O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) completou ontem 70 anos de idade. Iniciou o dia ganhando bolo de parabéns pela manhã, na inauguração da rede wireless e de seis quadras cobertas do Instituto Estadual da Educação (IEE), em Florianópolis. Encarou tranquilamente um mínimo protesto de um grupo de 2 ou 3 alunos, fato exageradamente destacado pelo Diário Catarinense.
O ápice da data aconteceria horas depois, à noite, em Joinville. A festa estava programada para 1500 convidados, mas avalio que estavam lá pelo menos 500 pessoas a mais. Vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, secretários de Estado, senadores catarinenses e o governador do Paraná, Roberto Requião, amigo de LHS há décadas, prestigiaram o atual gestor de Santa Catarina. Ex-prefeito de Joinville, a maior cidade do Estado, foi deputado estadual e federal, ministro, presidente do maior partido do País e entrou para a história como o primeiro governador catarinense a conseguir ser reeleito.
Em meio à crise institucional e política surgida com as acusações contra o seu vice, Leonel Pavan (PSDB), Luiz Henrique vê ameaçado o seu sonho de chegar ao Senado. Mas, ontem, a crise ficou de fora do restaurante onde a festa de aniversário aconteceu. LHS foi calorosamente recepcionado e aplaudido. E já não falou como governador de Santa Catarina. Seu discurso foi nitidamente nacional. O palco onde uma banda animava a noite minutos antes, se transformou em um palanque de campanha. Não faltou nem o apoio de outra referência política. Requião não se conteve: "E com pessoas como meu amigo LHS no Senado o Brasil vai caminhar para as verdadeiras e necessárias mudanças", bradou o governante do Estado vizinho para delírio da massa peemedebista.
E Luiz Henrique discursou pedindo um presente para o próximo aniversário. "Quero uma reforma política que revogue a presença do financiamento privado, que alimenta o Caixa 2 nas eleições". Pediu ainda que a mesma reforma "revogue a reeleição e a loucura de uma eleição a cada dois anos". Aparentemente, ninguém lembrou que o próprio LHS é governador reeleito.
Defendeu ainda mais ao citar a necessidade de programas gratuitos de televisão e rádio realmente gratuitos, "acabando com o pré-programa, fazendo com que os candidatos apareçam com a sua cra, sem maquiagem" para os eleitores. Curiosamente, LHS lançou ao público um argumento que, de certa forma, contradiz o seu apoio ao prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB). "Quero uma reforma política que reforce a fidelidade partidária. Em caso de mudança de siglas, o político fique duas eleições sem se candidatar", disse o candidatíssimo Luiz Henrique. Berger trocou de legendas sistematicamente, conquistando duas eleições consecutivas em São José e outras duas seguidas na vizinha Florianópolis.
Quem esperava um balanço sobre as duas gestões de LHS, ficou a ver navios. O tom do discurso foi claramente voltado às eleições de outubro. Para muitos, salvo revés gravíssimo, ele já seria o dono de uma das duas vagas do Senado reservadas para Santa Catarina. Resta aguardar.
Um comentário:
O fato exageradamente destacado no Visor do DC, que virou um espaço de fofoca. Novas....
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