sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Memória Valhalla

Há tempos que venho pensando em resgatar minha humilde colaboração com a extinta revista Valhalla, depois Rock Hard-Valhalla. Já pensei várias formas e formatos, mas sempre adiei o projeto. Há um longo tempo, conversei com o Eliton Tomasi, criador e editor da revista. Expliquei meu desejo de perpetuar o material que produzi, desta vez na Internet. Parceiro e compreensivo como sempre, Eliton me autorizou a reproduzir neste blog as entrevistas e resenhas que produzi naquele período excelente, onde pude - mais uma vez - unir minha profissão com minha paixão: a música pesada.

Hoje, do nada, veio a vontade de iniciar isso tudo. Ainda não sei se vou postar todo o material, mas um deles eu não poderia deixar ficar esquecido: a entrevista com Vladimir Korg, vocalista e compositor de bandas lendárias da cena heavy metal brasileira como Chakal e The Mist. Há aqui um orgulho pessoal pela oportunidade de conversar com um dos meus ídolos, a exemplo do que aconteceu quando da histórica passagem de Ronnie James Dio em Santa Catarina, ou a entrevista com Josh Christian, guitarrista do Toxik. Como sempre, as versões publicadas na revista foram editadas em função da limitação de espaço. Optei por baixar aqui a versão na íntegra. O texto é de março de 2005.


O lado instigante da lendária cena mineira

Por Alessandro Bonassoli

O Chakal foi uma das bandas mais importantes da frutífera e essencial cena metal de Minas Gerais nos anos 80. A banda está na ativa e lançou recentemente o agressivo "Demon King". O lendário vocalista Korg comenta mais sobre esse trabalho e toda a carreira dessa banda fundamental

Vladimir Korg é um dos principais cérebros do metal nacional. Líder do Chakal - grupo surgido em Belo Horizonte/MG, na criativa década de 1980, foi um dos responsáveis pelo fortalecimento da cena mineira enacional. Mais tarde, participou de dois álbuns clássicos do extinto The Mist, que o consagrou como um dos principais letristas do estilo no País. Depois de alguns anos afastados, Korg e o Chakal voltaram em 2003 com "Deadland". Em 2005, lançam "Demon King", CD do mais alto nível, pesado e agressivo como o thrash metal deve ser. Para falar deste trabalho e de sua carreira, Korg atendeu a Valhalla com exclusividade.


"Demon King" é a resposta para quem não entendeu que "Deadland" (de 2003) era um projeto conceitual? O novo trabalho é pesadíssimo e certamente vai figurar na lista dos melhores deste ano. A impressão é que somente agora o Chakal está voltando à ativa, que "Deadland" foi apenas um "ensaio". Na minha opinião, este é o melhor álbum do Chakal, mais forte até do que o clássico "Abominable Anno Domini".



VK)Não acho que o "Demon King" seja uma resposta para nada. Acho que ele é mais uma pergunta do que uma resposta. Todas nossas questões atuais estão nesse trabalho. A covardia da guerra em pleno século XXI onde agimos com ignorância e preconceito. E não é a nossa intenção apontar um ou outro país como culpado, todos nós temos nossa parcela de culpa em qualquer conflito que exista hoje no mundo. Mas não queremos fazer nada panfletário. Somos músicos e nos expressamos assim. Está é nossa maneira de dizer que estamos sofrendo e indignados. Não conte com a gente para liderar nenhum movimento pró-qualquer-coisa, somos músicos. Quanto ao "Deadland", o Chakal se sente recompensado por termos vendido a prensagem toda e termos conseguido bons resultados. Não foi um trabalho palatável e nos orgulhamos disso. Mas somos honestos o bastante para falarmos que nos orgulhamos dele e fizemos o que tínhamos que fazer. Sabíamos que muitos ficariam boiando, mas tínhamos que prosseguir. Pretendo um dia retomar esse tema e agora com Mark o trabalho terá uma outra cara, e isso só me instiga mais. Acredito que desde o "Abominable" todos os discos são apenas um ensaio. O Chakal é uma banda essencialmente palco. Temos agradecido todos os elogios e estamos muito felizes com a resposta. Até agora só tivemos uma resposta negativa e desdenhosa mas realmente não temos o perfil necessário para sermos reconhecidos pelos críticos daquela revista e realmente hoje temos orgulho de não sermos o que eles querem que nós sejamos. Somos o Chakal e não nos dobramos a ninguém.


