sexta-feira, 1 de julho de 2011

Brasília

Foi preciso que minha coluna dar um tilt para eu arrumar um tempo e vir tirar o pó aqui do blog. Há algumas semanas a dor na base da coluna cervical voltou, de mansinho, meio disfarçada, como se fosse algo passageiro.

Ontem, em meio ao trabalho, enquanto cobria o evento que o PSDB organizou pelo aniversário do ex-presidente FHC, a dor tomou conta. Não havia mais como ficar em pé, optei por voltar ao gabinete e tentar acompanhar as coisas via internet e celular. Sem chance. A dor foi ainda mais forte. E lá se foi minha cobertura, não consegui ver nada, nem conversar com o meu assessorado. O trabalho do dia se perdeu e fui parar na emergência.

Nada grave, disse o médico. Nada orgânico, só uma lesão mecânica. Oi? Tandrilax, 3 dias de atestado e descanso total e pronto, disse ele. Se piorar, aí é ir prá ortopedia, tirar raio x, marcar (e fazer) fisioterapia.

Ser da geração video game tem destes problemas. Final de infância e adolescência em frente à TV, com postura errada. Depois, sedentarismo e jornalismo. Não necessariamente nesta ordem. Faz a conta e o cliente ganha uma coluna com um ou mais desvios e uma vida de dor garantida.

Chega de choradeira... Estou quase completando dois meses em Brasília e, curiosamente, ainda não me adaptei à cidade. Acho estranho, pois sempre tive muita facilidade para me acostumar em novos lugares. Foi assim em Ribeirão Preto, São Paulo e Jundiaí. Mas a capital federal é estranha. Tem a geografia esquisitíssima, com quadras exatamente iguais e você sempre achando que já passou aqui antes mas, na verdade, é um lugar novo.

Tem o custo de vida altíssimo, que faz o vivente pensar sempre em ou chutar tudo pro alto e gastar mesmo, deixando prá Deus a tarefa de pagar as contas. Mas é melhor repensar isso com cuidado. É uma armadilha constante você se acostumar e achar normal gastar, na média, R$ 30,00 para almoçar e outros 30 para jantar. No mínimo.

O sistema de transporte, apesar de ter um metrô bacana, é pior do que o de Florianópolis. E o atendimento.. também. Garçons, atendentes, vendedores.... parece que todos têm raiva dos clientes. E se este reclamar, periga ser agredido. Eles acham que fazem um favor por respirar perto de você.

Pedir informações para desconhecidos é algo que desisti. Muita má vontade e a cidade parece viver num estranho fenômeno de desconhecimento de tudo. Ninguém sabe onde fica o prédio tal ou a loja qual. Horário de ônibus então.. nem pensar.

Mas é claro que há o lado bom. É gente do Brasil inteiro, então você aprende coisas e fatos novos diariamente. Há vida cultural e o clima, ao menos prá mim, até agora tá ótimo. Pela manhã é quase friozinho (para os nativos é inverno bravíssimo) e durante o dia o calor não é tão insuportável como sempre me disseram.

Há muita gente de Santa Catarina trabalhando e morando aqui. Então a saudade não é assim tão forte.

O trabalho é o desafio que eu imaginava, mas está sendo ótimo. A cada dia tenho a certeza de que fiz a escolha profissional correta ao aceitar vir para este mundo novo. Espero em julho poder voltar para casa, rever meus pais, parentes e amigos. Pegar um friozinho de verdade para retornar em agosto com gás total. O ano, mesmo passando rápido, ainda vai longe e as metas não diminuíram.