segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Debate acende a fogueira da eleição de Florianópolis

E o debate com os candidatos a prefeito de Florianópolis, ontem à noite, na RIC Record foi, sem dúvida, o melhor de todos até o momento. O clima esquentou várias vezes e, nos bastidores, surgiram até possibilidades de mudanças no atual quadro, que indica o prefeito licenciado Dário Berger (PMDB) com ampla vantagem e um suposto lugar tranqüilo no segundo turno.

Fotos: James Tavares/Notícias do Dia

Cesar Souza Junior: Primeiro erro

Como bem observou o colega Carlos Damião, infelizmente, estas informações "de cocheira" não podem ser publicadas. Candidatos e assessores, antes e após o debate, sempre contam ou deixam escapar novos dados, mais informações. Temas quentes, mas sempre, infelizmente, sem provas. A avaliação do Damião pode ser lida aqui.

Particularmente, achei que Cesar Souza Junior (DEM) cometeu seu primeiro erro de campanha. A questão para Esperidião Amin - se não seria melhor o ex-governador tentar vaga no Senado - lhe rendeu uma daquelas réplicas desconcertantes do candidato do PP, que replicou algo do tipo "vejo dificuldades na sua ida para o segundo turno".

E quando eu indaguei o democrata sobre sua eventual composição de secretariado, ele deslizou e saiu pela tangente. Gostaria de saber se ele vai convidar integrantes das outras duas legendas da Tríplice Aliança (PMDB e PSDB) apesar do racha iminente na base de sustentação do governo Luiz Henrique da Silveira. O deputado estadual foi com uma básica "terei um time competente", mas evitou entrar na polêmica.

Uma pena. Será mais uma pergunta que ficarei sem resposta, como a que fiz para Nildomar "Nildão" Freire (PT) no primeiro debate desta campanha, na TVBV. Até hoje ele não me disse como pretende governar, se eleito, sem ter a maioria na Câmara dos Vereadores.

Falando em Nildão, o homem foi para o debate com a corda toda. Chegou apostando com Afrânio que reclamaria no ar sobre o resultado das pesquisas. E não é que ele botou a boca no trombone mesmo? Disse com todas as letras que os questionários polêmicos seriam contratados à mesa do governador. Depois, bateu boca com o prefeito e elevou o tom de voz como ainda não havia feito nesta campanha. O que é isso companheiro, Nildão?


Dario Berger: Troca de farpas e afagos para "algumas" Esquerdas

O prefeito licenciado, como sempre tem feito, foi o último a chegar e o primeiro a sair. Pura estratégia. Apesar da invejável posição nas pesquisas, parece temer conversas de bastidores ou tenta evitar o contato com os adversários. Ontem, mais uma vez, foi a vítima geral. Na saída, inclusive, comentou com seu bom humor - sim, ele é bem humorado! - comigo, com o Damião e o Polidoro Júnior, que também era um dos jornalistas convidados:

- Vocês, por favor, me ajudem. Pois aqui estão todos contra mim!


Nildão Freire: Tom elevado

Berger comete um erro básico, apesar de ser um homem muito inteligente. Todas as críticas que lhe são feitas acabam inevitavelmente interpretadas como ataques pessoais. Que nada, prefeito... é assim mesmo, afinal o senhor está no lugar que os outros ambicionam ter. Aí, ao vivo, o peemedebista não tem aquele ar controlado da propaganda eleitoral gratuita. Seu nervosismo fica nítido e, mais de uma vez, a impressão que se tem é que ele vai tomar alguma atitude radical contra os opositores. A não ser que seja uma estratégia arriscada: se fazer de vítima para tentar angariar a simpatia da população. Nos resta esperar para ter certeza.


Afrânio Boppré: Questões amenas

Comentaram comigo hoje algo que me intrigou ontem. Berger aparentou uma tentativa se se aproximar - ou agradar - o PT e o PSOL. Suas questões para Nildão e Afrânio Boppré, respectivamente, foram sempre amenas. Mesmo uma troca de farpas com o petista não lhe abalou. Seria uma tática para buscar apoio das militâncias destas siglas contra Angela Albino (PCdoB)? Afinal, ela é a escolhida como nova inimiga número 1. O embate entre ambos, em alguns momentos, pareceu conseguir mudar algo que sempre foi sedimentado: o até então inabalável ar de tranqüilidade da candidata da coligação Inovar Florianópolis. Por outro lado, o resultado da pesquisa do Ibope claramente renovou Angela e seu vice, Tico Lacerda (PDT). O empate técnico com Souza Junior promete fazer desta que é a semana final uma nova campanha para a chapa.


Angela Albino: Inimiga número 1 do alcaide

E Amin? Ah, como sempre, foi o melhor em termos de retórica e bom humor. Não poupou Berger, fez caras e bocas impagáveis (pena que as câmeras não mostraram) e desfilou uma retórica sempre contundente. Ainda tenho minhas dúvidas sobre um eventual sucesso de sua campanha, mas, na conversa, ainda não existe candidato que o supere em Santa Catarina. É sempre garantia de momentos engraçados para quem está nos bastidores. Sobre ele também vou reclamar que fiquei sem resposta.


Esperidião Amin: Caras e bocas

Minha tentativa de lhe arrancar quais projetos dos adversários seriam utilizados caso fosse eleito ficou no ar, como era de se esperar. Perspicaz, não citou nenhum. Usou o espaço para responder que vai usar idéias "boas", sim. Então tá, Esperidião, fica para uma próxima.

Um comentário:

Fabica disse...

Fico só imaginando as caras e bocas do Amin que as câmeras não mostraram! Já me diverti com as imagens que foram veiculadas!

Bjo, Fabica.