Todo este peso e agressividade, este thrash de alta qualidade tem a ver com a nova formação, reunindo três dos integrantes da versão clássica do grupo com o Andre (ex-Vultur) na segunda guitarra? Seria aliar a experiência com a juventude?


VK)Estamos com as garras afiadas. Quem nos encontra fora dos palcos sempre fala que somos tímidos e inofensivos, mas quando adentramos aos palcos ficamos ferozes. Nossa formação agora será considerada no futuro como a clássica. Estamos nos sentindo começando a acertar onde dói. André é peça fundamental na banda. Posso dizer que o Chakal não existe mais sem ele. É como Mark, Wiz e agora o Giuliano que trouxe finalmente uma certeza na cozinha. A máxima de que “ninguém é insubstituível” não está cabendo muito no Chakal.


As letras são outro diferencial, como qualquer trabalho composto por você. Ao contrário da maioria das bandas nacionais, que se preocupam em falar sobre fantasia tipo castelos e dragões ou sobre satanismo, você sempre investiu em letras inteligentes. A crítica social de "Morlock Will Rise", que fala sobre preconceito, e a crítica política, algo latente em "War Drums" e "Mastered Dogs", são exemplos disso. Por sinal, não há como não ler estas duas últimas sem pensar em George W. Bush e na hipocrisia da sociedade norte-americana. Falar sobre estas temáticas é questão de engajamento? de tentar abrir os olhos do seu público para coisas realmente importantes na vida de todos nós ou é meramente uma questão de maior facilidade para tratar sobre isso?


VK)Poucos tem a sua paciência para escarafunchar as letras. Tento sempre deixar algumas coisas para as pessoas descobrirem e viajarem. Fiz isto muito no The Mist. Não posso falar que minhas letras são mais inteligentes do que outras e que nunca falarei de dragões. Adoro letras satânicas e muitas delas acho divertidas. Falo sobre satanismo mas de forma alegórica e isso com certeza não será desculpa para que eu não apodreça no inferno. Se o catolicismo estiver certo e tudo o que eles falam for verdade, eu estarei hierarquicamente confortável no inferno. Brinco com o imaginário coletivo. As coisas que falo estão todos os dias nos jornais. Tropeçamos nelas diariamente. Mas não tento com minhas críticas influenciar ninguém, posso estar errado e não quero esta responsabilidade. Sou um irresponsável... Se quisesse ser o bonzinho não estaria fazendo Heavy Metal, estaria buscando mais visibilidade na mídia e não tocando para um público restrito. Amo o Heavy Metal, apesar de que gosto de muitos outros estilos. Mas o Heavy Metal é algo que não consigo me desvencilhar. Encontro pessoas nas ruas que conheciam o Chakal na década de oitenta e eles sempre perguntam: “Vocês ainda estão nessa?” A maioria deles eram super radicais e hoje nem se quer ouvem Black Sabbath. Desconfio muito dos radicais de plantão, a maioria deles hoje estão em alguma igreja pedindo perdão e dando dinheiro a pastores evangélicos.


Ainda sobre a temática do CD, à primeira vista, a faixa título aparenta ser alguma exaltação ao satanismo. Mas lendo seu texto com mais calma, a impressão que tive foi novamente sobre Bush, Bin Laden e outros tiranetes que volta e meia aparecem com idéias de dominar o mundo através da guerra. Qual a mensagem de "Demon King"? É mesmo uma alegoria sobre as guerras e o terrorismo?


VK)Minhas letras estão abertas. Por favor, entendam-na como quiserem. Mas mexam nela, mudem de lugar as estrofes, brinquem à vontade. Só não me peçam para decifra-las. Aí não tem graça. É como contar o final do filme. Sua percepção é perfeita. Se você reconhece isso nas minhas letras é porque você está indignado também. Se minha letra for suporte para que esta indignação saia, me sinto muito feliz por isso.


Uma novidade neste trabalho foi a inclusão de um cover para "Evil Dead", do seminal "Scream Bloody Gore", do Death. Por quê um cover? Qual motivo levou vocês a optarem por esta faixa em especial? Além de ser uma homenagem ao saudoso Chuck Schuldiner, não há como não ver um link entre a letra da faixa com "Dead Walk" do primeiro álbum do Chakal.


