sábado, 29 de maio de 2010

On the Road 3

Mais uma semana na estrada. Embarcamos no Aeroporto Internacional Hercílio Luz na noite de terça-feira e rumamos para Chapecó. No dia seguinte, após uma entrevista do chefe na rádio Super Condá, caímos na estrada, de micro-ônibus, até São Lourenço do Oeste.

De lá o rumo foi São Miguel do Oeste, onde passamos a noite, para ir até Maravilha, na quinta-feira. Naquela noite, a correria foi grande em um evento com mais de 600 pessoas em Chapecó. Sexta levantamos cedinho para ir até Xanxerê, Concórdia e Joaçaba. De lá continuamos até Treze Tílias, cidade que sempre quis conhecer e nunca antes tive oportunidade de ir. A comitiva, com 15 pessoas, se divertiu jogando boliche, espantando o frio ao redor de uma lareira e tomando uma sopa espetacular antes de ir para o ótimo Hotel Tirol.

Este lugar, por sinal, é altamente recomendável. Excelentes instalações, comida muito boa e diárias bem acessíveis. Preciso voltar lá a passeio, para conhecer mais a cidade colonizada por austríacos. Hoje cedo o micro-ônibus nos conduziu para Caçador onde, finalmente, encerramos o roteiro. É só uma pré-campanha.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

On the road 2

Update nos roteiros:

Lages
Curitibanos
Blumenau
Joinville
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Brasília
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Próxima semana? Oeste e Extremo-Oeste de Santa Catarina.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Alvo do CQC

Dia corrido na Câmara Federal. Muitos alcaides catarinenses participando da Marcha dos Prefeitos. Movimento intenso, entra e sai no gabinete, corredores lotados de gente, muita, muita gente, reivindicando mil coisas diferentes, protestando contra mais um monte de outras.

Final da tarde, meu assessorado conversa com um dos prefeitos no saguão no lado de fora do Plenário. Eu ali por perto, só de olho no movimento, procurando algum colega, algum conhecido, tentando ainda me acostumar com a doidêra que é esta Babel. Lá no fundo noto a equipe do programa "CQC", da TV Bandeirantes.

Assim que o chefe se despede do prefeito, discretamente eu o chamo e explico quem é o repórter, o quê é o "CQC". Ele ainda não tinha visto a atração, mas sabia de alguns detalhes. Ok, recado passado, vamos em frente. Bastaram três passos para Danilo Gentili "colar" no meu assessorado.

Três perguntas rápidas e o chefe se saiu muito bem. Passou na prova de fogo. Talvez, por isso, duvido que as imagens entrem na edição final do programa. Mas que foi divertido, ah, isso foi.

domingo, 16 de maio de 2010

Dio eterno

Volto a atualizar este blog em um dos dias mais tristes da minha vida. Ronnie James Dio um dos músicos mais admiráveis da história, uma lenda do rock morreu nesta manhã, vítima de um câncer de estômago.

Cantor do ELF, Rainbow e Black Sabbath, além de sua vitoriosa carreira solo, Dio era um rockstar gente finíssima. Nada de escândalos, bebedeiras, bizarrices ou envolvimento com drogas. Quem o conheceu - eu tive a honra de entrevistá-lo em um dos dias mais felizes destes meus 37 anos de existência - sabe que era um gentleman. Sempre atendeu aos fãs e aos jornalistas com muito respeito, carisma, educação e bom humor.



A última apresentação dele que pude ver ao vivo foi no dia 5 de dezembro de 2001, no Credicard Hall, em São Paulo. Passei uns 15 dias, pelo menos, lamentando para meu amigo David Torelli - quando ainda trabalhávamos na Century Media - que minha música preferida jamais seria tocada pelo mestre Dio. Na noite do show, eis que o dono de uma das vozes mais poderosas deste planeta anunciou: "Invisible". Quase caí das cadeiras superiores do Credicard Hall. E quem conhece tal casa de espetáculos sabe quão alto é isso.



Há algumas semanas, ou seriam meses?, quando a notícia de que Dio estava encrentando um câncer começou a se multiplicar na Internet eu pensei que isso não era nada. Um homem como ele não morre, imaginei. Doenças deste tipo são reservadas aos seres humanos comuns, afinal de contas. Como é que um cidadão vive 67 anos, mais de 50 deles dedicados à música, ao rock, ao heavy metal, com amplo sucesso, fãs ao redor do mundo todo, pode perecer de algo tão bobo quanto um câncer?

