sábado, 29 de novembro de 2008

Mais relatos do caos

Meu amigo Celso Martins abriu as portas do seu blog para a cobertura da enchente que devasta Santa Catarina. Coletando fotos e textos que lhe são repassados por outros colegas, ele põe em prática suas duas profissões: jornalista e historiador.

Relato do caos

No post anterior afirmei que não iria apresentar detalhes sobre a calamidade que assola Santa Catarina. Mal sabia que no dia seguinte estaria na estrada rumo ao epicentro da devastação. No meio da tarde de quinta-feira fui chamado às pressas ao gabinete da Secretaria de Estado da Educação.

Por volta das 17 horas, eu, o secretário Paulo Bauer e o motorista Roberto estávamos na BR-101 em direção a Jaraguá do Sul, uma das cidades castigadas pela fúria da natureza. Seria uma viagem de inspeção nas escolas estaduais de lá, Blumenau e Itajaí. Para minha surpresa, o trânsito estava tranquilo e, no início da noite, estávamos na simpática e loura Jaraguá do Sul.

Perto da cidade, impressionava o número de barreiras que caíram. Dos dois lados da rodovia, a terra desceu em vários pontos. Em alguns trechos, tudo parecia que viria abaixo a qualquer momento. No município, a água já havia baixado. Falso alento ao vermos o local onde uma montanha de terra soterrou casas, famílias e uma revenda de automóveis. Imagens que o País inteiro assistiu pela TV. Foi impossível não se assustar com o fato de não ter sobrado nada. De existirem lá agora raros sinais de que antes ali havia vida.

Fotos: Alessandro Bonassoli

Do alto: perigo constante

Os maiores estragos, ficamos sabendo na Arena Multiuso de Jaraguá, foram na área rural, onde os colonos perderam simplesmente tudo. Palco de emoções esportivas, a Arena agora é uma fábrica de solidariedade. Em pouco mais de 20 minutos, presenciamos pessoas de todas as idades e classes sociais trabalhando sem parar no recebimento, separação e embarque dos donativos que chegam de todo o Brasil. É tanta gente querendo ajudar que os organizadores têm dispensado mão-de-obra. O ritmo é intenso e grupos de 200 voluntários se revezam a cada turno. Só na quinta-feira, 26 caminhões lotados de mantimentos, como água, comida e roupas saíram de lá rumo às demais cidades atingidas. Seriam outros 30 na sexta-feira.

Jaraguá é a melhor opção logística, pois os caminhões que chegam de outros Estados não têm como ir até Blumenau e Itajaí, por exemplo. Em Jaraguá do Sul, os cálculos iniciais, afirmou a vice-prefeita Rosimeiry Vasel, indicavam 1500 desalojados, mais de 360 barreiras caídas nas estradas da região e um desfalque de R$ 800 mil a R$ 1 milhão nas escolas.

Isso é pouco diante do que vi no dia seguinte, em Blumenau. Em uma reunião da Secretaria de Desenvolvimento Regional, onde estão alojados cerca de 200 policias militares, ficou claro que o caos era muito maior. Só nas imagens das escolas da região que foram afetadas, tive a impressão logo mais comprovada pelo secretário Paulo França. "O que está acontecendo agora é muito maior do que as enchentes de 1983 e 1984. Naquela vez, a água subiu e baixou. Agora, os morros estão caindo", contou com a experiência de quem era secretário de obras durante as duas históricas cheias dos anos 80.


Sujeira: Após os estragos, o mau cheiro da lama

Como fui até lá para registrar o problema nas unidades de ensino, vi apenas de longe o restante do problema. Avenidas inteiras tomadas pela lama, cenário de guerra - como escreveram os colegas do Diário Catarinense. Na Escola Victor Hering, PMs trazidos para ajudar nos reparos e no controle da situação estão alojados com moradores que não têm mais para onde voltar. Curiosamente, o prédio também sofreu com as chuvas.


