Guedes de Oliveira/Alesc/Divulgação

Prefeito: Troca de comando em Balneário Camboriú tem início

Desceu ao meu lado para o salão do hotel Maria do Mar, onde foi realizada a "quase" convenção do PMDB. Me disse que ainda naquela tarde começaria a sempre delicada tarefa de transição entre gestões. "Tenho dois técnicos que iniciam tudo com a atual administração", me disse o novo prefeito, sem revelar maiores detalhes.

Sobre o resultado, preferiu dizer que foi "uma grande festa". Deixou de lado as alfinetadas costumeiras nos adversários.

Há vagas

Ontem pela manhã o PMDB trouxe seus prefeitos, vices e vereadores eleitos para Florianópolis. Reuniu ainda vários candidatos que não tiveram chance neste pleito e sua bancada na Assembléia Legislativa. Cerca de 700 pessoas para apoiar a candidatura do partido em Florianópolis.

"Ganhar na Capital e de quem vamos ganhar tem um gosto especial", avaliou o presidente do partido no Estado, Eduardo Pinho Moreira. A manifestação era um reforço para a possível reeleição do prefeito Dário Berger. Mas o alvo era o velho inimigo, Esperidião Amin (PP). O alcaide, por sinal, não compareceu. Nem o governador Luiz Henrique da Silveira, cuja presença fora confirmada pela assessoria do PMDB, na véspera.

Eu, pelo Notícias do Dia, e o colega Renê Müller, pelo Diário Catarinense, indagamos sobre a ausência do candidato. Moreira alegou que foi intencional. "Tem muito prefeito que veio para cá com carro oficial. Isso pode dar problema na Justiça", explicou o ex-prefeito de Criciúma e ex-governador. Faz sentido. A assessoria jurídica do PP não perderia a chance e provavelmente alegaria que Berger estaria usando a máquina de outros municípios em seu favor.

Na saída da festa, o sempre sorridente deputado Herneus de Nadal, líder do governo na Assembléia, veio nos cumprimentar. Renê perguntou sobre o velho boato que circula pelos corredores do parlamento, aquele que garante sua provável ida para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Como era de se esperar, Nadal se esquivou. Mas, no caminho da saída, deixou uma sintomática frase:

"Mas lá é um bom lugar".

Foto: Carlos Kilian/Alesc/Divulgação

Nadal: "No TCE, eu?"

Alguém duvida que a dança das cadeiras vai continuar no refrigerado Plenário da Assembléia Legislativa catarinense?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Derrotados, mas vitoriosos 2 - A Missão

O post anterior gerou uma movimentação interessante neste blog. O meu velho amigo Marco Zanfra questionou o fato de eu ter citado a coerência da candidata do PCdoB ao apoiar o candidato do PP. Nem deu tempo de eu explicar, outro amigo de longa data, Marcelo Santos, disse muito bem em outro comentário. Mas, como um palmeirense e outro corintiano, nem vou me meter na conversa. :)

Brincadeira, ambos são bem inteligentes e não misturam futebol com conversa séria. No caso, Zanfra e todos que por aqui passam, as palavras do Marcelo expressam bem a situação. Seria incoerente a vereadora aceitar um "carguinho" qualquer se assim o prefeito oferecesse. Ouvi dizer que o governador teria oferecido até uma secretaria de Estado para ela. Nem vou entrar no mérito desta questão. Não tenho nada contra candidato algum, mas fica claro prá mim que a estratégia seria "todos contra quem está no poder", ainda mais que praticamente todos tiveram lá suas rusgas com Dário Berger (PMDB) no primeiro turno.

Para quem não tem paciência de ler os comentários, reproduzo aqui a avaliação do Marcelo:

"A coerência, meu caro Zanfra, está no fato de uma candidata que pautou sua atuação como vereadora pela honestidade no trato da coisa pública recusar apoio ao prefeito acusado de corrupção. Prefeito este duramente criticado por ela durante toda a campanha e nestes quatro anos de mandato de vereadora. Uma coisa é ser "de direita" ou "de esquerda", de acordo com aquelas definições anacrônicas. Outra coisa é querer que uma candidata como a Angela Albino apoie Dario Berger. Ou você também acredita que o Djalma Berger é socialista?".

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Derrotados, mas vitoriosos

Na última sexta-feira escrevi neste blog sobre a curiosa sina de Angela Albino (PCdoB) e Cesar Souza Junior (DEM). Me parecia que ambos foram os dois maiores derrotados do primeiro turno em Florianópolis. Despontaram como as novas opções da política - e não importa se tal característica foi formatada pelas respectivas assessorias ou se acabou incorporada por nós da imprensa. Acabaram fora da disputa final e viram seus partidos se orientando e indicando para ambos que o rumo era apoiar Dário Berger e o PMDB do governador Luiz Henrique da Silveira. Todos pela derrota do rival Esperidião Amin (PP).

Hoje, na volta do ex-candidato e agora, novamente, deputado estadual Souza Junior à Assembléia Legislativa, mudei minha opinião. O parlamentar convocou uma coletiva para anunciar a imprensa e aos seus eleitores a decisão que tomou de não oferecer apoio nem ao PMDB nem ao PP. "Vou ficar eqüidistante da eleição", citou. Notei que, do mesmo modo que Angela e Aderbal "Tico" Lacerda, vice na chapa da candidata, ele teve coragem.