Mas a realidade é cruel. A vida continua, o mundo gira e rockstars, ídolos, astros, são tão humanos quanto todos nós no final das contas.

Não lembro a data exata em que ouvi a voz única de Ronnie Dio. Mas certamente foi em 1983, ano em que minha vida mudou, logo após eu descobrir o Kiss. E então chegou nas minhas mãos uma fita k-7 do Iron Maiden, um LP do Black Sabatth (ainda com Ozzy nos vocais), outro do Accept. Até que um dia me explicaram que o Ozzy enlouqueceu, brigou com Tony Iommi e montou uma banda própria. Para o seu lugar, entrou um baixinho que inventou o sinal dos "chifrinhos" que representava o heavy metal. Ele era americano, mas tinha um sobrenome italiano. Ao escutar "Holy Diver", o álbum com aquela enigmática capa, tive uma sensação mágica que só sentiria ao ouvir outras peças magníficas, como "Operation: Mindcrime" (Queensrÿche), "Master of Puppets" (Metallica), "Século XX" (Overdose), "Hall of the Mountain King" (Savatage), "Killers" (Iron Maiden), "W.A.S.P." (W.A.S.P.), "Abigail" (Kind Diamond), "Reign In Blood" (Slayer), "Creatures of the Night" (Kiss), "Balls To The Wall" (Accept) e "Schizophrenia" (Sepultura), não necessariamente nesta ordem.



A vida é estranha. Cresci sonhando em assistir ao vivo tantos ídolos da minha adolescência. Mas isso era em uma época em que shows internacionais no Brasil eram uma raridade. Ainda mais de bandas que tocam rock pesado. Não havia Internet, telefone celular, fotografia digital, computadores eram coisas de filme americano. Mas o progresso, lentamente, chegou ao Brasil. O País começou a deixar de ser arcaico e, aos poucos, mais e mais ídolos vinham até nós. E um belo dia anunciaram que Dio iria tocar em Florianópolis. Na verdade, em Santo Amaro da Imperatriz. Era dezembro de 1995, mais precisamente no dia 1º, quando eu estava no Hotel Cambirela, ao lado de alguns outros fãs, para entrevistar o mestre!

Foi um dia mágico. Dio entrou na sala e mostrou-se a gentileza em pessoa, a alegria e a felicidade de conversar conosco, a quem instistiu em chamar de amigos, eram nítidas. Usei meu ainda parco conhecimento no inglês e fiz várias perguntas. Ele brincou comigo quando questionei sobre o Black Sabbath. O diálogo foi mais ou menos assim:

"I hope this isn´t a forbidden subject", comecei. "No, go ahead, ask, my friend", ele respondeu. "About Black Sabbath...", indaguei. "No, i don´t speak about this", afirmou Dio, já rindo com a minha cara, obviamente, patética e decepcionada. "I´m kidding. Of course i´ll answer to you", ele continuou.

Ao final da entrevista, todos receberam seus autógrafos com a tradicional frase "A magic to..." que ele sempre assinou para seus fãs. Naquela tarde, meu velho vinil do "Holy Diver" voltou para casa com a frase "A special magic to Alessandro", como pode ser visto neste link. E esta é uma história que não me canso de contar. É bobo, eu sei. Infantil muito provavelmente. Mas é real.

O setlist tocado na noite de 2 de dezembro de 1995 naquele antológico show na New Time, uma danceteria do vizinho município de Santo Amaro da Imperatriz, foi mais ou menos assim:

* Intro (someone scanning through radio stations)
* Stand Up And Shout
* Strange Highways
* Don't Talk To Strangers *
* Evilution
* Pain
* Guitar Solo
* Pain
* Mob Rules *
* Children Of The Sea *
* Holy Diver
* Heaven And Hell *
* Man On The Silver Mountain **
* Drum Solo
* Heaven And Hell *
* Jesus Mary & The Holy Ghost
* Hollywood Black
* The Last In Line
* Rainbow In The Dark (encore)
* We Rock (encore)
* Here's To You (encore)
* Da sua passagem pelo Black Sabbath
** Da sua passagem pelo Rainbow



Hoje, lamentavelmente, Dio passou, seguiu em frente em sua trajetória. Deixou, felizmente, sua arte, sua música, sua mágica. Não teremos mais o prazer de vê-lo ao vivo, mas estará sempre vivo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

On the road

De uns tempos para cá, não tem outro programa entre quintas e sábados: é estrada e mais estrada.