Símbolo: Nem a bandeira do Brasil escapou

Na Escola Adolpho Konder a lama tomou o ginásio de esportes, a água estragou móveis e equipamentos. Localizada em frente a um cemitério, a unidade precisará passar por um severo trabalho de higienização, pois a água que enxarcou o Campo Santo desceu direto de encontro aos fundos do ginásio.


Alternativa: Erguer os móveis é o recurso

Durante uma reunião no gabinete do prefeito João Paulo Kleinubing, ele tentava demonstrar controle ao expressar fatos aterrorizantes. "Estamos falando em um ano de abrigamento para as vítimas, pelo menos", afirmou. Cercado por assessores, técnicos, bombeiros e políticos que debatiam como alojar tanta gente. Afinal, houve bairros em que várias casas desapareceram. Atrás dele, colado na parede, um mapa do município mostrava vários locais com os quais a comunicação ainda não fora estabelecida.


Desolação: Esqueceram de mim

O imponente prédio da prefeitura de Blumenau é um retrato da situação caótica da cidade, do Estado. Ao sairmos do elevador, topamos com uma equipe do SAMU da Paraiba, que havia recém chegado e já recebia instruções para ir a campo trabalhar no resgate das vítimas. A ante-sala do gabinete do prefeito e a sacada ao seu redor estavam tomadas pela imprensa. Apresentadores, repórteres e cinegrafistas de todo o Brasil transmitindo ao vivo as últimas notícias. Lá fora, ao menos, era um sol maravilhoso, que trazia aquele calor insuportável que só quem já foi a Blumenau conhece. Infelizmente, hoje já choveu novamente.


Sina: Ao fundo, o rio que deu vida e agora traz a morte

Nos olhos das pessoas abrigadas nas escolas da cidade a expressão é de medo. Angústia e desespero. Algumas crianças brincam, talvez alheias aos fatos. Mas seus pais e irmãos nem choram mais. Muitos olham para quem é de fora com um ar de súplica, ainda mais intenso do que os, desafortunadamente, já tradicionais moradores de rua que perambulam pelas cidades de porte médio e grande de Santa Catarina. Uma adolescente de uns 13 anos usava a tomada de uma sala de aula para ligar seu rádio. Ouvia uma música qualquer, ainda atônita. Acompanhava a letra da música sem emitir sons, apenas movendo seus lábios, enquanto olhava seriamente em frente, para o nada.


Perigo: Toda atenção não é o suficiente nas rodovias

A ida para Itajaí acabou adiada, talvez para a próxima terça-feira. Certamente, pelo que contam e mostram os colegas de imprensa, lá o drama é ainda maior. Outros olhares sem direção aguardam.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Manchetes e manchetes

Não vou falar do drama que as enchentes causaram em Santa Catarina. Nem da tristeza e da comoção que a tragédia causa. Tragédia provocada por nós mesmos, que degradamos o meio-ambiente, não mudamos nosso comportamento arcaico e não elegemos administradores com capacidade e vontade real e efetiva de criar sistemas de precaução contra catástrofes.

A cobertura do desastre vem sendo muito bem feita por meus vários colegas nos jornais impressos, nos telejornais, nas rádios e nos blogs (alguns destes últimos, por sinal, estão na lista de links ao lado). Basta acessar, ler, assistir e ouvir para acompanhar o desenrolar dos fatos que mudaram a história de Santa Catarina. Fica aqui a solidariedade deste blog às famílias das vítimas que perderam a vida e àqueles moradores - sendo catarinenses ou não - que perderam tudo ou parte do que possuiam.

Enquanto jornalista, repórter, editor e chato por natureza, não pude deixar de notar a diferença das coberturas dos jornais considerados "maiores" no Estado. Fica clara a oposição ideológica dos periódicos do grupo RBS contra a daquele que pertence ao grupo RIC Record. Digo isso analisando meramente as manchetes de capa, não o teor das reportagens.

