Para ser político é preciso dominar a complicada arte do autocontrole. Na última segunda-feira, após empossar seu novo secretário de comunicação, o jornalista Paulo Arenhart, o prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), mostrou que está longe de ter o tal domínio.
A cerimônia foi uma grande oportunidade para ele rebater críticas e acusações sobre o seu suposto envolvimento na Operação Moeda Verde. Em 99% do tempo, tanto no discurso quanto nas entrevistas, tentou se mostrar calmo e superior à fase delicadíssima que vem enfrentando. "Estou calmo e sereno", citou várias vezes.
Mas a colega que conseguiu ser mais rápida e questionou sobre a suposta doação de R$ 500 mil para a campanha do irmão de Dário, o agora deputado federal Djalma Berger (PSB), via Fernando Marcondes de Matos, proprietário do Costão do Santinho Resort, ouviu a raiva e o descontrole. Nitidamente irritado, o prefeito elevou ligeiramente o tom de voz para afirmar que já havia respondido àquela pergunta "mais de mil vezes" e que só não o fez "para o Papa porque ele não veio" para Florianópolis.
De fato, ser político é complicado. O cara tem que tolerar estes jornalistas com suas perguntas o tempo todo. Melhor mesmo é ser jornalista. A gente ganha muuuuuito menos do que os governantes, mas pode (e deve) fazer perguntas.
[Ouvindo: The Gathering - Liberty Bell - Álbum: How To Measure A Planet?]
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