Até o momento, desde que deixei a Secretaria da Educação e passei a assessorar o deputado federal Paulo Bauer, passei pelas seguintes cidades:

Brasília
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Bela Vista do Toldo
Porto União
Três Barras
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Criciúma
Forquilhinha
Criciúma
Treviso
Siderópolis
Içara
Tubarão
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Imbituba
São Martinho
Tubarão
Araranguá
Maracajá
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Jaraguá do Sul
Navegantes
Camboriú
Navegantes
Balneário Camboriú
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E amanhã tem mais: Rio do Sul é o destino certo. Mas não é de se estranhar que o roteiro possa ganhar mais paradas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A fila no Cartório Eleitoral de Florianópolis desce a rua Esteves Júnior até a esquina com a rua São Francisco e por esta sobre até a metade da íngreme subida. Preferia acreditar que é o amplo interesse da população em regularizar sua situação com a Justiça Eleitoral para participar das próximas eleições.

Este seria o mundo ideal. Mas, na verdade, hoje é o penúltimo dia para quem ainda não fez ou transferiu o título de eleitor. Brasileiro, como diz o ditado, deixa tudo para a última hora. Desconfio que, de fato, tamanho interesse é apenas garantir a possibilidade de participar de um dos vários concursos públicos existentes, pois o título é documento obrigatóriio para quem deseja participar destas seleções.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Resposta

Marco Antonio Zanfra é daqueles jornalistas de verdade. De ampla experiência, nome respeitado, não mede esforços para... fazer jornalismo. Um crítico por natureza. Pergunta sem medo de incomodar. E isso me faz manter a mesma admiração que aprendi a ter pelo seu trabalho quando fomos colegas no extinto jornal O Estado. É meu leitor há tempos. Fiel e severo. Não deixa passar nada. E isso é ótimo. Ok, o blog é meu, escrevo nele o que desejar, mas sempre é bom ter fiscalização.

E no post anterior, o Zanfra avaliou que cedi espaço semelhante ao da revista Veja para o pré-candidato do PSDB, José Serra. Perguntou ainda se isto está no contrato do meu assessorado que, não há segredo algum, pertence ao mesmo partido do ex-governador paulista. Na verdade, cedi um grande espaço para eu mesmo. Aqui é o único lugar onde posso ser repórter, já que os salários irrisórios oferecidos pelos veículos de comunicação de Santa Catarina me forçaram a ir para o setor de assessoria de imprensa, o "outro lado do balcão".

Fiz no texto abaixo uma análise do político e pré-candidato José Serra. Inclui minhas impressões sobre ele, fazendo comparação com uma época anterior da vida pública dele, a qual eu testemunhei. Reportei o que ele estava fazendo naquele momento retratado pelo texto e com quem. Emiti opinião - afinal, como dito acima, o blog é meu. Mas em momento algum eu disse "vote nele" ou "não vote nele". Não sou de partido político algum, defendo a tese de que jornalista não deve ter partido político. Pode, no máximo, prestar serviços a tais agremiações. Obviamente, já fui convidado a me filiar ao partido do político para o qual eu presto serviço. Declinei. Nem por isso, a pessoa que contrata minha mão de obra me demitiu. Em quem eu vou votar é um problema só meu. Minhas ideologias também. Não interessam à ninguém, a não ser que eu resolva contar.

Esta resposta é para quem ler o texto abaixo e o comentário do meu amigo Zanfra, que me garante audiência e muitos momentos de reflexão. Desconfio até que muitas vezes ele me questiona como castigo, por eu não me dedicar mais, tanto quanto eu gostaria, à leitura do blog dele (cujo link está no menu ao lado). :)

domingo, 2 de maio de 2010

Serra aprimorado?

