"A tortura é ainda menos tolerável num Estado desenvolvido como SC". A frase é do ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial dos Direitos Humanos) para a colega Adriana Baldissareli. A entrevista está na coluna "Pelo Estado", que a jornalista publica via Associação dos Jornais do Interior (Adjori) em vários periódicos catarinenses.
O contexto da frase, claro, tem a ver com as recentes denúncias de torturas por parte de policiais contra presos. O fato ganhou repercussão nacional, conforme disse o ministro à repórter. "Presido um comitê nacional de combate à tortura, instituído pelo presidente Lula em 2006, que imediatamente fez aquilo que pode fazer, que é oficiar as autoridades do Estado. Há uma delicadeza neste processo devido ao quadro político brasileiro. Sempre agimos com cautela quando visitamos SC para que não haja nenhuma interpretação de que nossa palavra é uma palavra com conteúdo de disputa política entre situação e oposição na escala federal. Falamos em nome dos DH onde a arma nunca é a ameaça, o tridente. É o diálogo, é lembrar que todos nós, autoridades públicas, somos igualmente responsáveis perante a lei. Então, chamo a atenção do governo estadual com respeito, com cautela, mas com persistência e firmeza. Esse tipo de situação não pode mais acontecer e vamos monitorar para saber se houve punição. Imaginava que imagens terríveis de um preso tendo sua cabeça enfiada num vaso sanitário já não acontecessem mais no Brasil, e, num Estado como SC, que tem os melhores índices de desenvolvimento humano, econômico e social, são menos toleráveis ainda", relatou Vannuchi.
Não adianta ser um Estado desenvolvido. É preciso muito mais para que este tipo de episódio mais do que lamentável volte a acontecer. Investimentos cada vez maiores e ainda mais sérios em cultura, educação básica e superior, melhores salários, saneamento, condições para ampliação do número de empregos. São só algumas alternativas.
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