VK)Eu adoro essa música. Eu tinha um show pirata do Death onde esta música era uma parte realmente evil no set list da banda. A música é grandiosa e é tudo que o Heavy Metal é. Adoramos toca-la. Ela é simples, direta e rápida. Tentei ser fiel ao original sem copiar o estilo do Chuck. Fizemos com respeito e temos nojo daqueles que acham que foi “oportuno” a inclusão da música no disco. O "Demon King" se comportaria da mesma forma com a não inclusão do cover. Não precisamos disso. Poderíamos colocar a "Metal Gods" do Judas mas preferimos a do Death. Esperamos que os fãs do Death, como nós, gostem da nossa versão. Quanto a "Dead Walk", ela sempre revive de alguma forma na nossa carreira....


O Chakal surgiu na década de 1980, em um momento único do metal no País, onde a cada mês aparecia uma banda nova e de qualidade. Vocês são de uma geração que impulsionou o estilo no Brasil, ao lado de Sepultura, Mutilator, Overdose e Dorsal Atlântica, entre outros. Mas era uma época em que não havia tanta facilidade para comprar instrumentos, para gravar e para lançar discos como hoje em dia. O que vocês mantém daquele momento para seguir sua carreira atualmente?


VK)Nossa garra para continuar. Temos visto pessoas que foram muito importante para a história do metal underground no País dizer que tem vergonha dos álbuns que compôs, dos show, das maquiagens e etc... Isto me deixa nervoso porque se eles estão falando isso agora é porque nunca foram sinceros no passado. Foi tudo vaidade estúpida! Só para terem fãs e darem autógrafos... Isto me enoja Sempre pensamos na música, no metal brasileiro, no terceiro mundo entrando pela porta da frente na música underground.


A cena atual é muito maior, com mais bandas gravando e aparecendo, mais shows nacionais e internacionais acontecendo país afora, apesar de ainda existir muita desunião e radicalismo. Parte do público reclama que não há espaço para o metal, mas, paradoxalmente, vira as costas para os grupos que conseguem espaço na mídia mainstream. Até que ponto este tipo de pensamento underground é correto?


VK)Existe uma auto afirmação estrutural no underground. Ser true ou não. Isto é uma bobagem. Música é música. A união sempre foi um target a ser atingido. Mas só que essas querelas de ser true ou não, ou ter cabelo ou não, ou ser capeta ou não fica uma coisa estúpida tipo: “Minha banda fede mais a enxofre que a sua.” “Meu cabelo é maior que o seu.” A banda que eu gosto é mais pesada que a sua”. Uma infantilidade, pois a música fica em segundo plano. Heavy Metal é música, arte underground. Espinhos, cara feia, cabelo grande são periféricos e que o Heavy metal pode muito viver sem isto. Mas se tirarmos a música, fodeu!

O público pode nos chamar de qualquer coisa contanto que ela venha acompanhada de metal no final. É claro que quem nos chamar de New Metal nós mandaremos ir tomar no cu. Somos velhos demais para sermos chamados de new. Repito que esses radicais de plantão tem o tempo contado no underground. Eles mesmos se expelem. O mainstream não tem nada de corrupto. Ele em si não. Ele dá uma estrutura melhor, maior. O glamour, as facilidades, os excessos, estes são pontos que se o artista for medíocre ele é engolido e sua mediocridade aparece nos atos e incomensuravelmente em seu trabalho. A honestidade do artista não pode ser corrompida se sua essência, sua vontade e seu respeito para com o próprio trabalho forem concretas. Você vê isso. Acredito que o vocalista do Nirvana foi totalmente exaurido de sua criatividade. Ele preferiu se matar do que ter o cheiro do tal desodorante Teen Spirit. Porque isto não aconteceu com um Neil Young, ou puxando a farinha para o meu saco, com o AC/DC. Nas configurações nacionais da MPB. Veja o pobre coitado do Caetano Veloso, rico mas imbecilizado, não pode mais viver sem vender um milhão de cópias. Enquanto isso, um Chico Buarque está mais preocupado com a pelada do fim de semana do que a possibilidade de ter um disco de ouro idiota pregado na parede. Ele não tem nada para provar para ninguém. A música dele é aquela, sempre foi e sempre será. Ele compartilha a arte dele da forma que ele conhece, sem criar polemicas, sem chamar atenção para si. Ele faz isso com a música. Não que eu goste imensamente do trabalho dele mas aprecio intensamente a sua honestidade. E é claro, aprecio a maneira como ele tem todas as mulheres do mundo nas mãos....


