Amém. Acabou o primeiro turno.
No final das contas, ao contrário do que eu imaginava, deu a lógica. Os candidatos apontados como favoritos vão, de fato, se confrontar no segundo turno. Confesso que eu não levei fé em Esperidião Amin (PP). Fiquei com a nítida impressão de que aqueles apontados como novidade - Cesar Souza Junior (DEM) ou Angela Albino (PCdoB) - pudessem surpreender.
E a campanha para o segundo turno já começou domingo mesmo. Ao menos foi o que me garantiu o prefeito licenciado Dário Berger (PMDB), na sua casa. Pelo Notícias do Dia, acompanhei com o repórter fotográfico James "Jacaré" Tavares o dia do candidato. Chegamos lá às 7h20. O atual prefeito desceu um pouco depois, confiante. Na entrevista, tentou não se mostrar eufórico, mas reconheceu que não descartava a remota possibilidade de liquidar a fatura ainda hoje.
Depois de um café da manhã, nós e a equipe do Diário Catarinense acompanhamos o carro que levou Dário, Dona Rose e o filho Paulinho, até o Colégio Santa Terezinha, em Ingleses. O candidato já saiu do carro sob aplausos. "Aqui espero fazer entre 60% e 70% da votação", comentou. Não consegui confirmar isso ainda, mas creio que tenha ficado nesta margem, pois a população do bairro realmente demonstrou muito apoio a ele.
No meio da tarde, retornamos para a casa do prefeito, em Itaguaçu. Cercado por alguns poucos nomes do PMDB, praticamente em silêncio, ele acompanhava pela TV os resultados da apuração. Novamente, tentou conter a euforia. Perguntou algumas vezes sobre o desempenho do irmão, Djalma, que viria a se eleger na vizinha São José. Quando a pesquisa boca de urna confirmou o que se esperava, o sorriso praticamente não lhe abandonou o rosto. A comemoração, à noite, foi com champanhe.
Berger me garantiu que agora "é uma nova eleição". Disse com todas as letras que vai buscar apoio com todos os partidos. "Até mesmo com o PT e o PCdoB. Não tenho problema algum com eles", argumentou, citando justamente dois dos maiores opositores à sua gestão e adversários ferrenhos nesta campanha. Apesar de também ter sido arduamente alvejado por Cesar Souza Junior na primeira fase, o prefeito espera contar com o apoio "natural" do democrata, já que o partido dele integra a Tríplice Aliança, que forma a base do governo estadual para o PMDB.
Assim que cheguei na redação, um passarinho já me confidenciou que um dos derrotados havia sido contactado pelo candidato à vice de Berger, o vereador João Batista Nunes (PR). Se o fato se consumar somando-se ao suposto apoio de Cesar Junior, creio que seria a reeleição assegurada. Fato para ser apurado segunda-feira.
Entre os eliminados, há pouco a se dizer. Ter Lula na presidência não ajudou em nada ao PT. Reafirmo: mais valia uma frente de esquerda. Quatro pequenos contra três grandes não dá, né? O PT não só amargou um contundente quarto lugar como fez apenas um vereador (manteve Márcio de Souza). O PCdoB, por outro lado, não chegou ao segundo turno, mas perdeu por pouco a terceira posição (1239 votos) e manteve a vaga de Angela Albino na Câmara, agora com Ricardo Camargo eleito. Todos, claro, alegam que o resultado não foi desastroso.
Um comentário:
Mandei para a urna desta vez o que eu chamo de "antivoto": sabia que a Ângela não seria eleita, mas votei nela para que o candidato do "novo ranço" ficasse em quarto, e não em terceiro, como ficou. Acho que todos sabíamos que o primeiro turno ficaria polarizado entre Dário e Amin; era muita pretensão do Júnior achar que iria para o segundo turno. Pois agora, pela teoria do menos mal, voto em Dário.
Por falar nele, cheguei ao enterro do Betinho na sexta-feira e o Dário já estava lá; saí um pouco antes do sepultamento e o Dário continuava lá. Talvez fosse crise de consciência: Betinho estava muito magoado com ele por ter sido esquecido quando Dário assumiu a prefeitura de Florianópolis, depois de 14 anos de fidelidade canina (do Betinho para o prefeito).
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