É nítido que Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina e A Notícia optaram por chamadas alarmistas, de forte impacto visual e opinativo. Para não dizer sensacionalista. O tom foi de "catástrofe", "desolação", "cenário de guerra". Mas é preciso registrar que o AN mudou o tom em sua edição de hoje.

O Notícias do Dia, por outro lado, enveredou pela velha, boa e recomendável seara da NOTÍCIA, do hard news, indicando fatos concretos e não temas evasivos e simplórios. Hoje, a idéia era de mudança, de elevar o moral. Algo mais positivo.

Não fica aqui nenhuma crítica ao grupo RBS. Compreendo a opção dos editores-chefes dos três jornais. É válida também apesar de, talvez, ser desnecessária. Também não é um elogio o que digo sobre o Notícias do Dia, mesmo que eu tenha trabalhado lá até o último mês. O fato puro e simples é que eles escolheram o método que me agrada mais, jornalisticamente falando.

As diferenças ficam claras nas manchetes - dos jornais que tive acesso nestes dias - na lista abaixo:


Notícias do dia

Terça-feria, dia 25

"Já são 64 os mortos pela enchente"

Quarta-feira, dia 26
"Hora de Recomeçar"

Jornal de Santa Catarina

Terça-feira, dia 25
"Ajude"

Quarta-feira, dia 26
"A pior catástrofe"

Diário Catarinense

Terça-feira, dia 25
"Desolação em SC"

Quarta-feira, dia 26
"Cenário de Guerra"

A Notícia

Segunda-feira, dia 24
"Foi o caos"

Quarta-feira, dia 26
"Hora de ajudar"

domingo, 23 de novembro de 2008

As chuvas e a Educação II

Uma das grandes dúvidas dos catarinenses - principalmente aqueles que estão nas áreas atingidas pela enchente - é se as escolas vão funcionar amanhã. Até o momento, NÃO há uma confirmação se haverá a necessidade de se suspender as aulas em todo o Estado ou somente nos municípios isolados.

A Secretaria de Estado da Educação estuda a situação e uma decisão deve ser tomada até o final deste domingo.

As chuvas e a Educação

O blog abre espaço para uma nota da Secretaria de Estado da Educação em função das chuvas que caem em Santa Catarina:


Secretaria de Estado da Educação cancela curso em Laguna


A Secretaria de Estado da Educação informa que o Curso de Capacitação para Educadores, que seria realizado na próxima semana, em Laguna, foi cancelado em função das condições precárias da BR-101, provocadas pelas fortes chuvas que ocorrem em Santa Catarina. Não há previsão para uma nova data. Organizado pela Diretoria de Desenvolvimento Humano da secretaria, a capacitação envolveria 140 assistentes técnicos da Grande Florianópolis, além de outros 34 da própria Secretaria.

Segundo a diretora de Desenvolvimento Humano, Elizete Mello, este seria o primeiro pólo do Estado onde aconteceria o curso que contemplará outros seis em 2009, visando atender todas as escolas da rede pública estadual. Sua importância está no fato de que os assistentes técnicos em Educação (antes secretários de escola) se aprofundem em questões administrativas da unidade escolar, gerando uma gestão pessoal mais eficiente.

Democracia chinesa

A primeira vez que ouvi Guns´N´Roses foi em 1987. Isso me lembra que:

a) estou ficando velho
b) a banda era uma ilustre desconhecida

A curiosidade por conhecer o tal grupo veio após a leitura de uma matéria sobre o grupo de Los Angeles na revista Rock Brigade (ou seria na extinta Metal?). Me agradou o texto, que citava Led Zeppelin e Aerosmith como principais influências daqueles caras com visual extravagante e desnecessário. E eu já pensava assim por ser fã da simplicidade do jeans surrado e camiseta difundido pelos meus ídolos do thrash metal, como Metallica, Testament e Megadeth. Mas o Guns era um grupo de rock and roll e nada mais rock and roll do que aquele ar "doidão de shopping center".