Jornalistas e goleiros têm algo em comum. Não basta cumprir com suas funções a contento de patrões (clubes de futebol e torcidas, jornais ou assessorados). É preciso ter um pouco de sorte. Não sou goleiro, apesar de sempre ter sempre "preferido" jogar em tal posição, já que no início da fase onde se decide quem sabe jogar futebol e quem não sabe - ali pelos 10 ou 11 anos de idade - tive a certeza de que sou um perna de pau incorrigível. Em minha carreira de jornalista, acabei fazendo um golzinho aqui, outro acolá. Nada que me garantisse uma vaga em alguma seleção nacional ou contrato no exterior.

Ontem, o fator sorte me ajudou. Acompanhando meu assessorado durante a passagem por Santa Catarina de José Serra, ex-governador de São Paulo, tive a oportunidade de ser um dos três ou quatro jornalistas que testemunhou a entrevista que o pré-candidato do PSDB à presidência concedeu ao colega Paulo Alceu, veterano repórter e colunista político da imprensa nacional. Em um estúdo improvisado no Aeroporto Internacional de Navegantes, Serra falou por quase uma hora, para o programa "Conexão News", que será exibido em Santa Catarina na próxima terça-feira pela Record News.

Fotos: Alessandro Bonassoli

Estilo: Jornalista Paulo Alceu mistura humor discreto e questões afiadas

Notei um aprimoramento na postura do candidato. Ao contrário das campanhas de 2002 e 2004, que acompanhei de perto pois morava na capital paulista, Serra está menos arisco, mais simpático. Seu esforço para não parecer tão carrancudo como era no passado, é quase imperceptível, é praticamente natural. Creio que algum marqueteiro fez por merecer os vencimentos. Exatamente como aconteceu com o atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva, na última eleição.


Efeito-defeito: Na falta de qualidade do retratista, brincadeirinha com o ar mais sociável do pré-candidato tucano

Paulo Alceu conduziu a entrevista com seu estilo habitual. Um bom humor discreto junto com perguntas afiadas, na veia. Serra recuou apenas quando indagado sobre a postura de seus adversários ou de críticas que recebeu de Ciro Gomes. Preferiu não comentar, demonstrando cavalheirismo. "Não é meu estilo [entrar na política de troca de acusações]", defendeu-se.

Fez juras de amor a Santa Catarina, onde deu alguns dos primeiros passos na vida pública, quando fazia política estudantil. "Convoquei a Assembléia da UNE [União Nacional dos Estudantes] em janeiro de 1969, na Assembléia Legislativa, em Florianópolis", afirmou.


Passado: Serra atesta amor por SC ao lembrar de início da vida pública

Sobre a proposta de criar o ministério da Segurança Pública, Serra explicou que há a necessidade "de jogar o governo federal" na questão. Sobre as críticas do PT que o acusa de inchaço da máquina pública caso isso aconteça, foi enfático: "não vamos botar gordura no governo, mas músculos". Sobre as comparações que possam surgir durante a campanha entre as duas últimas adminitrações, com o seu partido comandando o País por oito anos e com o PT nos últimos oito, o ex-governador paulista deu a entender que tal tópico é desnecessário. "Fernando Henrique e Lula não são candidatos", argumentou, deixando a entender que ele e Dilma Roussef são os nomes a ser comparados pela mídia e pelos eleitores. "Ninguém terceiriza o governo" e "governo não é uma gincana" foram outras frases ditas sobre o tópico.


Campanha: Ex-governador evita trocar farpas com adversários mas afirma que FHC e Lula não são os candidatos

Para Santa Catarina, Paulo Alceu tentou extrair a opinião de Serra sobre a questão local. Quem assistir ao programa verá que o jornalista procurou identificar a opinião do pré-candidato em relação às possíveis variações no cenário eleitoral catarinense. Serra não mediu palavras e afirmou o que já havia dito aos interlocutores de PSDB, PMDB e DEM: prefere um palanque único. "Espera-se a melhor unidade possível. Gostaria que se pudesse manter a Tríplice Aliança", falou. Mas garantiu, para alívio dos seus correligionários, que não virá aqui ditar regras. "Eu sou de fora. Mas é claro para mim que, quem for sozinho, não irá bem", sentenciou.