O que é necessário para a cena se fortalecer definitivamente?


VK)É isto. Honestidade! Respeito pelo trabalho do outro. Faça o que está a fim de fazer. Em 1994, todos estavam mais preocupados em parecerem com o Sepultura do que tudo. A música não tinha mais importância. O Heavy Metal nacional não tinha mais importância se não tivesse uma repercussão no exterior. Isso me cansou! As pessoas compunham com medo. Medo da música. Medo da própria música. Eu tinha uma banda de cover de Ramones e mandei tudo às favas e fui me divertir, fui viver e não ficar preocupado se minha composição iria render dólares. Fazer as “bases para gringos”. Acho quase todos os álbuns da década de noventa sem expressão, sem criatividade... O Sepultura nadou de braçada neste mar de bandas acéfalas. Eles provaram que estavam léguas a frente de todos porque não tinham medo da música que faziam. Enquanto isso, a maioria ficava se mijando de medo quando lançava um disco: “Será que vai dar certo?”


Falando no passado, não há como esquecer que você fez parte do, infelizmente, extinto The Mist. Sua presença nos dois primeiros trabalhos, "Phantasmagoria" (1990) e "The Hangman Tree" (1992) foi marcante. O grupo tinha nível para ter ido muito mais longe do que foi se tivesse mantido aquela linha musical. Por qual motivo você saiu? É verdade que a Music For Nations ofereceu um contrato para o The Mist, mas você recusou por achar que gravar por um selo que, naquele momento, até poderia ser apontado como mainstream, seria um afastamento do underground?


VK)De jeito nenhum! Isto nunca aconteceu. Um contrato com a Music for Nations seria muito bem vindo. E hoje também. Não tenho nada contra meu trabalho ser difundido fora do país. Isto é totalmente irreal. O motivo para que eu não continuasse foi que aquelas pessoas não tinham nada a ver comigo. Percebi que eu estava no The Mist apenas para estar em uma banda. Percebi também que eu não estava sendo honesto comigo mesmo. Gostei muito de fazer o "Phantasmagoria," mas detestei o "Hangman Tree". As letras do álbum talvez sejam as melhores que já fiz, mas o astral era uma bosta. Hoje percebo a importância do álbum na minha carreira e agradeço por ter tido paciência para fazê-lo.


A Cogumelo relançou “The Hangman Tree” em CD, mas nunca fez isso com o “Phantasmagoria”. Há algum plano para isso? Vocês certamente devem possuir material ao vivo ou sobras de estúdio que poderiam sair como bônus. Isso seria bom não só para os fãs do The Mist, mas para a nova geração, que não teve a oportunidade de conhecer o grupo.


VK)Isto depende da Cogumelo e não quero mais me meter nisso. O João paga os meus direitos e ponto final. Não tenho intenção em mexer com os trabalhos do The Mist. Agradeço a todos os fãs que respeitam o meu trabalho naquela banda. Gosto muito do "Phantasmagoria," como falei. Aquilo para mim é o The Mist.


Em “Demon King” há vários momentos, como a própria faixa-título, o riff de “Christ In Hell” e em “Human Remains Banquet”, que nos remetem à sonoridade do The Mist. Isto foi intencional, mera coincidência ou se deve ao fato dos grupos mineiros daquela época terem, em sua maioria, muita similaridade, à exemplo do que houve na Bay Area?


VK)Não tenho certeza disso. E nós não reconhecemos muito esses riffs. Se alguma coisa desse disco se parece com o Mist poderia ser o vocal, mas o riffs são do Mark e não é bem o estilo do Mark os riffs do The Mist, apesar do Mark gostar muito do trabalho do The Mist.


Houve um período em que você se afastou do metal, criando projetos completamente diferentes, mas sem nunca usar sua história do Chakal e do The Mist para se promover, numa prova de respeito aos seus fãs. Um exemplo disso foi com o (bom) grupo punk rock Junkie Jesus Freud (de 1993). Apesar da qualidade, aquele trabalho não chegou a ter a repercussão que merecia, mesmo tendo uma boa distribuição em todo o País. Ao quê você atribui isso? Faltou mais investimento por parte da gravadora?