Curiosamente, mesmo sem a existência de YouTube, MySpace, internet e CD, logo chegou às minhas mãos uma fitinha K7 com parte do álbum "Apettite For Destruction". Ficou claro que seria mera questão de tempo para que "Sweet Child O´Mine" fosse parar nas rádios. E me agradou o fato de um grupo que estaria muito mais para o glam metal do Mötley Crüe do que para o peso do Slayer soar tão pesado. "Rocket Queen" e "It´s So Easy" tornaram-se de imediato favoritas aqui em casa.

E aí o tempo passou quase que imediatamente. Eles estouraram, abriram portas para o rock pesado, garantiram o último respiro na cena mainstream antes da praga grunge, ganharam milhões, menininhas tiveram orgasmos solitários por causa dos agudos gritos de W. Axl Rose e suas insuportáveis reboladas, a modernidade se instalou de vez e tudo acabou. O líder do grupo se provou mais um artista megalomaníaco e os bons músicos que o acompanhavam saltaram fora. A banda caiu no ostracismo e virou motivo de piada. Tudo por causa de "Chinese Democracy", seu futuro novo álbum que parecia ser meramente uma mentira.

No hiato desde 1993, quando "The Spaghetti Incident?" chegou as lojas, o tal novo trabalho se transformou em uma promessa de bêbado. Mas, eis que agora, em 2008, a promessa virou realidade. Algumas faixas haviam sido apresentadas na terceira edição do Rock In Rio, outras vazaram na internet. A versão oficial está à venda a partir de hoje. Ouço agora "Chinese Democracy" no MySpace da banda e entendo o motivo pela óbvia falta de unanimidade sobre as 14 faixas. Um exemplo é a crítica favorável da Rolling Stone original e a malhação imposta pela versão brasileira da revista.

É um bom disco de rock. Ponto. Não chega sequer perto de "Apettite For Destruction", "G´N´R Lies" ou "Use Your Illusions I" e "Use Your Illusions II". Mas tem qualidade. E, claro, não é o Guns´N´Roses propriamente dito, mas um grupo com o vocalista da banda. Também não poderia se esperar que Axl Rose gravasse músicas que fossem meras cópias do que ele compôs com seus velhos parceiros. As características estão lá, as baladas orquestradas também, é claro. As influências de Led e Aerosmith idem. Mas os tempos são outros, a década é outra e determinados artistas tendem a tentar acompanhar as transições da cultura, do mundo, da humanidade. Ainda bem que AC/DC e Motörhead não fazem isso.

Irrita um tanto o flerte do Guns atual com as modernidades, com arranjos puramente eletrônicos. Mas não é nada assim tão detestável. O importante é ouvir antes de comentar. Agora, se Axl não fosse tão babaca quanto é, teria evitado toda esta propaganda negativa, se não fosse adepto da "democracia" chinesa, teria feito concessões, não seria um ditador da banda que tomou para si. O cara gastou milhões de dólares para gravar um disco bom, mas mediano. E tanta gente passando fome...

Não duvido que, se ele quiser ir para a estrada, os shows vão lotar e ele vai faturar. Eu espero ver Axl e seus contratados tocando "It´s so Easy" e "Rocket Queen". Muitos coleguinhas da imprensa estão torcendo o nariz para "Chinese Democracy". Só lamento. Mas isso é democracia.

sábado, 22 de novembro de 2008

Transporte urbano

Eu andava pensando em comprar um carro para ir trabalhar.

Mas, depois de 50 e tantos dias de chuva, me pergunto se não seria uma idéia melhor adquirir um jetski ou uma lancha. Talvez uma simples canoa. É o fim dos tempos, só pode. Tanta água assim deve ser castigo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Uma imagem fala mais do que...

