sábado, 19 de dezembro de 2009

Glenn Hughes em Floripa

Acabo de chegar do já histórico show de Glenn Hughes na capital de todos os catarinenses. O lendário ex-vocalista do Deep Purple - cuja carreira iniciou no Trapeze e conta com uma passagem pelo Black Sabbath - fez uma apresentação de extrema qualidade no Floripa Music Hall.

Dos mortais que lá não estiveram tenho dó. A noite começou com uma burocrática performance do Immigrant. Desculpem, mas já são - sei lá, 15 anos? - vendo praticamente as mesmas músicas cover de dinossauros do rock. Não nego a qualidade dos músicos, o carisma da banda, merecem todo o respeito e o espaço que conseguiram. Mas não me convencem.



Por volta das 23h30, o mestre veio ao palco e abriu a festa com "Stormbringer" e "Might Just Take Your Life", clássicos de sua brilhante participação no Deep Purple. Depois foi só alegria e êxtase das quase 500 (??) pessoas no local. Ele mesclou faixas da sua boa carreira solo com mais clássicos do Purple. Ficou de fora, infelizmente, uma menção ao brilhante "Seventh Star", álbum do Black Sabbath que contou com Hughes nos vocais. Normalmente, ele toca apenas a balada "No Stranger To Love", sempre deixando de lado poderosas canções como "In For The Kill", "Heart Like A Wheel" e "Sphinx (The Guardian)". Desta vez, porém, nem a romântica peça composta por Tonny Iommi entrou no set list.



Em compensação, o restante do repertório foi um presente ao público de Florianópolis. Rolaram ainda "Mistreated" e "You Keep On Movin" e a ótima "Soul Mover", entre várias outras ótimas. E Hughes é um show a parte, demonstrando carisma imensurável e provando que idade não afeta o artista de verdade. Aos 58 anos de idade, ele mantém sua poderosa voz afinadíssima, com agudos impagáveis, muito feeling, afinação extrema e uma performance sempre inspirada. A maneira como ele improvisa no palco, compondo pequenas músicas inéditas, sempre explorando sua privilegiada voz, que em vários momentos se torna praticamente feminina, sem soar afetada, é impressionante. Não é a toa que nos anos 70 ganhou o apelido de "Voice of Rock".



O ano termina para nós do rock and roll de forma brilhante em Florianópolis. E este foi um ano que teve Deep Purple. Para uma cidade sempre distante dos artistas do rock e do heavy metal, 2009 foi até certo ponto generoso. Tomara que em 2010 isso se amplie ainda mais e que tenhamos a chance de não sermos obrigados a viajar para Porto Alegre, Curitiba e São Paulo para se divertir.


Post scriptum

Estou atualizando este post, agora com alguns vídeos que já localizei no YouTube. Aproveito para comentar alguns comentários sobre as minhas impressões do show. Alguém que se identificou como "Garden Studios" criticou minhas palavras sobre o Immigrant. Amigo, concordo que há quem se interesse pela banda e estes merecem vê-la. Como afirmei acima, não tenho nada contra o grupo em si, acho que sou contrário a presença de bandas cover abrindo para bandas com som próprio. Mas esta é apenas uma opinião, minha, portanto, não influi nem contribui em nada. Não me leve a mal. E, te garanto, eu jamais pediria para o grupo citado em seu comentário abrir quer seja para o Glenn Hughes ou para qualquer outro ser humano. E sobre a quantidade de pessoas presentes à festa, eu estava a menos de 2 metros do palco, então não tive uma vista privilegiada para checar o público em geral, por isso coloquei pontos de interrogação após minha estimativa.

Outro visitante, que não se identificou, lembrou do Joe Lynn Turner. Geograficamente falando, o show não foi em Florianópolis, mas eu, realmente, esqueci de citar. Valeu pela lembrança.

E muito bom ler o recado do André Lückman, velho comparsa do Curso de Jornalismo da UFSC e da inigualável e inesquecível redação do AN Capital. Muito bom rever o amigo depois de tanto tempo. \m/

3 comentários:

Garden Studios disse...

Burocrática performance da Immigrant? Faça-me o favor. Sempre vai ter alguém achando que seria mais adequado colocar o "só para contrariar" no palco. Por outro lado, existem alguns poucos (ou não tão poucos assim) que talvez se interessem pela possibilidade de ver um mito como Glenn Hughes no palco, e de quebra, poder desfrutar um pouco de Pink e Led com qualidade. Quase 500 pessoas? Olhando de cima parecia pelo menos o dobro. Para finalizar, Glenn Hughes realmente continua sensacional.

André Lückman disse...

O legal do Hughes é que ele toca pra 200, 500 ou 30.000 com a mesma empolgação. O cara é artista de verdade. A única coisa que eu pediria é um set com menos medalhão e mais sonzeira recente. Sentiu o poder de "Crave" e de "Stepin' On"? Bom rever o amigo, abrá.

Anônimo disse...

Estive no show. Realmente foi fantástico. Notei que você não comentou do Deep Purple e Glenn Hughes em FLoripa. Esqueceu do Joe Lynn Turner? Foi um showzaço tb!