Os três foram contrários às decisões de suas respectivas legendas. O DEM do senador Raimundo Colombo não demorou para oficializar que caminharia com Berger, afinal não se pode pensar em perder as vagas no governo estadual. O PCdoB chamou a vereadora da Capital em Brasília e deu opinião semelhante, alegando os laços que unem comunistas e peemedebistas na base de sustentação do governo Lula. Tico, neto do ex-governador Jorge Lacerda, encarou a mesma barra. O PDT capitaneado há décadas por Manoel Dias em Santa Catarina deixou de lado a oposição feita ao prefeito no turno inicial e agora vai de mãos dadas com o favorito ao título.

Cesar, Angela e Tico comprovaram que há esperanças na política. São, sim, renovação. Não cederam às pressões, demonstraram respeito aos seus eleitores e ao eleitorado em geral, pois confirmaram que são coerentes. Se todos criticaram o prefeito com veemência nos vários debates e no horário eleitoral gratuito como é que agora subiriam ao palanque de mãos dadas com ele?

Foto: J.L. Cibils

Coerência: Angela e Tico (à dir.) fecham apoio ao PP

Nenhum fala em futuro. O deputado disse hoje que vai trabalhar por Florianópolis como parlamentar. Não quis dizer nada sobre 2010, mas foi incisivo ao dizer que deixou plantada uma semente. A vereadora tomou atitude semelhante e vai, obviamente, concluir seu mandato na Câmara. Torço para que os três mantenham o excelente comportamento apresentado nesta campanha. E que outros sigam o exemplo.

Reta final

Faltam menos de duas semanas para a decisão da eleição em Florianópolis. Na reta final, Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) fazem os últimos retoques na campanha que vai - para o bem ou para o mal - mudar a vida de ambos. Com a oficialização dos últimos apoios possíveis para este segundo turno, ontem e hoje, agora só uma hecatombe, alguma denúncia muito forte pode mudar o rumo dos dois candidatos.

Fotos: Mauro I. Vaz/Divulgação

Da esq. para a dir.: No povão, Deglaber Goulart, dona Rose Berger, Alceu Nieckarz, o prefeito em um momento... hã?... star, Adriano Zanoto e João Batista Nunes

Creio que o cenário já esteja decidido. Mas, como dizem Dário e Esperidião, eleião só se decide na urna. O prefeito que tenta se reeleger conquistou ontem o PV - que esteve na chapa do PT no primeiro turno - e o PSDB, talvez o apoio mais difícil. Afinal, Dário saiu do ninho dos tucanos, levou consigo vereadores importantes e a legenda naufragou em Florianópolis. Não elegeu Dr. Juca como vice de Cesar Souza Junior (DEM) e perdeu todas as vagas que possuia na Câmara dos Vereadores. Foi preciso uma pressão da Executiva Estadual - leia-se vice-governador Leonel Pavan - para que os tucanos da ilha fechassem com o até então desafeto.

Hoje, Dário sela parceria com o combalido PDT, apesar de Tico Lacerda, que representou a legenda de Leonel Brizola como vice de Angela Albino (PCdoB) ter migrado para o lado de Amin. "Não houve nenhuma decisão formal do partido. Prefiro ser julgado pelo partido do que pelo povo", me disse ontem ao telefone. Lacerda impôs suas convicções pessoais e não se submeteu às definições da sigla. É nitído que o forte envolvimento no primeiro turno o levou a tomar tal atitude. A forma como o prefeito tratou Angela nos debates e no horário político foi fator decisivo.


Caminhada: Últimos testes de popularidade em uma das obras mais visíveis da primeira gestão, a revitalização de calçadas

Esperidião demorou demais para acertar parcerias no início da campanha. Acabou quase isolado com o PTB, de pouca força na atualidade. Repetiu a dose nesta etapa decisiva e só angariou o PCdoB. Contava com o PT, mas sabia das dificuldades disso realmente acontecer, apesar dos constantes e recentes flertes com a legenda em outras regiões do Estado. Os petistas preferiram tucanar e subiram no muro, liberando a militância para apoiar quem bem entender. Não é minha atitude preferida entre políticos, mas foi para isso que se brigou tanto para derrubar a Ditadura: democracia, liberdade de escolha.

Fotos: J.L. Cibils/Divulgação

Gravação: Amin e o candidato a vice, Renato Marques (PTB), jogam as últimas cartas

Uma pena. Os partidos continuam levando tudo muito a ferro e fogo. Oito ou oitenta. Velhas diferenças e desabenças ainda norteiam rumos e decisões. Mesmo que estas possam ser prejudiciais no momento.


Tradição: Não poderia faltar a foto com as criancinhas

O ex-prefeito e ex-governador vem dizendo que esta é sua derradeira eleição. Será? No passado, já afirmara que não deixaria a prefeitura para concorrer ao governo do Estado e seu vice, Bulcão Viana, acabou comandando a cidade. A oportunidade de enfrentar o rival Luiz Henrique da Silveira (PMDB) no pleito de 2010, por uma vaga no Senado, soa tentadora.

Dário, ao contrário do que circulou na mídia, garante que vai ficar quatro anos na prefeitura se eleito. Ontem, questionei sobre os boatos de que em 2010 ele migraria para o PSB, do irmão Djalma Berger, em função de uma suposta falta de espaço no PMDB para a tentativa de se tornar governador. Ganhei como resposta um sorriso e um longo discurso sobre as obras que ele pretende concluir em Florianópolis. Não confirmou. Mas também não negou.

Esta história está só começando.