Quebratudo, Frank Maia!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um País sem educação, de gente ruim e sem-vergonha

Vivemos mesmo em um país ruim. Ou melhor, feito por pessoas ruins. A novidade dos últimos dias foi a descoberta de turmas "fantasmas" em uma escola de São José, na Grande Florianópolis. Ontem, o colega Michael Gonçalves, do jornal Hora de Santa Catarina, me ligou na assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação querendo entrevistar alguém da Casa sobre o tema.

Em meio à correria do dia, fui no automático e procurei a fonte que falaria com ele. Só horas depois é que me caiu a ficha: o quê diabos é uma turma fantasma? Hoje, a diretora de Desenvolvimento Humano, Elizete Mello, que foi até à Escola de Educação Básica Wanderley Júnior iniciar a apuração dos fatos, me explicou que a ação consiste basicamente em criar turmas inexistentes para ganhar direito à contratação de mais professores temporários ou alterar a carga horária dos efetivos. Mas, de acordo com ela, ainda podem existir outros motivos sombrios e execráveis por trás da manobra.

Não deu outra: o secretário da Educação, Paulo Bauer, mandou tirar o cargo dos envolvidos no caso. Foram afastadas de suas funções a diretora Salete Bressanini Decker e suas assessoras Vera Lúcia Lostada e Maria Scottini Testoni. A denúncia do Hora de Santa Catarina apontou três turmas fantasmas. Na verdade, confirmou-se agora à tarde, eram seis. "A Secretaria já instalou processo disciplinar para apurar todos os detalhes e, dependendo do envolvimento e da gravidade dos fatos, as profissionais, que são efetivas no quadro do magistério, correm o risco de serem exoneradas do funcionalismo público de Santa Catarina. De acordo com a diretora de Desenvolvimento Humano, a decisão tem como respaldo o Artigo 167, do Estatuto do Magistério, que considera infração punível com pena de demissão uma série de irregularidades", diz o press release que encaminhei para a imprensa.

Em um país que pais jogam a filha da janela, mães dispensam recém-nascidos em córregos, maridos "deixados" assassinam as ex-mulheres, árbitros de futebol manipulam resultados de futebol para ganhar dinheiro, desviar verba dos cofres públicos que devia ser investida na educação das futuras gerações praticamente soa como algo natural.

Revoltante é pouco.

Charge from outer space

O Frank Maia dá um banho!


Astronômo diz que círculo em plantação no Oeste de Santa Catarina é brincadeira.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Centro Integrado de Infrações

Flagrante costumeiro no Centro Integrado de Cultura (CIC). Apesar da placa de estacionamento proibido (nos dois lados da via), os motoristas não se importam. Deixam seus veículos na frente do local. E olha que esta foto nem foi tirada em dia de espetáculo. Era o meio da tarde de uma quarta-feira qualquer.

Foto: Alessandro Bonassoli

Sem multas: Código Nacional do quê?

Não sei se a Guarda Armada Municipal de Florianópolis costuma passar por ali. Mas, quando for, vai faltar bloco de multa.

domingo, 9 de novembro de 2008

Quebratudo, Tricolor!

Está decidido. Este blog vai torcer para o título do Campeonato Brasileiro de 2008 ser do Tricolor. Paulista, obviamente. Peço perdão aos amigos e leitores corintianos, palmeirenses e santistas, mas este ano é a vez do São Paulo.


Adversário leal: Rafael Sóbis comemora o gol que encaminhou a conquista da América em 2006

Além de ajudar na corrente para evitar que o título nacional fique em "mãos erradas", ainda apóio o clube para o qual a patroa torce. E, lógico, o São Paulo é um clube-irmão do glorioso Sport Club Internacional. É sempre bom lembrar do quanto o tricolor paulista valorizou nossa conquista da Libertadores de América, em 2006. Foi um adversário leal e brilhante, portanto merece a torcida agora nesta reta final para ficar com o tricampeonato consecutivo e o sexto em sua história.


