quinta-feira, 24 de março de 2011

Parem o mundo. Quero descer!!

Ontem morreu a Elizabeth Taylor. Em Brasília, derrubaram a Ficha Limpa. Ou melhor, adiaram. No Japão, refizeram em poucos dias uma rodovia destruída pelo terremoto. No futebol, a dupla da Capital inverteu os papéis na eterna gangorra do esporte bretão.

Na região metropolitana de Florianópolis a comoção nos jornais e nas ruas hoje, no entanto, não é nada disso. O que mais se comenta é o velhinho tarado preso por manter relações sexuais com uma vaca. Sim, o animal quadrúpede, aquela criatura que fornece leite, pode virar churrasco e procria, normalmente, com bois.

Já posso voltar prá barriga da minha mãe?

sábado, 12 de março de 2011

Um terremoto de medo, caos e lições

Será que os roteiristas de Hollywood estavam mesmo certos? A humanidade vai acabar em meio ao caos e destruição causadas por reações da natureza à interferência imbecil, egoísta e descontrolada do ser humano? O terremoto que abalou o Japão na última sexta-feira - seguido por suas mais de 150 réplicas, pelo tsunami e, se entendi bem, por mais um terremoto neste sábado - não é o primeiro sinal de que algo muito errado está em andamento.

Até o final do século XX, terremotos e erupções vulcânicas eram coisas não tão comuns, para não usar a palavra raridade. Eram coisas que a gente lia nos jornais e assistia na TV, mas sempre tudo muito distante. Conheci cidadãos que achavam ser tudo mentira, invenção da televisão, vejam só. Bom, até hoje há quem creia cegamente que o homem jamais chegou à lua.

Mas a partir do momento que Santa Catarina viveu a desagradável experiência de ter um furacão, comecei a achar que, de fato, algo sério estava guardado para nós, seres humanos. E não me venham com clichês de "ira divina", "seleção natural da espécie" ou qualquer frase vaga assim. Estamos pagando o preço. Minha saudosa avó Iracema, no alto do seu analfabetismo mais inteligente que muito fulano com pós doc, sempre dizia: "o que a gente tira da natureza, a natureza toma de volta".

As notícias que não cessam de chegar do Japão - e dos demais países que sofreram as consequências da tragédia dos dois últimos dias - são estarrecedoras. Parace que estamos, ao vivo, em um roteiro de filmes como "2012", "Terremoto" e afins. Um tremor de terra que iniciou sei lá onde devasta uma ampla região de um país costumeiramente castigado por fenômenos semelhantes. Surge um tsunami que invade a costa, arrasa cidades, ceifa a vida de centenas. A fúria do oceano se espalha mundo a fora, colocando em risco nações no outro lado, literalmente, do planeta. E que tal uma explosão em uma usina nuclear para "incrementar" ainda mais a trama?

E ontem, nas primeiras horas após o evento, a imprensa falava em 300 mortes, reproduzindo informações das autoridades japonesas. Era óbvio que este número não passava de uma estimativa inicial. Hoje leio que de 300 a 500 corpos foram encontrados apenas no porto de Rikuzenkataka.

A primeira série de imagens que circulou pela Internet veio do The Big Picture, como sempre, mantendo a tradição do The Boston Globe. Retratos impressionantes, esforço de fotojornalistas com um olhar diferenciado. E é incrível a sensação de olhar uma foto que causa espanto, apreensão e, ao mesmo tempo, empolgação jornalística. Fontes para acompanhar as notícias são inúmeras na Internet. O UOL é um bom exemplo. A Folha de S.Paulo também.

Logo surgirão explicações para isso tudo. Talvez até o homem não seja diretamente culpado pelo terremoto. Mas isso não nos impede de pensar em como este planetinha vem sendo tratado. Eu mesmo acho esta afirmação meio piegas, mas seguro morreu de velho. Evitar o desperdício, o consumo exacerbado, investir e praticar a reciclagem do lixo, combater o desmatamento, apoiar políticos - e depois cobrar deles - que tenham real comprometimento com todas estas coisas. São apenas algumas atitudes, bem simples, por sinal, que deveríamos tomar.

Pensando bem, lembro agora da minha infância, quando a vó Cema me dizia que não se devia jogar papel no chão, pois "era feio". Talvez, sabiamente, ela já estivesse fazendo a sua parte. Ensinando, passando adiante regras tão básicas e, infelizmente, tão deixadas de lado por nós, "adultos".

quinta-feira, 3 de março de 2011

A morte de Lavínia e a impunidade

O assassinato da menina Lavínia é mais do que chocante. Uma morte por si só já é uma tragédia. Quando causada por um motivo torpe se torna ainda mais revoltante. Inclua nesta equação uma criança e a gravidade da situação transforma-se em um pesadelo revoltante. Infelizmente, um pesadelo real.

Não só para a família da criança, mas para todos nós. Só de imaginar algo assim o sentimento que vem é terrível. O que fazer em um caso deste tipo? Quanto vai levar para algum advogado alegar que a assassina tem problemas mentais? E qual a chance da Justiça aceitar a tese? Impunidade, talvez, seja a pior praga do Brasil. Acho incrível o fato de criminosos terem direitos. Como assim? Ok, o cidadão roubar uma galinha é uma coisa. Algo que tem correção. Mas sequestro, assassinato, tráfico de entorpecentes... Me perdoem, não consigo pensar em Direitos Humanos para este tipo de ser "humano".

Há pressa para uma mudança no sistema Judiciário. Crimes como este devem ter punição exemplar. Mas não se pode perder tempo com tantos debates. É algo emergencial.