O portal Whiplash traduziu matéria da revista Time sobre a volta do hard rock norte-americano dos anos 80. É a mídia mainstream, como sempre atrasada, constatando algo que já vem ocorrendo há, pelo menos, 2 anos (creio que até mais). Na Europa e nos Estados Unidos, o hard rock e o heavy metal dos anos 80 está em alta. Festivais como o Keep It True, na Alemanha, esgotam os ingressos em questão de horas. Até mesmo aqui no Brasil, a receptividade para os sons antigos aumentou. E, claro, bandas seminais do rock pesado nacional - Azul Limão, Taurus, Overdose e Stress, entre outras - já voltaram à ativa.
Clássico: Azul Limão resgatando em 2007 um hino de duas décadas atrás
Isso é ótimo! Para nós que fomos adolescentes nos anos 80 - e não curtíamos o pop da època (que É bom, reconheço) e temos aversão ao lixo do pop atual - é a oportunidade de rever velhos ídolos. Afinal, cada banda que volta aos palcos, grava CD e lança DVD. Falta agora, boa parte dos nomes citados no texto abaixo virem para o Brasil. Queensrÿche pode vir todo ano. De seis em seis meses seria o ideal. Mötley Crüe também!
Outra vez: O Taurus, ao vivo em 2007
Das antigas: a banda paraense Stress e um clássico do rock pesado brasileiro
Reproduzo a tradução da matéria da Time, cujo texto original pode ser lido clicando aqui.
Eles vieram dos anos 80
Por Kris Osborn
Se a reunião do Van Halen lhe fez sentir-se como se tivesse entrado em uma máquina do tempo... onde você esteve durante todo o verão? Don Dokken gritava "Unchain the Night" para centenas de fãs em Springfield, Virginia, enquanto acordes de guitarra cortantes e estridentes rasgavam a escuridão. Algumas semanas depois, no mesmo lugar, Stephen Pearcy, vocalista do Ratt, esticava o microfone para a platéia, que cantava "Round and Round" enquanto corpos se chocavam e punhos se erguiam no ar. Em Thorpe, Pensilvania, Jani Lane, ex-Warrant, cantava a clássica balada "Heaven" enquanto milhares de telefones celulares e isqueiros iluminavam o ar. E, para não ficar de fora, Vince Neil, vocalista do Mötley Crüe, tocava "Looks That Kill" com a platéia de Ocean City, Maryland, acompanhando a letra.
Na ativa: Dokken, ao vivo na Noruega, 2007
A temporada de concertos de verão levou a América de volta aos anos 80, com medalhões do Hard Rock da época voltando a excursionar, atraindo multidões, com novos fãs, além de quem acompanhou tudo isso pela primeira vez há 25 anos. Quem excursionou? Tesla, Dokken, Great White, Winger, Warrant, Queensrÿche, Poison, Ratt, Vince Neil, Firehouse, Quiet Riot, Ozzy Ossbourne, L.A. Guns, White Lion, Skid Row e Black Sabbath [na verdade, é o Heaven & Hell]. "Apesar de duas décadas terem se passado, as pessoas ainda gostam de bater cabeça, erguer os punhos e se divertir", diz Jeff Albright, presidente da Albright Entertainment Group e representante de inúmeros representantes da cena. "As oportunidades estão provavelmente maiores do que jamais estiveram", declara Albright, referindo-se a novas tecnologias, como DVD e downloads via iTune.
Longevidade: Queensrÿche mantém a forma mais de 20 anos depois
Em alguns casos as platéias rivalizaram com as encontradas nos anos 80. Ratt e Poison realizaram uma longa turnê onde tocavam regularmente para públicos entre 8 e 10 mil pessoas. Pearcy, vocalista do Ratt, diz notar uma base de fãs mais jovens emergindo, formada por quem nasceu após o lançamento do multi-platinado "Out of the Cellar", clássico do Ratt de 1984. "Está acontecendo um gradual crescimento novamente. Isso é Rock n' Roll - colorido, perigoso e excitante", declara Stephen.
"O Rock é algo que sempre estará por aí de cabeça erguida. Não sei se chegará ao nível de popularidade dos anos 80, quando era normal tocarmos para platéias entre 20 e 30 mil. Muitas pessoas que aparecem nos shows nos ouvem há anos. Eles trazem seus filhos, que conhecem a história. É legal ver a segunda geração de fãs do Queensrÿche surgindo", declara Geoff Tate, vocalista do Queensrÿche, que excursionou com o Black Sabbath [a revista Time insiste no erro e não dá o nome correto do grupo, que é Heaven And Hell) nesse verão, tocando para platéias de mais de 10 mil pessoas.
Performances ao vivo fazem parte do apelo. "Há um sentimento místico entre o público e as bandas que não pode ser capturado em um DVD. É algo antigo, difícil de explicar, mas que você sabe quando está lá. Como um 'performer' acho isso incrivelmente intoxicante”, diz Tate.
“É muito legal tocar essas músicas em shows lotados e ver garotos de 12, 13 anos com camisetas do ‘Shout at the Devil’”, diz o vocalista do Mötley Crüe, Vince Neil. “A essência do Rock é algo que prende os garotos. Isso é o que o Mötley Crüe sempre foi, a música e o show. Estamos em nosso melhor momento agora. Essa é a hora”. O Möley Crüe planeja gravar um novo álbum no inverno norte-americano.
Dokken afirma que continua a ter inspiração graças aos leais fãs, incluindo um considerável número de militares americanos. Em um recente show em Oklahoma, Dokken mostrou com um spotlight um marinheiro na fileira em frente ao palco. “Esse cara estava à direita, na fila da frente, uniformizado. Então o agarrei e o levei ao camarim. Ele disse que recém tinha voltado do Iraque, tinha sobrevivido e queria ver o Dokken”.
Se Dokken e outras bandas de cabeludos dos anos 80 seguirem o caminho, estarão por perto para receberem as tropas. Como diz Stephen Pearcy, “quando tiver 60 anos e for um avô legal, ainda estarei detonando”.
Um comentário:
Bonassoli, você não pode perder o show do Arena no TAC. Vai ser na quarta, dia 31. Já vi e recomendo! Se quiser conhecer mais visite: arenarocks.blogspot.com/ Abraços!
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