Bons tempos: Que saudades daquela equipe

sábado, 8 de novembro de 2008

Técnica de venda

Na volta das compras, no Centro de Florianópolis, hoje à tarde, minha mãe resolveu comprar morangos. Bem em frente ao Ticen, ali no "bandeiródromo" da campanha política, dois vendedores enchiam os bolsos com a grana da turma que não resiste aos prazeres que só os morangos oferecem.

- Quanto tá o morango?
- R$ 1,25 a caixa, dona.
- Mas é bom? Tá com uma cara meio estranha
- Dona, é tão doce que a Portobello tá comprando para fazer açúcar.

Três caixas vieram parar na geladeira aqui de casa.

O que nos resta em 2008

A vitória de 2 a 1 do Internacional sobre o Boca Juniors não foi assim "épica" como muitos vêm dizendo. Sou Colorado, mas "pé no chão" é algo salutar. Derrotamos o melhor time da América do Sul duas vezes, mas era a equipe reserva deles. No confronto de ida, em Porto Alegre, foi uma dificuldade imensa. Agora, é óbvio que estou comemorando. Afinal, qual foi o último clube brasileiro que derrotou o Boca na Bombonera? Cartas para a redação...

Crédito de Foto: Alexandre Lopes/VipComm/Divulgação

Quase xará: D´Alessandro leva pânico à zaga rival

E derrotar argentinos não tem preço. Ainda mais um clube da magnitude do Boca Juniors, o maior "bicho papão" de títulos no continente. Um dos destaques alvirrubros foi meu quase xará, D´Alessandro, que jogou com um ânimo a mais. Afinal, é cria do River Plate, rival do time azul e amarelo. Este gringo joga muito e foi um dos poucos acertos da diretoria colorada no ano.

Enquanto isso, "eles" estão tentando descobrir o que deu errado, como estão perdendo o título brasileiro que estava "garantido". O Inter vai às semifinais encarar o Chivas, time mexicano com nome de whisky. Meu time ainda não me convence. Sou sempre muito pessimista, afinal foram quase duas décadas de sofrimento constante. Mas que venha o título, pois é o que nos resta em 2008. O clube iniciou a temporada como um dos grandes favoritos à conquista do Campeonato Brasileiro e naufragou no meio do caminho. Decisões equivocadas na hora de vender e comprar jogadores, a contratação de um técnico irregular - nem vou levar em conta o fato do cara ser ligado à "eles" - criaram um time apático, insosso, burro. No papel, um elenco ótimo, na prática, um grupo pior do que muito clubinho de segunda categoria.

Críticas e lamentações prá lá, que venham os mexicanos!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quem disse que tecnologia é ruim?

De uns meses para cá resolvi me render à prática do download dos seriados de TV sem esperar pela estréia no Brasil. Não sou favorável à pirataria, mas sou muito mais contrário à demora dos canais pagos em nos mostrarem as novidades.

Mas a ansiedade e a curiosidade pelos novos rumos de "Prison Break", "Burn Notice", "Heroes", "Smallville" e "Californication" - em breve de "Lost" e "24 Horas" - me dominaram. Derrubei minha ideologia e abracei às facilidades que a tecnologia permite. Sou, como certamente já disse neste blog, antiquado e tradicionalista. Costumo demorar muito, mas muito mesmo, a entrar "na moda".

Eu já vinha fazendo isso com menos intensidade há alguns meses. Estava testando, talvez. Testando se iria mesmo contra o que sempre defendi. Descobri alguns sites que oferecem praticamente todas as séries de TV já produzidas, ativas ou canceladas, tudo com legendas ou na versão original. Foi assim que revi "Túnel do Tempo" e "Planeta dos Macacos" e estou acompanhando "Roswell" e "Invasion", que, à época de sua exibição não pude ver por não contar com as mordomias que os canais pagos disponibilizam.