VK)Aquele trabalho foi a coisa mais legal que aconteceu na minha carreira. Não sei o que deu errado ou sei lá se deu errado. Tivemos oportunidade de grava-lo e isso já foi uma grande experiência. A Cogumelo investiu no trabalho sem pensar em retorno. Investiu porque estava capitaneado por mim e tenho a sorte de ter a Cogumelo como parceira em tudo o que eu faço. As portas da Cogumelo sempre estiveram abertas para mim como artista, não posso reclamar. Se não fosse ela ter comprado a briga com o "Deadland", o Chakal talvez jamais teria voltado. Poderíamos até estar tocando mas com uma estrutura pior. Estamos conscientes que somos um produto de uma gravadora independente. Se existir uma gravadora interessada em nos dar uma estrutura melhor, estamos abertos. A Cogumelo tem mérito em nosso trabalho também e se formos um dia reconhecidos por uma gravadora de porte maior será um reconhecimento também para a Cogumelo.


Ainda pensando no passado, o Chakal resgatou na faixa “The Masque Of The Red Death” duas características do thrash oitentista: a alusão à obra de um escritor clássico como Edgar Allan Poe e a gravação de uma instrumental baseada no dedilhado em um violão. Por sinal, esta é uma das mais bonitas que já ouvi. Quem teve a idéia de retomar este tipo de música que andava meio esquecida?


VK)Mark. Dono da música. Eu só a nomeei. Mas não houve a intenção de recordar nenhum momento oitentista. Ele mostrou o dedilhado e pediu para incluí-lo e é claro que ninguém vai podar o Mr. Mark.


Durante a divulgação de “Deadland”, você chegou a dizer que não via problema no fato do Chakal não ter conseguido sair do país. Você ainda pensa deste modo? A banda e a gravadora não planejam nada para o exterior? Falo não só em licenciamento do álbum (como está isso?) mas, também, em tours fora das fronteiras brasileiras.


VK)Gostaríamos muito de sair do país, mas não vamos fazer nossa música para isso. Se ela tiver porte para atravessar as fronteiras, será ótimo. Para nós ainda é difícil ter estrutura financeira para almejar isso e sonhamos que isso um dia aconteça. Somos músicos e estamos precisando e procurando pessoas interessadas em trabalhar conosco para gerenciar nossa carreira fora. A Cogumelo está tentando ampliar seus horizontes na Europa e entrando em contato com gravadoras e distribuidoras. Nós estamos também tentando fazer nossa parte.


Belo Horizonte foi, por alguns anos, o centro do metal no país. Com o sumiço de grupos como Chakal, Overdose, Mutilator, Sarcófago e a decadência do Sepultura, a cena aparentemente estagnou. Qual a situação atual? Nomes como o Drowned e Eminence vêm tentando marcar seu território no país. Além deles ainda há aquela movimentação do passado, com intenso trabalho de fanzines e muitos shows? Quais nomes poderão se destacar em breve?


VK)Absolute Disgrace, Pathologic Noise, Extreme Hate, tem muitas bandas que tem potencial. Flagelador e Apocalyptic Raids do Rio também gosto muito. Gosto muito do Metal do Rio de Janeiro. Tenho saudades do saudoso Explicit Hate... BH é uma cidade insana. Aqui não tem braços cruzados na hora de show. É sempre uma zona. Tocar em BH deveria ser uma honra para as bandas iniciantes. Lembro do Krisiun falando isto em um show. O Krisiun é um exemplo de banda que não esquece o passado e por isso é respeitada em todo o lugar que vai. Por isso merece ser hoje o nome que nos representa lá fora.


Para finalizar, quais são as metas do Chakal a partir de agora?


VK)Tocar. Sempre tocar. Isto é que nos mantêm até hoje. Por isso, produtores estejam a vontade:chakal@bhzo.com.br. Gostaríamos também de expressar toda nossa alegria de responder perguntas tão bem formuladas. Foi uma entrevista muito legal e esperamos ter correspondido. Um abraço a todos e ouçam "Demon King". Seu reinado está chegando.... STAY METAL !!!!!

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