terça-feira, 14 de outubro de 2008

Reta final

Faltam menos de duas semanas para a decisão da eleição em Florianópolis. Na reta final, Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) fazem os últimos retoques na campanha que vai - para o bem ou para o mal - mudar a vida de ambos. Com a oficialização dos últimos apoios possíveis para este segundo turno, ontem e hoje, agora só uma hecatombe, alguma denúncia muito forte pode mudar o rumo dos dois candidatos.

Fotos: Mauro I. Vaz/Divulgação

Da esq. para a dir.: No povão, Deglaber Goulart, dona Rose Berger, Alceu Nieckarz, o prefeito em um momento... hã?... star, Adriano Zanoto e João Batista Nunes

Creio que o cenário já esteja decidido. Mas, como dizem Dário e Esperidião, eleião só se decide na urna. O prefeito que tenta se reeleger conquistou ontem o PV - que esteve na chapa do PT no primeiro turno - e o PSDB, talvez o apoio mais difícil. Afinal, Dário saiu do ninho dos tucanos, levou consigo vereadores importantes e a legenda naufragou em Florianópolis. Não elegeu Dr. Juca como vice de Cesar Souza Junior (DEM) e perdeu todas as vagas que possuia na Câmara dos Vereadores. Foi preciso uma pressão da Executiva Estadual - leia-se vice-governador Leonel Pavan - para que os tucanos da ilha fechassem com o até então desafeto.

Hoje, Dário sela parceria com o combalido PDT, apesar de Tico Lacerda, que representou a legenda de Leonel Brizola como vice de Angela Albino (PCdoB) ter migrado para o lado de Amin. "Não houve nenhuma decisão formal do partido. Prefiro ser julgado pelo partido do que pelo povo", me disse ontem ao telefone. Lacerda impôs suas convicções pessoais e não se submeteu às definições da sigla. É nitído que o forte envolvimento no primeiro turno o levou a tomar tal atitude. A forma como o prefeito tratou Angela nos debates e no horário político foi fator decisivo.


Caminhada: Últimos testes de popularidade em uma das obras mais visíveis da primeira gestão, a revitalização de calçadas

Esperidião demorou demais para acertar parcerias no início da campanha. Acabou quase isolado com o PTB, de pouca força na atualidade. Repetiu a dose nesta etapa decisiva e só angariou o PCdoB. Contava com o PT, mas sabia das dificuldades disso realmente acontecer, apesar dos constantes e recentes flertes com a legenda em outras regiões do Estado. Os petistas preferiram tucanar e subiram no muro, liberando a militância para apoiar quem bem entender. Não é minha atitude preferida entre políticos, mas foi para isso que se brigou tanto para derrubar a Ditadura: democracia, liberdade de escolha.

Fotos: J.L. Cibils/Divulgação

Gravação: Amin e o candidato a vice, Renato Marques (PTB), jogam as últimas cartas

Uma pena. Os partidos continuam levando tudo muito a ferro e fogo. Oito ou oitenta. Velhas diferenças e desabenças ainda norteiam rumos e decisões. Mesmo que estas possam ser prejudiciais no momento.


Tradição: Não poderia faltar a foto com as criancinhas

O ex-prefeito e ex-governador vem dizendo que esta é sua derradeira eleição. Será? No passado, já afirmara que não deixaria a prefeitura para concorrer ao governo do Estado e seu vice, Bulcão Viana, acabou comandando a cidade. A oportunidade de enfrentar o rival Luiz Henrique da Silveira (PMDB) no pleito de 2010, por uma vaga no Senado, soa tentadora.

Dário, ao contrário do que circulou na mídia, garante que vai ficar quatro anos na prefeitura se eleito. Ontem, questionei sobre os boatos de que em 2010 ele migraria para o PSB, do irmão Djalma Berger, em função de uma suposta falta de espaço no PMDB para a tentativa de se tornar governador. Ganhei como resposta um sorriso e um longo discurso sobre as obras que ele pretende concluir em Florianópolis. Não confirmou. Mas também não negou.

Esta história está só começando.

Um comentário:

Anônimo disse...

Preste atenção um off valioso:
O Dário sairá como o maior nome do PMDB nestas eleições. Tem dominado dois dos 4 maiores municípios do Estado, Floripa e São José. Sai com pinta de candidato a governador e tem cacife pra isto.
O Eduardo e o Pavan sairam chamuscados, O Colombo perdeu em Lages, o Kleinubing sai mais forte que ele. Talvez, Dário, Colombo, Kleinubing, LHS e Pavan consigam se acomodar numa grande aliança e acertar as posições de cada um nos 4 cargos da majoritária para 2010. Ou cada partido sai sozinho pra ver quem vai ao segundo turno. A Angela Amin morreu, levada ao buraco pelo seu marido Esperião.
Temos ainda a Ideli, que deve ser a candidata do Lula. Mas, ela já fugiu da raia municipal com medo de perder. Em política, quem tem medo não vai longe. Politico bom tem que mostrar que tem voto.