"Burn Notice" foi uma das ótimas novidades que assisti neste ano. A primeira temporada me agradou bastante. E a segunda está ainda melhor. Bom texto, humor na dose certa, clichês bem administrados e o visual impactante de Miami. Jamais havia pensado que aquela cidade pudesse ser assim tão atraente.

"Californication"... foi algo bem semelhante. Mas neste segundo ano estou começando a ficar dividido. Acho o texto explícito demais. Palavrão demais, cenas de sexo demais (claro, sexo insinuado). Mas a interpretação do Agente Mulder.. ops! do David Duchovny... é, a cada novo episódio, ainda mais impagável, além do texto ser excelente. Santa contradição!

"Prison Break", por outro lado, é o que há de melhor. Quando eu pensava que os roteiristas já não tinham mais para onde levar a trama "fuga de presídio", eles surpreendem novamente. Mesmo que tenham se afastado completamente do fator presídio. Agora os personagens estão presos... na rua! Só vendo para compreender.

Enquanto a namorada não está aqui para assistir comigo e eu ainda consigo um pouco de tempo livre após o advento do novo emprego, vou me divertindo. Mas haja paciência para o retorno de Jack Bauer e da turma daquela ilha... a matriz de Florianópolis.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um novo desafio

Faltou dizer que o emprego novo é, na teoria, desde o último dia 27 de outubro - quando a nomeação foi publicada no Diário Oficial - e, na prática, desde segunda-feira, na Secretaria de Estado da Educação.

Sou o coordenador da assessoria de comunicação da Secretaria. Isso, claro, é apenas um título formal. Na verdade, sou mais um integrante da equipe que lá atua há anos, fazendo um trampo muito bem feito, por sinal. É um desafio que já se mostrou ser, muito provavelmente, o maior da minha carreira. O trabalho lá é uma roda-viva aparentemente interminável. E, para minha surpresa, estou adorando isso.

O preço a se pagar por esta nova fase, obviamente, foi deixar o jornal Notícias do Dia. Algo que fiz com dor no coração. Fiquei um ano no projeto que é fundamental para o jornalismo de Florianópolis e, espero, seja para o jornalismo de Santa Catarina. Foi ótimo participar do processo de consolidação do periódico que acabou assumindo o vazio deixado pelo saudoso AN Capital. Ficam lá amigos, vários (novos e antigos) colegas. Comigo vêm a experiência adqüirida, o conhecimento que ganhei cobrindo Política e o orgulho das várias boas coberturas que fizemos.

Mea culpa

Hoje é aniversário da namorada. Só consegui falar com ela agora pouco, 10 da noite. O dia foi caótico e corrido. Pensei em enviar uma mensagem pelo celular, mas achei que iria ficar impessoal, ou frio, ou distante. Isso, para quem namora à distância, é um problema.

Pensei em enviar um e-mail ou um cartão virtual. Não! Frio demais. Melhor telefonar. Mas, se fizesse isso durante o dia, teria que ser corrido, só um "Oi, amada! Feliz Aniversário. Preciso desligar". Ela, claro, iria detestar. A doidêra do novo emprego não me deu um segundo de descanso, das 10h às 19h. E antes disso, no início da manhã? Por qual motivo não me manifestei? Perdi a hora. Ainda não me encontrei neste Horário de Verão e a última noite não dormi nada por causa do calor. Ah, teve ainda o primeiro dia no emprego novo, outra maratona.

Deixei para ligar quando chegasse em casa, com calma. Foi um erro. Ela ficou triste e decepcionada. Achou que eu havia esquecido da data. Tem certeza que só lembrei ao acessar o Orkut, enquanto livaga prá ela. O que fazer? Cartas para a redação!

Sil, Namoradavilhosa, eu não esqueci d´ocê. Mas cometi (mais um) erro.