domingo, 20 de dezembro de 2009

Terror do que não se vê

Fiz as pazes com o cinema. Depois de um longo tempo sem me render ao maravilhoso mundo da fantasia, voltei à escuridão de um sala de cinema. A idéia era assistir o tão falado "Avatar", mas a versão 3-D não dublada ainda está sendo exibida somente na sessão da noite. Ao menos no Shopping Iguatemi. Como sempre mantenho os dois pés atrás com filmes muito pré-badalados, vou deixar passar uma semana ou duas. Tenho cá minhas dúvidas, apesar de confiar na real possibilidade do filme ser bom.

Fotos: Cinema em Cena/Divulgação

Psicológico: Nada se vê, muito se assusta

Não tive dúvidas, apostei em "Atividade Paranormal", dirigido por Oren Peli. Li algo sobre o roteiro ser bem semelhante ao genial "A Bruxa de Blair" e isso estava me intrigando. Quando vi "Blair" imaginei que o mercado seria infestado por várias cópias, versões, minisséries, álbum de figurinhas, gibis, games e tudo o mais. Isso seria péssimo, pois mataria um estilo muito interessante, mas que se tornaria insuportável caso a indústria o explorasse vastamente. Refrescando a memória de quem deixou passar batido o interessante filme: trata-se de uma história "baseada em fatos reais", onde "gravações feitas com câmeras de vídeo pelos personagens mortos e/ou desaparecidos foram encontradas". O clima era de puro terror psicológico, pois nada de assustador, nenhum demônio, serial killer ou bruxa aparece, ao contrário do normalmente feito em histórias de horror. Era tudo pura indução e a mente do espectador é quem faz o estrago.


Terror: Atriz Katie Featherston em cena chave para a trama

Levou oficialmente 10 anos para o sucesso se repetir. "Blair" é de 1999 e "Atividade Paranormal" é creditado como de 2009, apesar de ter sido produzido em 2007. O esquema foi o mesmo, filme de baixíssimo custo é lançado despretenciosamente e se torna um campeão de bilheteria. É considerado o mais rentável até hoje, pois teria custado 15 mil dólares e arrecadou 100 milhões de dólares nos Estados Unidos.


Relembrando Blair: Filme é feito com imagens produzidas pelo elenco

Desta vez, porém, não houve nenhuma estratégia de marketing viral e, duvido, o filme vai se tornar cult com a mesma intensidade de "Blair". A história é mais direta, menos complicada, bem mais simples. Mas a tensão é, talvez, maior do que a obra criada pela Hexan Films. Um casal tem uma vida normal até que a casa onde vivem começa a apresentar fenômenos estranhos. Ruídos, portas que se movem e coisas do gênero. Não é nenhum pouco original e o roteiro tem um ritmo lento, em alguns momentos, irritante. Mas os sustos surgem aos poucos e impressionam. Não são tão impactantes quanto em "Blair", mas funcionam. A sequência em que Kate (interpretada por Katie Featherston - sim, como na obra inspiradora, os personagens têm os nomes dos atores que os dão vida) é arrastada para fora da cama é antológica. Apesar de ter achado o final meio decepcionante, sinto que valeu o investimento no ingresso. Aviso aos navegantes, se você gosta de cinema europeu "cabeça" vá ao cinema do CIC. Se você não curte filmes de suspense/terror/horror afaste-se de "Atividade Paranormal"

Um comentário:

Marco Antonio Zanfra disse...

Vi o filme baixado da internet e parece que os finais são diferentes. Mas a cena de Katie sendo arrastada me causa arrepios até agora!