sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Osama, 7 anos depois

O dia de ontem foi caótico. Mil coisas ao mesmo tempo, perdi a hora, perdi a penúltima aula de italiano antes da primeira prova do semestre. "Que beleza!", como diria um filósofo contemporâneo. Ok, vai parecer "desculpinha", mas que se dane! Acabou passando batida uma efeméride - ô palavrinha péssima, não? - que lembrei na quarta-feira, na redação: o 11 de setembro.

E só lembrei hoje, quando visitei pela primeira vez o Certezas Biodegradáveis, blog da querida amiga Ana Paula Lückman. Ela fez lá a pergunta básica sobre onde você estava no dia dos atentados terroristas nos Estados Unidos?

Era uma manhã meio cinzenta de São Paulo. Eu estava às voltas com minha ronda diária nos sites das bandas que integravam o cast da gravadora alemã Century Media Records, da qual eu era assessor de imprensa no escritório sul-americano. Era o sagrado momento de cavar notícias para lançar no site e depois enviar para a imprensa.

Estavam na sala comigo o David Torelli, um dos irmãos que não vieram via família, e Viviana Torrico, gerente do escritório e que cuidava da assessoria para os países latinos. Curiosamente, quem nos trouxe a notícia foi o chefe da casa, Eric de Haas, um holandês que simplesmente não vê televisão. Entrou na correria e eu até pensei que era uma das brincadeiras dele. Nos disse para ver o site do UOL.

Nos 2 primeiros segundos, pensei que era mesmo uma brincadeira do Eric. Tipo aquelas páginas fake de sites que a turma te envia, zoando com teu nome. Lembro que pensei "puxa! os caras estão melhorando, agora além de zoarem com os outros, ainda mandam com arquivos em flash". Mais 2 segundos de "peraê! tem algo estranho aqui". Só então caiu a ficha. Era a História acontecendo.

Ficamos todos uns bons 20 minutos atônitos, esperando por mais atualizações. Não lembro se havia alguma TV na casa, que ficava bem atrás da estação Vila Madalena do Metrô. Ainda antes do almoço fui para a banca de jornal, ver se já havia alguma edição extra. O jornaleiro citou que não sobrou nada. Rapidamente, tudo havia sido vendido. Consegui apenas uma edição extraordinária de uma revista semanal. Era o exemplar que ele havia guardado pensando em um cliente tradicional, mas que no dia não apareceu.

E se passaram 7 anos. Nenhum dos responsáveis foi preso ou morto. Os Estados Unidos massacraram o Iraque e o Afeganistão. Perderam milhares de soldados, gastaram uma fortuna que salvaria alguns países do Quarto Mundo. Outros atentados aconteceram em países diferentes e mais vidas se perderam. E nada além disso acontece.

Nenhum comentário: